Demóstenes Torres se diz convicto de que a verdade prevalecerá



No último discurso em Plenário antes da votação do processo que pede sua cassação, o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) disse chegar à véspera da votação “com a convicção de que a verdade prevalecerá”. Para o senador, que se disse movido pela fé após os 132 dias de “massacre”, as verdades em seu pronunciamento se confirmaram e “nenhum dos absurdos de que o acusavam se comprovou”.

Para o senador, no início os obstáculos se apresentaram intransponíveis, pois as montagens feitas nas 250 mil horas de gravações “satisfaziam qualquer tipo de gula”. Mas as barreiras foram ultrapassadas e agora só resta uma: a votação em Plenário do Projeto de Resolução 22/2012, fruto da representação do PSOL por quebra de decoro parlamentar.

- O Senado vai escolher que futuro pretende, se de insegurança jurídica, em que qualquer de seus integrantes terá de ser eliminado para atender a sanha acusatória, ou um amanhã justo, respeitando-se os direitos dos representados, sem pressa – disse em Plenário nesta terça-feira (10).

Novamente Demóstenes se disse a “vítima da vez”, num processo que lhe custou a paz e a tranquilidade, com uma dor que só se amplia devido à certeza de que “se está sendo sacrificado um inocente”.

O parlamentar citou a dor e o suplício que custou a si próprio lágrimas, sono e saúde, desde o início das denúncias. A campanha contra ele nas redes sociais, internet e imprensa o deixou semanas “olhando para o vazio”, com vergonha de seus amigos e de seus filhos, que leem os mais de três milhões de textos publicados com vários graus de agressividade “para mutilar um mandato”. Demóstenes disse se sentir pequeno diante da “onda de perseguição”, ainda que saiba não ter culpa.

- Não se trata de ser cassado amanhã, se trata de defender a própria honra, de manter límpida uma biografia escrita com esforço, estudo e disciplina – afirmou.

Nome limpo

O parlamentar deu um tom mais emotivo ao seu discurso, mencionando a infância e o trabalho do pai para sustentar os dez filhos, sua trajetória nos estudos e nos concursos, esforço que o levou a procurador-geral de Goiás, a secretário de Segurança do estado e, de lá, a dois mandatos consecutivos no Senado. Segundo disse, ele se orgulha de integrar o Parlamento, de trabalhar ao lado de seus colegas por um Brasil melhor e mais justo.

Para Demóstenes, uma das razões de sua luta incansável para preservar o mandato é a convivência agradável e fraterna que sempre teve com seus pares. De acordo com o senador, o trabalho ainda não acabou, pois há muito a contribuir.

- Vou continuar no Senado, trabalhando intensamente pela implantação do ensino em tempo integral em todas as escolas, um percentual mínimo constitucional para a Educação, a defesa dos recursos hídricos e a estabilidade política e jurídica de nossa democracia – declarou.

Segundo Demóstenes, nestes nove anos e meio de convivência no Parlamento, nada fez que desonrasse a Casa, o mandato ou a confiança dos parlamentares, do povo de Goiás e do Brasil.

- A perseguição vai ser derrotada e o seu Avelomar e a dona Luzia, meus pais, continuarão tendo a certeza de que mantenho limpo o nome de nossa família – afirmou.



10/07/2012

Agência Senado


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