Denise Abreu lança dúvidas sobre compra da Varig pela GOL
Antes de encerrar seu depoimento à Comissão de Serviços de Infra-Estrutura (CI), a ex-diretora da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) Denise Abreu lançou dúvidas sobre operações que resultaram na compra do controle da empresa Varig pela GOL. A depoente mencionou reviravoltas em pareceres jurídicos que levaram à emissão de parecer favorável à venda da Varig para a Volo do Brasil (que controla a Variglog), que, por sua vez, tem como sócios três brasileiros e o fundo norte-americano Matlin Patterson.
Como disse a ex-diretora, a GOL, que havia preferido ficar de fora do leilão de venda da Varig por conta do peso do passivo da companhia, acabou comprando a participação dos sócios nacionais da Volo oito meses depois. Quando ocupava o cargo de diretora da Anac, conforme narrou, Denise Abreu havia tentado averiguar se os sócios nacionais da Volo tinham capacidade de pagamento. No entanto, afirmou, essa iniciativa acabou travada por pressões da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. Hoje, lembrou, o fundo norte-americano está brigando na Justiça contra os sócios brasileiros.
- Nós dizíamos: essa empresa não vai voar. Tudo foi orquestrado para que ela fosse vendida depois por preço a maior - afirmou, ao comentar a transferência da participação dos brasileiros à GOL.
Segundo a ex-diretora da Anac, o preço no leilão foi de R$ 20 milhões, mas o comprador teria que assumir um pesado passivo. Em seguida, a GOL pagou pelo controle da empresa R$ 350 milhões.
A CI continua reunida para ouvir outros convidados a prestarem esclarecimentos sobre denúncias de irregularidades no processo de venda da Varig e da Variglog.
11/06/2008
Agência Senado
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