Depoimento complica situação de Perillo, afirma presidente da CPI



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As contradições sobre a venda da casa em que Carlinhos Cachoeira foi preso geraram a necessidade de muitas explicações por parte do governador de Goiás, Marconi Perillo, ex-proprietário do imóvel. Essa é a opinião de grande parte dos parlamentares ouvidos após a reunião realizada nesta terça-feira (5) pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPI) que investiga as ligações de Cachoeira com agentes públicos e privados. O relator da comissão, deputado Odair Cunha (PT-MG), defendeu a quebra de sigilo do governador e o presidente interino, deputado Paulo Teixeira (PT-SP), disse que a versão apresentada pelo empresário Walter Paulo Santiago trouxe mudanças ao cenário da CPI.

- Essa história, na minha opinião, complica mais a vida do governador Marconi Perillo - afirmou Teixeira, para quem as diferentes versões sobre a venda da casa geram “uma nuvem” em torno do negócio.

Durante a reunião, os parlamentares tomaram o depoimento do empresário goiano Walter Paulo Santiago, responsável pela compra da casa do governador. A informação de Walter Paulo contraria a versão de Perillo, que declarou ter recebido o pagamento em três cheques, os quais, segundo a PF foram assinados pelo sobrinho de Cachoeira, Leonardo Ramos.

Para Odair Cunha, o depoimento aprofundou as contradições antes evidenciadas e mostrou que “alguém está mentindo”. A quebra de sigilo, segundo o relator, poderia esclarecer se o governador recebeu duas vezes pela casa, o que daria um total de R$ 2,8 milhões, e o que fez com o dinheiro.

- Se recebeu em dinheiro, o que fez com ele? Depositou na sua própria conta? Isso precisa ser esclarecido, e a forma de esclarecer é a quebra de sigilo - afirmou.

A quebra de sigilo bancário do governador também foi defendida pelo deputado petista Cândido Vaccarezza (SP), que explorou a contradição entre a versão de Perillo e a de Santiago. Para ele, as diferentes versões sobre o pagamento da casa (em cheque ou dinheiro) já são motivo para pedir a quebra de sigilo bancário do governador de Goiás.

Esclarecimentos

Os oposicionistas recomendam igualmente que Perillo esclareça a controvérsia. Onyx Lorenzoni (DEM-RS) afirmou que existem muitas contradições, mas disse considerar que a vinda de Perillo à CPI será uma oportunidade de esclarecer os fatos.

O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) lembrou que o partido sempre defendeu a vinda do governador para que os fatos fossem esclarecidos. No entender dele, embora alguns tentem transformar a investigação em “CPI do Marconi Perillo”, a compra da casa é apenas um detalhe em uma investigação muito mais ampla e o depoimento, em sua avaliação, não complicou a situação do governador.

- Não complica nem descomplica, é uma questão de interpretação de quem ouviu o depoimento. Nós temos que questionar o governador. Depois desse questionamento é que nós saberemos - disse o senador, para quem a discussão sobre quebra de sigilo deve ocorrer somente depois que a CPI ouvir Perillo.

Sobre uma acareação entre os envolvidos no negócio, Paulo Teixeira disse que, em tese, é uma possibilidade, mas afirmou que os próximos passos serão investigar documentos e ouvir o governador Marconi Perillo. A data do depoimento do governador ainda foi confirmada oficialmente para o dia 12 de junho às 10h15.



05/06/2012

Agência Senado


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