Deputadas abordam conquistas e desafios da luta feminina



Na sessão comemorativa do Dia da Mulher, nesta terça-feira (1º), a deputada Rose de Freitas (PMDB-ES), 1ª vice-presidente da Câmara, lembrou as dificuldades enfrentadas por ela para conciliar seu trabalho parlamentar com suas atribuições familiares. Ao dizer que as mulheres ainda enfrentam muitos obstáculos para sua inserção no mercado de trabalho, ela conclamou a todas para que continuem ocupando espaços na sociedade.

- Estamos perseverando e acreditando. Juntas, poderemos construir um país muito melhor e mais justo - conclamou.

Para a deputada Janete Pietá (PT-SP), as mulheres devem perseguir três objetivos: maior espaço na política, o fim da violência que historicamente enfrentam e o fim da miséria no país. Em defesa da Lei Maria da Penha, ela também afirmou que em briga de marido e mulher o "Estado mete sim a colher".

Ao contrário do que sugerem os críticos, avaliou a deputada Sandra Rosado (PSB-RN), a Lei Maria da Penha não estimulou mais violência, apenas deu mais visibilidades aos atos de agressões. Para melhores resultados, ela defendeu a criação de varas especiais de Justiça para julgar apenas casos de violência contra as mulheres.

Depois de dizer que no país uma mulher sofre agressões a cada 15 segundos, a deputada Iracema Portela (PP-PI) lamentou que a maioria da população feminina ainda tenha medo de denunciar os agressores. Por sua vez, a deputada Jaqueline Roriz (PSC-DF) disse ser inaceitável a tendência de flexibilização na aplicação dessa lei, o que poria em risco a integridade das mulheres.

Novos espaços

A deputada Rosane Ferreira (PV-PR) destacou como fato histórico tantas mulheres em posições de destaque neste momento na vida política e administrativa do país. Agora, afirmou, o desafio é mostrar que valeu a pena ocupar esses postos e fazer avançar as conquistas femininas. A conquista de espaços de poder mostra é uma evolução, "mas há ainda uma longa estrada a percorrer", disse Luciana Santos (PCdoB-PE).

A reforma política em curso no Congresso deve analisar propostas para ampliar a participação das mulheres na política, na opinião da deputada Flávia Morais (PDT-GO). Ao participar da solenidade em homenagem às mulheres, ela saudou a eleição de Dilma Rousseff, mas lembrou há ainda espaços a serem conquistados.

- Se por um lado já conseguimos eleger uma mulher para a Presidência da República, por outro lado ainda é muito tímida a participação das mulheres nos parlamentos - disse Flávia Moraes.

Para a deputada Dorinha Seabra (DEM-TO), a ampliação das conquistas femininas depende de melhorias na educação. Ela defendeu um piso salarial digno para os professores, pois esse é caminho atrair jovens talentosos para a profissão, homens ou mulheres. Já a deputada Cida Borghetti (PP-PR) pediu mais atenção para a saúde feminina.

A deputada Rosinha da Adefal (PTdoB-AL) homenageou as mulheres com deficiência. Lembrando sua militância em movimentos sociais, como a Associação dos Deficientes Físicos de Alagoas (Adefal), ela ressaltou que as mulheres com deficiência enfrentam ainda mais dificuldades para terem seus direitos respeitados. Também pediu a todos os parlamentares apoio a leis de promoção da acessibilidade na sociedade brasileira e pela igualdade de direitos para todos os brasileiros.

Como acredita a deputada Jô Moraes (PCdoB-MG), as mulheres possuem a capacidade de sonhar e lutar por um futuro sem exploração, "em que homens e mulheres sejam iguais em todas as dimensões". Já a deputada Antonia Lucia Câmara (PSC/AC) expressou sua alegria em ouvir as parlamentares que lhe antecederam, na sua avaliação um estímulo para as "jovens meninas que serão o futuro do país". Para a deputada Alcione Barbalho (PMDB-PA), o exercício de mandatos legislativos é um instrumento para novas conquistas femininas.

- Nossa luta deve ser exercida com inteligência e persistência para vencer desafios que são fruto de longo passado patriarcal e autoritário do país - afirmou Alcione Barbalho.

A conquista do voto feminino no país foi lembrada pela deputada Célia Rocha (PTB-AL). Como destacou a deputada, esse fato histórico fez 77 anos em 24 de fevereiro. Nilda Godim (PMDB-PB) disse que os obstáculos enfrentados pelas mulheres devem servir de desafio na luta por um mundo mais "fraterno e solidário".

A deputada Benedita da Silva (PT-RJ) destacou o trabalho de Ana Maria Pacheco dos Vasconcelos, já falecida, que fundou e presidiu a ONG Casa de Passagem, instituição voltada para o resgate de meninos e meninas de rua no seu estado. E a deputada Érica Kokay (PT-DF) disse que a luta feminina por igualdade de direitos é estruturante para o objetivo de uma "sociedade mais justa e igualitária".



01/03/2011

Agência Senado


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