Deputado diz que reajuste é para todas categorias



Deputado diz que reajuste é para todas categorias O líder da bancada do PPB, deputado Vilson Covatti, assegurou que o governo do Estado deverá incluir na folha de pagamento de todas as categorias do funcionalismo público estadual o mesmo percentual de reajuste de 25% em quatro parcelas concedido ao magistério gaúcho. "Sob pena de ser processado por crime de responsabilidade, frente ao descumprimento de lei estadual", comentou. A afirmação do parlamentar está baseada na edição de ontem do Diário Oficial do Estado, que publicou a promulgação da emenda da bancada do PPB, depois que o plenário da Assembléia Legislativa rejeitou o veto do governador Olívio Dutra à matéria. Segundo Covatti, a bancada pepebista fiscalizará o cumprimento da lei. "Para não cumprir a determinação legal, terá como único caminho recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) argüindo a inconstitucionalidade da lei, mas somente estará amparado caso o STF determine liminarmente a suspensão do texto legal", frisou. O deputado disse, ainda, que o PT demonstrará incoerência ao tomar a atitude. "No plano nacional, o partido foi autor, juntamente com o PDT, de ação obrigando o presidente Fernando Henrique a conceder reajustes ao funcionalismo público federal", reiterou. Ao mesmo tempo, Covatti argumentou que uma representação do PT "não surpreende". "Já estamos acostumados a conviver com a máxima petista do faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço", concluiu. Conselho pede abertura de processo contra Jáder O ex-presidente do Senado Jáder Barbalho (PMDB-PA) deve renunciar nos próximos dias ao mandato de senador. A renúncia de Jáder é esperada como conseqüência da decisão do Conselho de Ética de recomendar, ontem, por 14 votos a 4, a abertura de um processo contra ele por quebra de decoro parlamentar. O ex-presidente anunciou que não correrá o risco de ser condenado no plenário do Senado, o que o tornaria inelegível pelo prazo de oito anos, a contar do final do atual mandato. A renúncia paralisa o processo político, mas tira de Jáder a imunidade parlamentar e o transforma em caso policial. Fora do parlamento, a Justiça pode processá-lo. São muitas as acusações contra Jader por corrupção. Ainda que informalmente, Jáder teve direito de defesa. Falou durante 1h22min e provocou momentos de absoluto desconforto entre os senadores ao apontar para a "palidez" do adversário Romeu Tuma, em tom de ameaça. Ao final, cumpriu o prometido. Retirou-se durante a votação do relatório, conforme prometera à direção do PMDB. Os integrantes do Conselho de Ética consumiram quase três horas analisando o parecer da comissão de inquérito que aponta duas razões para a cassação do mandato de Jader: a mentira, em sua negativa de ter se beneficiado com desvio de recursos do Banpará e a obstrução ao pedido de informações do bloco da oposição ao BC sobre o caso Banpará. Os autores do parecer, senadores Romeu Tuma (PFL-SP) e Jefferson Péres (PDT-AM), afirmam que "não há margem de dúvidas da participação e vinculação do senador Jáder Barbalho na operação de recursos do Banpará". O presidente do conselho, senador Juvêncio da Fonseca (PMDB-MS), fez o possível para desfazer a imagem, deixada pela sessão anterior, de que teria se aliado a Jader na tentativa de protelar a instalação do processo. Ele deixou claro, ao final da sessão, que não tem dúvidas quanto à renúncia de Jáder. Capital escolhe novos conselheiros tutelares Pelo menos 90 mil eleitores devem participar da escolha dos 40 conselheiros tutelares neste domingo de passe livre nos ônibus em Porto Alegre. A votação vai ocorrer das 8h30min às 17h, em 77 locais, com urnas eletrônicas do Tribunal Regional Eleitoral (TRE). O eleitor deverá se informar sobre os locais de votação pelo telefone 156 ou pelo site www.portoalegre.rs.gov.br. A apuração dos resultados será feita na Assembléia Legislativa e o resultado divulgado em um telão a partir das 21h. A quarta eleição de conselheiros tutelares na Capital terá 434 candidatos, sendo que serão eleitos cinco titulares e dez suplentes para cada uma das oito microrregiões do Conselho Tutelar com um mandato até 2004. O prefeito Tarso Genro explicou ontem que o processo eleitoral em Porto Alegre será acompanhado pelo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Nelson Jobim. Qualquer pessoa pode votar, desde que esteja em dia com a Justiça Eleitoral, apresentando carteira de trabalho, identidade ou título eleitoral. Tarso Genro garantiu a realização das eleições no domingo, mesmo com a ameaça de suspensão via judicial pelo vereador Adeli Sell (PT), que acusa a existência de candidatos com denúncias em delegacias. O vice-prefeito João Verle disse que nesses nove anos os conselheiros tutelares atenderam entre 60 e 70 mil casos de violação de direitos das crianças e adolescentes. Porto Alegre tem cerca de 200 crianças em situação de rua, e pelo menos 250 circulam pelas ruas mas não vivem nelas. O vice-presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, Frei Luciano Bruxel, explicou que na maioria das vezes estes jovens são vítimas de exploração por adultos que os utilizam para conseguir esmola. De acordo com uma pesquisa realizada pelo Conselho Tutelar de Porto Alegre, cerca de 40% deste total é da Região Metropolitana, 50% da Capital e 10% de outros Estados. Porto Alegre foi a primeira capital do País a implantar o Conselho Tutelar em 1992. O salário de um conselheiro é em torno de R$ 2 mil. Superávit gaúcho cresce 32,8% O superávit comercial gaúcho foi de US$ 1,67 bilhões entre janeiro e agosto, o que significa um crescimento de 32,8% em relação ao mesmo período do ano passado. Segundo dados divulgados ontem pela Secretaria do Desenvolvimento e Assuntos Internacionais (Sedai), esse resultado garantiu a manutenção do RS como segundo colocado no ranking nacional de Estados exportadores. As exportações gaúchas cresceram 14,8% nos primeiros oito meses do ano, totalizando US$ 4,42 bilhões no acumulado do ano. O secretário do desenvolvimento e assuntos internacionais, Zeca Moraes, explica que a pauta de continua liderada pelos calçados, com vendas totais de US$ 628,16 milhões. Os produtos que mais se destacaram pelo crescimento dos negócios foram soja e carne de frango. "A questão sanitária da Europa beneficiou as vendas do Estado", afirma o secretário. Ele explica que a substituição do farelo animal pelo de soja na alimentação dos rebanhos beneficiou as exportações do produto. "Também temos a questão da safra recorde, que permitiu aumentar a oferta", ressalta. No caso do frango, o secretário diz que as vendas foram beneficiadas pela retração na demanda mundial por carne bovina, resultante das doenças da vaca louca e febre aftosa. A diversificação do destino também é apontada por Moraes como ponto positivo. "No caso dos Estados Unidos, as vendas cresceram 5,9%, mas a participação daquele país na pauta gaúcha caiu de 27,62% para 25,47%", salienta. O México e a China são apontados pelo secretário como os países que mais têm aumentado as importações originárias do Estado, sendo os incrementos de 54,8% e 31,27%, respectivamente. A crise argentina, por sua vez, já reflete nas vendas, uma vez que as exportações para aquele mercado, que em julho haviam caído 0,61%, apresentaram, em agosto, queda de 1,18%. As importações do Estado também cresceram, mas em ritmo inferior ao das exportações, totalizando US$ 2,76 bilhões, um crescimento de 6,18% frente a igual período do ano passado. O saldo positivo gaúcho é 2,5 vezes maior do que o brasileiro, que foi de US$ 658,7 milhões. "O governo federal está falando na importância de realizar um esforço para aumentar o saldo da balança comercial, mas os dados mostram que o RS já tem feito isso há muito tempo", opina Moraes. Na comparação com Minas Gerais, que anteriormente era o segundo maior exportador do Brasil, a diferença nas vendas é de US$ 414 milhões, sendo que, em julho, o acumulado mostrava diferença de US$ 139 milhões. A perspectiva de desaceleração do comércio mundial não preocupa o secretário. "O câmbio depreciado é uma vantagem, e a economia do Estado tem respondido bem a esse estímulo", afirma. Para ele, o grande problema a ser enfrentado nos próximos meses é o enfraquecimento do Mercosul. "O ministro Cavallo e os próprios empresários argentinos criticam o Mercosul, mas sem eles tanto Brasil quanto Argentina perdem força para negociar a Alca", preocupa-se. Exportações da indústria crescem 7,5% As exportações da indústria gaúcha cresceram 7,5% entre janeiro e agosto comparativamente ao mesmo período do ano passado, totalizando um volume de US$ 3,57 bilhões. As importações do setor alcançaram US$ 1,69 bilhão, resultando em um superávit de US$ 1,88 bilhão. "O saldo comercial do Estado em 2001 poderá ser superior ao previsto, devido à redução das importações após os atentados terroristas nos Estados Unidos", analisa o presidente em exercício da Fiergs, Ademar De Gasperi. A Assessoria Econômica da entidade destaca os setores de fumo, produtos alimentares, calçados e material de transporte, como os que registraram maior crescimento nas vendas, com taxas de 26,2%, 31%, 7,4% e 39,5%, respectivamente. Centro administrativo reduzirá consumo em 10% O convênio assinado ontem pelas secretarias de Estado da Administração e Recursos Humanos (Sarh) e de Energia, Minas e Comunicações (Semc) com a Companhia Estadual de Energia Elétrica (Ceee) deverá reduzir em 10% os gastos com energia no prédio do Centro Administrativo Fernando Ferrari, em Porto Alegre. Os custos atuais do centro podem ser comparados aos de uma cidade de sete mil habitantes, já que quatro mil pessoas trabalham no prédio e três mil transitam diariamente. De acordo com o presidente da Ceee, Vicente Hauber, serão trocadas três mil lâmpadas incandescentes por fluorescentes, um investimento de R$ 180 mil. "Estas medidas fazem parte do programa de eficiência energética que estamos desenvolvendo, através de acordo firmado com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel)", explica. A estimativa é de que com a medida haja uma redução de 220 mil KW/ano, o que equivale a 300 KW/mês ou R$ 8 mil. Hauber explica que o Centro Administrativo já conseguiu reduzir em 20% o consumo de energia elétrica. Uma das medidas tomadas foi a colocação de um número maior de interruptores nos andares. Anteriormente, o desligamento se dava por etapas, o o que significava que ou todas as lâmpadas estavam ligadas ou estavam desligadas. Em 1999, foram instalados 880 interruptores para individualizar a iluminação "Os programas que estamos fazendo são permanentes, ou seja, independem de crise energética pela qual o País está passando", afirma o presidente da Ceee. A Semc fará a coordenação geral do projeto e a Sarh ficará responsável pela disponibilização da mão-de-obra, atestará os equipamentos, e fará o controle administrativo, com relatório quinzenal. Ameaça volta à fronteira do RS O Ministério da Agricultura (Mapa) confirmou ontem a existência de um foco de febre aftosa ativo em Monte Caseros, na Argentina. O caso foi comunicado pelo governo argentino na quarta-feira através do Senasa à Secretaria de Defesa Animal do Mapa. A informação coloca em alerta a fronteira gaúcha, já que o foco fica a 15 quilômetros do cidade gaúcha de Barra do Quaraí. Para evitar um novo contágio no Estado, a Secretaria da Agricultura está providenciando reforço da vigilância sanitárias nas regiões de fronteira. O governo do Estado também solicita o reforço das Forças Armadas nas divisas com o Uruguai e Argentina. "Não podemos perder todo o esforço feito pelos produtores do Rio Grande do Sul com o risco de reintrodução da febre aftosa no Estado através das fronteiras, justamente nesse momento em que estamos na reta final para a normalização do comércio de carnes bovina e suína e da nossa genética com o mercado brasileiro e internacional", destaca o secretário da Agricultura, José Hermeto Hoffmann. O delegado do ministério da Agricultura, Odalniro Paz Dutra, destaca que estão sendo deslocados técnicos do ministério para ajudar na fiscalização do local. Apesar de reconhecer que o caso preocupa a pecuária gaúcha, Dutra diz que ele não assusta tanto assim. "Quem deve estar preocupado são os uruguaios. Não temos tanto trânsito com Monte Caseros", esclarece. O governo do Estado mantém 26 barreiras sanitárias nas áreas limítrofes aos demais países. A operação de prevenção envolve 225 servidores, entre veterinários, auxiliares rurais e soldados da Brigada Militar. Artigos Obreiros da iniqüidade Francisco Sérgio Turra "Acaso não entendem os obreiros da iniqüidade, esses que devoram o meu povo como quem come pão?" (Salmo 53, 4). Na última pesquisa do Ibope, os entrevistados tiveram a oportunidade de se manifestar sobre qual dos males brasileiros seria o pior. Ganhou disparado a corrupção, acima da alta do dólar e do apagão. Penso que a opinião pública está certa. Não dá mais para suportar o que se vê, ouve e lê. Tráfico de drogas, lavagem de dinheiro, suborno, desvio de verbas públicas, superfaturamento, propinas, "laranjas", extorsões, até os flanelinhas já estão exigindo antecipadamente somas apreciáveis para não depredar os carros. Mas o estágio de desenvolvimento a que o País chegou está a exigir novas bases éticas para combater este tumor que devora a vida nacional em quase todas as esferas. Na globalização, a produção e comercialização de bens tanto mais prosperam quanto mais responsáveis, inclusive do ponto de vista moral, são seus agentes. O portal da Dow Jones na Internet, na análise das empresas da Bolsa de Nova York, demonstra que as mais confiáveis do ponto de vista ético têm o dobro da rentabilidade. Mas não é só na economia que é preciso ser ético para se obter sucesso. No mundo movediço da política, apesar da ruidosa reputação de muitos de seus praticantes, essa exigência também se faz presente. Por essa razão, é preocupante o resultado da pesquisa realizada em 17 países da América Latina, com 18 mil entrevistados, onde mais de metade vêem com bons olhos um novo governo militar. É um equívoco. A indignação das pessoas se apóia na ingênua ilusão de que a ditadura haveria de estancar as mazelas. O caminho da democracia é trabalhoso, mas o único que pode garantir a moralidade. Tudo o que acontece de corrupção política só se pode conhecer exatamente porque o País se encontra numa democracia. Uma vez conhecidas as falhas éticas, é imperativo proceder ao seu saneamento. Estou pensando no ano que vem, época de campanhas políticas e de eleições. Um ano eleitoral sempre tem duas faces em relação à moralidade pública. De um lado, é um ano fértil para as malandragens de candidatos demagogos, de cabos eleitorais pouco escrupulosos e eleitores venais. De outro, é a grande oportunidade que o eleitorado sério tem para desinfetar o poder público, afastando, com o voto, os indivíduos de conduta ética imprópria e não confiável. A corrupção grassa e se afirma exatamente porque há falhas, inclusive em nosso sistema eleitoral, que impedem a conveniente limpeza na esfera pública. A maior das fiscalizações são as eleições. É nelas que se concretiza o mandamento máximo da Constituição: "Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos". Não é demais indagar, quando se tem notícia de casos de corrupção na política, sobre quem elegeu o acusado. Alguns deixaram-se corromper, alguns deixaram-se enganar. Daí que todo político consciente deve colaborar com o eleitorado para que saiba escolher seus representantes. Em síntese, 2002 será o grande momento para separar o joio do trigo, os bons políticos dos "obreiros da iniqüidade". Colunistas Cenário político - Carlos Bastos PMDB gaúcho pode fazer prévias O presidente do diretório regional do PMDB, deputado Cezar Schirmer, afirmou ontem que, na hipótese de o senador Pedro Simon emplacar sua candidatura à Presidência da República e não concorrer ao governo gaúcho, o partido vai realizar prévias no início do próximo ano para escolher o candidato à sucessão do governador Olívio Dutra. Só Simon tem assegurado o consenso dos peemedebistas gaúchos que permaneceram no partido. É provável que as prévias sejam disputadas pelo próprio Schirmer e pelo deputado Germano Rigotto, que está decidido a integrar a chapa majoritária do PMDB. Schirmer e seus companheiros de Executiva estadual já estão tomando providências para evitar uma evasão de militantes do partido para o PPS. Ontem, foi realizada uma reunião da Associação dos Prefeitos e vices do PMDB na sede da Fundação Ulysses Guimarães, quando foram debatidos os últimos acontecimentos. O presidente Vitor Hugo da Rosa, prefeito de Jaguarão, diz que até o momento não tem informação de nenhuma defecção de prefeito. Diversas Cezar Schirmer insistiu ontem que os novos filiados do PPS precisam explicar quem terá de mudar de ideologia. Para ele, ou os dissidentes do PMDB aderem ao neomarxismo ou quem estava no PPS passa a ser neoliberal. Já o deputado Paulo Odone disse que Schirmer, presidente do PMDB gaúcho, deveria buscar as razões que levaram o partido a fracassar e a perder companheiros históricos em vez de provocar polêmica. O deputado Adroaldo Loureiro, do PDT, deverá ser o relator do orçamento do Estado para 2002, na Comissão de Finanças. A escolha ocorre terça-feira. Cézar Busatto, que postulava a indicação, manifestou apoio ao parlamentar pedetista. O bloco governista não tem restrições a Adroaldo Loureiro. O deputado Germano Bonow (PFL) cobrou na Assembléia a cedência, por parte do governo do Estado, de seis servidores dos órgãos policiais para prestarem assessoramento à CPI da Segurança. Vereador José Fortunati já sentou na Câmara Municipal no setor destinado aos vereadores do PDT. Falta ver a acomodação dos vereadores Haroldo Souza (PHS) e Clênia Maranhão (PPS). Os cinco novos deputados do PPS, na terça-feira, já sentam na bancada junto com o líder Bernardo de Souza, à direita da Mesa Diretora dos trabalhos. Governador Olívio Dutra empossou ontem 11 novos defensores públicos, que desenvolverão suas atividades em comarcas do interior. Ocorreu um incidente entre os deputados Frederico Antunes (PPB) e Dionilso Marcon (PT) na reunião da Comissão de Agricultura, onde se debatia o problema dos sem-terra. Última A tendência Ação Democrática decidiu consultar todas as regionais da corrente, no decorrer do dia de ontem, para decidir sua posição no segundo turno para a presidência regional do PT. As especulações são de que a maioria da Ação Democrática, liderada pelo deputado Ivar Pavan, pelo secretário Marco Maia e pelo prefeito Valdeci Oliveira, de Santa Maria, deve optar pelo candidato da Articulação de Esquerda, David Stival. Começo de conversa - Fernando Albrecht Fala a prefeitura Duas explicações da prefeitura de Porto Alegre sobre notas de ontem: em uma, confirma que não pagou os R$ 2 mil do aluguel do salão de festas da Sociedade Gondoleiros porque esta não forneceu certidões negativas dos tributos municipais, exigência da Lei de Responsabilidade Fiscal. Quanto ao Centro, o secretário Cezar Alvarez, da Smic, observa que já existe o Conselho Municipal de Segurança Cidadã, e que o governador Olívio Dutra e o prefeito Tarso Genro criaram um grupo de trabalho para a área. Alvarez afirma que existe sintonia entre os dois poderes. Em grande cena Amanhã chega ao final o 8º Porto Alegre Em Cena com um enorme saldo positivo. Depois das broncas que levaram ao afastamento da equipe responsável pelas edições anteriores, muitos diziam que o Em Cena deste ano não seria o bicho. Pois foi, e muito. A população ganhou neste período espetáculos de primeira grandeza, alguns inesquecíveis, e para todos os gostos. A Secretaria Municipal da Cultura e a secretária Margarete Moraes estão de parabéns. A discussão Os deputados Federico Antunes (PPB) e Dionilso Marcon (PT) se desentenderam ontem na reunião da Comissão de Agricultura, que tratou da violência em assentamentos. Frederico Antunes cobrava ações concretas para pacificar os ânimos, principalmente em Jóia, onde um agricultor foi assassinado por discordar de orientações do MST. Antunes chamou o MST de “covarde” e Marcon achou que era com ele. Antes, o advogado Nestor Hein, assessor jurídico da Farsul, lembrou que dos quatro mil assentamentos somente 156 se sustentam. Aviso de fraude O vereador Adeli Sell (PT) propõe que sejam suspensas as eleições dos novos conselheiros tutelares de Porto Alegre, eleição marcada para domingo. Adeli chuta o balde: sua proposta está calcada na absoluta falta de lisura e eqüidade entre os concorrentes. “Numa eleição em que se distribui comida em troca de votos, onde pessoas são ameaçadas e onde há candidatos com grandes problemas com a lei, o resultado, é óbvio, será uma fraude”, diz Adeli. É impressionante. Parece uma descrição de eleição do interior nordestino. Dia do Perdão O dia do Yom Kipur, Dia do Perdão dos judeus, levou os políticos às sinagogas em respeito pela data. O vice-governador Miguel Rossetto e o presidente da Assembléia Legislativa, deputado Sérgio Zambiasi (PTB), estiveram na sinagoga da rua Henrique Dias. O Yom Kipur deste ano teve mais significação ainda devido aos recentes atentados terroristas e à incerteza mundial com relação ao futuro. E aí entram todos os credos. É hora de coesão e de segurar as pontas para que a barbárie não se instale. Briga musical Acaba de sair decisão judicial sobre a ação que o músico João de Almeida Neto, entrou contra o município de São Lourenço e o presidente do festival Reponte da Canção, Adão Quevedo. Ele pedia reparação por danos morais, pagamento de direitos autorais sobre CD no valor de R$ 94,8 mil. A 3º Vara da Fazenda Pública decidiu pela improcedência da ação com relação a Quevedo procedência parcial contra o Município. Problemas da cidade Graças às áreas azuis foi criada mais uma profissão informal em Porto Alegre, o flanelinha de parquímetro. Este pessoal adquire um cartão de estacionamento e fica próximo aguardando os motoristas sem moedas. Então se oferecem para sacar o tíquete. Na volta, o motorista tem que pagar no mínimo de R$ 0,50 e dar algo para o obsequioso malandro. Quer dizer que, com ou sem parquímetro, o porto-alegrense não se vê livre dos achacadores e flanelinhas. Quase, quase... Estranha-se o silêncio oficial em torno de recente decisão em que o Cpers perdeu a bagatela de R$ 330 milhões, em ação que já transitara em julgado. Ou seja, quase, quase. O 2º Grupo Cível do TJ acolheu Ação Rescisória interposta pelo promotor da 5ª Vara da Fazenda Pública Roberto Neumann, cuja fiscalização descobriu que tinha boi na linha. ...nós marchamos E tinha. A ação pretendia vincular o salários do magistério ao salário mínimo, o que o STF já havia declarado inconstitucional. R$ 330 milhões é mais que a soma de todos os precatórios do Estado. Só os honorários advocatícios foram de R$ 15 milhões. Corre a notícia que existe outra ação semelhante no valor de R$ 500 milhões. Miúdas Será hoje às 13h30min, no Leopoldina, o II Encontro de Voluntariado Jovem da Parceiros Voluntários. CRT Brasil Telecom dará kits 14 aos 100 primeiros doadores que comparecerem na Santa Casa. Posse de Miguel Junqueira Pereira no Sindesergs será segunda às 19h30min, no Deville. Sindicato Rural de Bom Jesus inaugura hoje às 18h sua nova sede com a presença da diretoria da Farsul. Rota Metrópole completa a adesão do 20º hotel com a entrada do Plaza Porto Alegre. Médico Denis Martinez, especialista nos distúrbios do sono, finaliza seu livro de receitas para dormir bem. Citibank no Brasil, a história de 1915 a 2000 de Alcides Ferreira é um excelente instrumento de pesquisas. Advogado André Jobim de Azevedo (Faraco Azevedo Advogados) participou em Lima do V Congresso Regional Americano de Direito do Trabalho. Islândia é tema do Flávio Del Mese Slide Shows, sábados (18h/20h) e domingos (16h/20h). Conexão Brasília - Adão Oliveira O cisma A saída do ex-governador Antônio Britto e seu grupo, do PMDB, não foi inédita. Em 1984, também discordando da liderança nacional do partido, um grupo de pedessistas contrariou parte da cúpula nacional, que queria ver Paulo Maluf candidato à presidência da República, e saiu para criar o que se chamou, inicialmente de Frente Liberal. Isso aconteceu numa reunião na sede do PDS, sucedâneo da Arena, aqui em Brasília. O encontro foi tumultuadíssimo! O deputado federal Emídio Perondi, hoje presidente da Federação Gaúcha de Futebol, era da tropa de choque de Maluf e foi um dos responsáveis pela confusão, com intervenções agressivas e desrespeitosas aos seus adversários, ainda que companheiros. O nível baixou tanto que acabou provocando uma sucessão de renúncias começando pelo presidente nacional do partido, senador José Sarney, e de seu vice, Jorge Bornhausen. Os renunciantes, tão logo abandonaram a reunião, encontraram-se noutro local para fundar a Frente Liberal, depois batizada de Partido da Frente Liberal (PFL). Inicialmente o PFL teve 17 deputados federais e 5 senadores: Carlos Chiarelli, Marco Maciel, Jorge Bornhausen, José Sarney, Guilherme Palmeira e Lourival Baptista. Quatro meses depois, em dezembro de 84, o senador Carlos Chiarelli, acompanhado do ex-governador Amaral de Souza e dos deputados estaduais Rubi Diehl, Vercidino Albarello, Erico Pegoraro e Leônidas Ribas, fundou o PFL gaúcho. Ficaram no PDS os deputados federais Victor Faccioni, Nelson Marchezan, Telmo Kirst, Rubens Ardhengui, Emídio Perondi e o então governador Jair Soares. Eleito com Chiarelli pelo PDS, Jair não absorveu a debandada e retaliou os aliados do senador, demitindo-os de seus cargos no governo. Um ano e meio depois, Jair, acompanhado de seu amigo Germano Bonow, deixa o PDS e se integra ao PFL de Chiarelli. Os aliados de Chiarelli, demitidos por Jair, voltam, então, a ocupar seus antigos cargos no governo. Voltando ao plano nacional, o governador mineiro Tancredo Neves disputa com Paulo Maluf, no Colégio Eleitoral, sua indicação à presidência da República. E vence! Tancredo teve como companheiro de chapa, candidato à vice-presidência, o pefelista José Sarney, recém integrado ao PMDB por exigência da legislação. O companheiro preferido de Tancredo, hoje se sabe, era Marco Maciel e não José Sarney. Mas deu Sarney! Antes de assumir, Tancredo morre e José Sarney é empossado presidente da República e implanta o que se chamou de "A Nova República". E o Brasil mudou. Para pior! José Sarney deixa a presidência com o Brasil amargando uma inflação sem precedência. Seu antigo aliado, senador Carlos Chiarelli, consegue instalar uma CPI da Corrupção contra o seu governo. Depois veio Collor, mas isso é assunto para outro artigo. A debandada pelo grupo de Britto, do PMDB, pelo visto, não vai contribuir para mudar a história do Brasil, como fez o PFL, mas é certo que a política do Rio Grande não mais será a mesma. A alegação que deram Antônio Britto e seu grupo é de que cansaram "de brigar dentro de um partido" dirigido por quatro políticos cuja ética e a moral não são necessariamente os fundamentos básicos no exercício de seus mandatos, nem de suas ações pessoais. Pelo efeito dominó os dissidentes também não admitiam ser liderados, no Rio Grande, por pessoas, que segundo eles, estavam mancomunadas com a cúpula nacional do PMDB. Essa decisão embaralhou o cenário político-eleitoral do Estado. Ninguém, de sã consciência, poderá prever hoje quem será o hóspede oficial do Palácio Piratini, a partir das eleições de 2002: Olívio ou Tarso, Britto, Zambiasi, Bernardi, Bonow, Marchezan, Fortunati ou Simon? Como se vê, a debandada de Britto e seu grupo não vai mudar a história do Brasil, mas que vai complicar a política gaúcha, vai. Editorial Calote nos cheques atordoa o comércio Dados do Serviço de Compensação de Cheques do Banco do Brasil apontam para um calote no valor de R$ 52,9 bilhões, praticado nos últimos 12 meses, em todo o País. Foram 114,9 milhões cheques devolvidos por falta de dinheiro nas contas correntes. É uma quantidade quase 30% maior do que a registrada em idêntico período de 2000, recorde desde que o Plano Real foi implantado, em 1994. Cheque sem fundo não é novidade para os comerciantes, no entanto o que apavora é que o problema explodiu este ano. De janeiro a agosto de 2001, os cheques dos caloteiros aumentaram 34,5%, total de R$ 37,131 bilhões, ou R$ 9,4 bilhões a mais do que o ano passado. São Paulo, maior centro econômico da América Latina, respondeu por 36,5% do total. A Centralização dos Serviços Bancários, Serasa, indica que 12,9 em cada mil cheques compensados nos oito meses deste ano foram devolvidos, por absoluta falta de fundos, sendo o maior índice desde 1990, ano em que tal pesquisa foi iniciada. Em 2000, a taxa de devolução bateu em 10 por mil. Em agosto, o número de cheques sem fundos foi de 14,1 por mil. A Serasa somente considera cheques sem fundo os que são devolvidos na segunda apresentação. Técnicos continuam apontando o desleixo no recebimento dos cheques pré-datados como um sinal verde para que cada vez mais ordens de pagamento à vista não sejam honradas. Há casos de cheques emitidos num ano para serem descontados até 12 meses após, o que, convenhamos, é um convite a que ocorram problemas como o esquecimento puro e simples do compromisso ou, o que está se tornando comum, a pessoa faz o cheque quanto está numa situação financeira mas que mudou, totalmente, na hora do vencimento acertado com os lojistas. A Serasa informa também que o risco de não pagamento do cheque pré-datado estipulado para seis meses após sua emissão é 47 vezes superior ao de um cheque recebido à vista. A probabilidade de um cheque à vista ser devolvido é de irrisório 0,22%, enquanto o pré-datado para três meses é de 3,17%, razoável. Em 180 dias de prazo, o risco sobe para 10,34%. Consultar o serviço de Telecheque, informando antes o cliente do procedimento, é o conselho dado pelos especialistas aos comerciantes em geral. Há casos de lojistas que faturavam R$ 10 mil e recebiam de volta R$ 2 mil, com pré-datados de três meses ou mais. Com o procedimento mais rígido, os índices dos sem fundos caíram a níveis desprezíveis ou que podem ser assimilados. Também trabalhar com cartão de crédito é importante, mas a taxa a ser paga aos administradores do ramo é salgada, queixam-se os empresários do comércio varejista. Os supermercados têm sido os estabelecimentos mais atingidos, pois para ter comida para a família as pessoas não pensam muito em emitir o cheque, ainda que sabendo que não vão honrá-lo. Por isso, as grandes redes do setor estão criando, cada vez mais, seus próprios cartões de marca, com sucesso. O pavor dos consumidores continua sendo perder o emprego e a volta da inflação, segundo pesquisa da Federação do Comércio do Estado de São Paulo, Fecomércio, que faz levantamento através do Índice de Intenção do Consumidor, mês a mês. O otimismo subiu em agosto, na relação com julho, pois os problemas políticos no Senado não estão mais sendo levados em conta, Jáder Barbalho é considerado fora. Em setembro, com os ataques terroristas de Nova Iorque e Washington, a situação piorou. Enquanto isso, com as previsões ainda tão conflitantes sobre crescimento econômico, recessão, desemprego, dólar, juros e vendas, que todos tenham cuidado com os cheques pré-datados além de três meses. É melhor arriscar pouco e receber do que sonhar demais e cair no calote. Topo da página

09/28/2001


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