Deputado Marcon acusa oposição de criminizalizar MST
Segundo Marcon, o MST luta para que a Constituição seja cumprida integralmente e não apenas a “parte que agrada os poderosos”. O deputado considera que, ao suspender as vistorias nas fazendas gaúchas, o presidente Fernando Henrique Cardoso, mais uma vez, está rasgando a lei. “Não há limites para proteger o grande latifúndio. Se for preciso eles espancam, matam e rasgam a Constituição”, frisa.
O parlamentar afirma também que o conteúdo da agenda do MST, divulgado pela imprensa nesta quarta-feira, é público. “São palavras de ordem e expressões que nunca foram escondidas da população. Pelo contrário, tem sido ditas em alto e bom som em todas as marchas do movimento. Estão querendo transformar a agenda em cavalo de batalha”, avalia.
O parlamentar avalia que a iniciativa da oposição de instalar uma CPI sobre o MST, além de eleitoreira, representa uma revanche política às decisões da Justiça gaúcha, que tem analisado a questão da reforma agrária com mais cautela. “Os setores conservadores querem colocar, de qualquer maneira, o MST no banco dos réus. E, nada melhor para isso, do que montar um palanque eleitoral dentro do Legislativo, onde poderão promover o julgamento sumário, já que detém a maioria”, prevê.
O petista ironiza o anúncio do governo federal de que os participantes de ocupações serão banidos do programa de reforma agrária nacional. “Não é possível excluir alguém de um programa que nunca existiu. Na proposta de FHC sobram publicidade e especulação imobiliária no campo, mas falta o principal, que são os assentamentos”, critica.
Na avaliação do parlamentar, as ocupações de terra deverão continuar enquanto não houver políticas de combate à exclusão. “Colocar a polícia na rua para bater nos trabalhadores, não irá resolver o problema da fome e da miséria. Enquanto não houver política federal para as áreas sociais, as ocupações serão inevitáveis”, conclui.
05/08/2002
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