Deputados aprovam relatório e encerram a CPI de Combate ao Crime Organizado
A CPI de Combate ao Crime Organizado da Assembléia Legislativa encerrou seus trabalhos às 15h45min de hoje, dia 06/07. Após a votação em separado de três pontos polêmicos destacados pelos deputados da base governista, o relatório foi aprovado por unanimidade. Em seis meses de investigações, a CPI promoveu 31 reuniões, 23 audiências, 10 palestras, colheu o depoimento de 108 testemunhas, efetuou 53 prisões, indiciou 39 pessoas, afastou um delegado da Polícia Civil e 35 agentes. "As nossas melhores expectativas foram superadas", disse o presidente da CPI, deputado Paulo Pimenta (PT).
Desde 24 de março, o disque-CPI recebeu 1.149 denúncias, sendo 632 sobre narcotráfico, 101 sobre roubo de cargas, 39 sobre lavagem do dinheiro, 377 sobre outros temas, além de receber 119 correspondências. Neste período, a CPI recebeu 212 denúncias contra agentes da polícia civil, 31 contra delegados da polícia civil, seis contra policiais militares e quatro contra policiais federais.
Ao invés de criar mais uma Comissão Permanente, como queria o relator, os deputados Paulo Pimenta (PT), Roque Grazziotin (PT), Ciro Simoni (PDT) e Adroaldo Loureiro (PDT), propuseram a constituição de uma Comissão Temporária para acompanhar as investigações sobre o crime organizado no Estado. Também foi aprovada outra emenda que retirou do texto a proposta do relator de submeter os nomes dos dirigentes das Corregedorias à Assembléia Legislativa.
Pimenta achou estranho a CPI concluir pela necessidade de outra CPI. A emenda para retirar do texto esta proposta foi rejeitada por 8 a 3 votos. "A idéia de criar uma CPI da Segurança Pública não depende desta Comissão. A proposta que circula na Casa já colheu as 19 assinaturas necessárias para instalá-la. O saldo positivo do trabalho desenvolvido nestes seis meses foi a idéia consensual de manter a força-tarefa, como ocorre em São Paulo e nos EUA, só para citar dois exemplos. Neste tempo, identificamos e demos publicidade às rotas do crime em nosso Estado. A sociedade gaúcha saiu beneficiada com as investigações, que tiveram o apoio de mais de 50 profissionais das diversas instituições da área da segurança. É inoportuna, portanto, a sugestão do deputado Francisco Appio (PPB) de constituir nova CPI. Não somos, em absoluto, contra uma investigação na área da Segurança Pública, mas acreditamos não ser tema para esta CPI", concluiu.
09/06/2000
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