Deputados do PT acusam oposição de manipular a realidade
do governo Olívio Dutra é superior à gestão passada
Para o deputado Flávio Koutzii (PT), as declarações de setores da oposição sobre a execução orçamentária do governo Olívio Dutra “não passam de uma manipulação grosseira da realidade”. O parlamentar e o deputado Elvino Bohn Gass (PT) participam, em São Gabriel, da reunião do Fórum Democrático de Desenvolvimento da Assembléia na segunda-feira (13/5). O encontro, que irá debater este tema, será realizado na Câmara Municipal de Eventos, com início às 19h. Terça-feira (14/5), os deputados reúnem-se em Passo Fundo para discutir o mesmo tema que vem sendo objeto de análise da Comissão de Fiscalização e Controle do Legislativo.
Conforme Koutzii, que reassumiu seu mandato na Assembléia, após ter chefiado a Casa Civil nos últimos três anos, os números apresentados pelo presidente da Comissão, Berfran Rosado (PPS), não correspondem à verdade, pois, em comparação com o triênio inicial do governo de Antônio Britto, a execução orçamentária da Frente Popular é superior. “No ano passado, para uma despesa autorizada de R$ 11,7 bilhões, o gasto total foi de R$10,3 bilhões, representando a execução de 88,2% do orçamento. Se buscarmos os dados referentes a 1997, terceiro ano da administração do PMDB, vamos verificar que, naquele ano, Antônio Britto cumpriu 85,9% do projeto aprovado pelo Legislativo, isto é, um percentual inferior ao registrado em 2001”, argumentou o petista.
De acordo com Elvino Bohn Gass, atualmente a situação financeira do Estado é de equilíbrio, diferente do cenário de 98. “O próximo governo encontrará um Estado que caminha para o saneamento financeiro e que diminuiu o déficit orçamentário de R$ 1,47 bilhão, em 98, para R$ 555 milhões, em 2001. A redução, aliás, só não foi maior em função dos pagamentos da dívida renegociada por Antônio Britto. Além disso, devemos chegar ao fim deste ano com o déficit primário zerado. São dois resultados extremamente significativos que refletem o grande esforço que nosso governo empenhou desde o dia 1º de janeiro de 99 para superar o verdadeiro caos que herdou da gestão passada”.
Ao analisar apenas os gastos orçamentários nas áreas sociais, Koutzii destacou que, em todos os setores, o governo Olívio Dutra aplicou mais recursos, comparando o triênio 95-97 com 99-2001. De acordo com ele, mesmo utilizando o princípio dos valores pagos, como faz a oposição, os percentuais pagos (em relação ao orçado) são os seguintes: saúde- Britto 50,2% - Olívio 59,2%; segurança- Britto 78,2% - Olívio 95,6%; educação- Britto 87% - Olívio 87,3%; agricultura- Britto 57,4% - Olívio 70,5%; transportes- Britto 61,3% - Olívio 68%.
O petista também criticou os critérios utilizados pelo deputado Berfran Rosado para estudar os gastos da gestão da Frente Popular. “Às vezes, são considerados os valores efetivamente pagos, em outras tabelas são usadas os recursos empenhados, isto é, não há um parâmetro uniforme para avaliar a situação”, ressalta. Conforme ele, os recursos investidos nas áreas sociais, em 2001, foram de R$ 116 milhões, isto é, quase três vezes os valores que a oposição tem divulgado, que são R$ 48,3 milhões. Quanto à publicidade, o deputado informa que este gasto não ultrapassou R$ 20 milhões, quando a oposição diz que foram R$ 65 milhões.
“A conclusão que o nosso governo está aplicando mais em propaganda do que em educação e saúde é um insulto à inteligência dos gaúchos”, frisa. Bohn Gass também ressalta que o estudo da Comissão de Fiscalização contempla apenas os investimentos da Administração Direta do Estado, mas, ao analisar os gastos com publicidade, considera a Administração Direta e as empresas estatais, como o Banrisul, CEEE e CORSAN. “Além disso, os dados utilizados para o cálculo dos investimentos observam somente os valores pagos em 2001, isto é, os investimentos feitos no ano passado e que continuam a ser pagos em 2002 foram simplesmente ignorados, enquanto os dados de publicidade computam os valores empenhados. Não é ético comparar coisas completamente diferentes tentando manipular a opinião pública”, destacou.
05/10/2002
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