Deputados saem em defesa de pré-candidato
Deputados saem em defesa de pré-candidato
Os deputados petistas na Assembléia Legislativa, Paulo Rubem e Sérgio Leite, saíram em defesa, ontem, do secretário de Saúde do Recife e pré-candidato do PT ao Governo estadual, Humberto Costa, acusado pelo vereador Heráclito Cavalcanti (PFL) de se utilizar da estrutura da Prefeitura para para fazer campanha política em Garanhuns e Caetés, no último fim de semana. Os deputados não viram irregularidade administrativa ou crime eleitoral no uso pessoal do veículo Blazer (placa MUP – 7479) para a viagem.
A caminhonete pertence à locadora ABS Transportes, que tem contrato – sem licitação – com a Secretaria de Saúde da PCR para fornecer a frota (kombis e vans) que transporta equipes de combate a epidemias. “Qual é o problema? Não vejo nada de errado. Nada foi feito às escondidas. A viagem foi anunciada e o carro foi emprestado por um amigo”, ressaltou Paulo Rubem. O deputado referiu-se ao advogado Fábio Urbano, que aluga a Blazer desde janeiro.
Sérgio Leite disse que Humberto Costa – que estava acompanhado do presidente da Câmara de Vereadores do Recife, Dilson Peixoto – não não cometeu nenhum ato de improbidade administrativa, pois a Blazer não integra a frota da Secretaria de Saúde. Leite alertou que a oposição à Prefeitura vai tentar desgastar a imagem do secretário de Saúde perante a opinião pública, por ele estar se mostrando capaz de derrotar o Governo do Estado nas eleições deste ano. “A coisa não será para brincadeira, mas iremos rebater todas as ofensas, e partiremos ao ataque. Munição não falta: o PFL viveu a vida toda cometendo irregularidades”, disparou.
O líder das oposições na Assembléia, José Queiroz (PDT), acusou a oposição na Câmara de Vereadores de tentar deslocar o eixo das atenções da crise política (rompimento entre PFL/Roseana Sarney e Governo FHC) para uma questão menor. “Humberto tem retidão e caráter. Acho que a campanha vai ser marcada por denuncismos. O cidadão é quem vai perder, pois o debate sai do campo político.”
PSDB já anuncia Jarbas na vice
Segundo fontes do PMDB e do PSDB, governador pernambucano comunicou ao presidente nacional peemedebista, Michel Temer, que aceita a vice
BRASÍLIA – Embora não tenha anunciado oficialmente, o governador Jarbas Vasconcelos (PMDB) já é apontado, por líderes do PSDB e do PMDB, como o candidato à Vice-Presidência da República na chapa do senador José Serra (PSDB). Segundo líderes dos dois partidos, o “sim” de Jarbas foi dado ontem, durante almoço com o presidente do PMDB, deputado Michel Temer (SP), e depois de uma conversa com o líder do partido na Câmara, Geddel Vieira Lima. Hoje, o presidente do PSDB, deputado José Aníbal (SP), vai oficializar o convite e Jarbas terá um encontro com Serra.
“A vaga de vice não se disputa, é resultado de composição. Política é risco, mas é importante delimitar o risco”, disse Jarbas, referindo-se à necessidade de uma margem de segurança para que deixe o Governo do Estado.
Imediatamente após o convite dos tucanos, Temer vai convocar a executiva do PMDB para analisar a proposta de coligação. Para fechar a aliança, também vai ouvir os governadores e os candidatos aos Governos. Só depois de cumprido esse ritual é que o nome de Jarbas será anunciado. Essa estratégia tem como objetivo evitar que o governador seja bombardeado pelos setores contrários à aliança e por outros postulantes ao cargo. “Temos que construir uma maioria em torno do Jarbas”, disse Geddel. “Não tenho a unanimidade do partido”, reconheceu o governador.
Após o almoço com Jarbas, Temer iniciou o processo de consulta interna no PMDB. Mas a conversa mais importante ocorreu no fim da tarde, com o tucano Aníbal. Ficou acertado que Aníbal visitará Temer hoje para convidar o partido. “As conversas estão adiantadas. O Jarbas é uma figura respeitada e é um bom vice. Essa decisão é do PMDB, mas também é interativa. O vice tem que ter sintonia com o candidato a presidente”, afirmou Aníbal.
Depois de fechar com o PMDB, os tucanos vão intensificar as conversas com o PPB e ampliar os contatos com o PTB. Com o crescimento de Serra nas pesquisas, eles acreditam que poderão atrair os petebistas, hoje aliados do PPS. A última fase na formação da aliança será buscar o apoio do PFL. PMDB e PSDB acreditam que a candidatura da governadora Roseana Sarney (PFL-MA) não se sustentará.
PFL sugere Mendonça Filho para o Governo
Diante de toda a movimentação política do governador Jarbas Vasconcelos em Brasília, ontem, com tucanos e peemedebistas dando como certa sua indicação para a vice na chapa do PSDB, o vice-presidente nacional do PFL, senador José Jorge (PE), disse que é impossível o partido recompor com o Governo em torno da candidatura de José Serra.
José Jorge salientou, porém, que não há hipótese do PFL pernambucano brigar com Jarbas. Nem mesmo na hipótese de Jarbas concorrer à reeleição coligado com o PSDB, por conta da decisão do TSE de verticalizar as coligações. Neste caso, diz o senador, o PFL concorreria contra Jarbas, apenas para constar. “Como o Jarbas é imbatível no Estado, eu mesmo sairia candidato, já que tenho mais quatro anos no Senado”, contou.
“Se não pudermos estar juntos na eleição estadual, o melhor para nós é que Jarbas saia na vice de Serra, abrindo espaço para que a gente ganhe o Governo do Estado”, completou José Jorge. Ele acredita que, nesta hipótese, o vice-governador Mendonça Filho seria um candidato fortíssimo, garantindo ao PFL mais um Governo estadual, quando o partido tem hoje apenas quatro candidatos competitivos em todo o Brasil (RO, PI, BA e MA).
O convite (informal) a Jarbas para a vice de Serra foi feito no fim de janeiro, quando o ainda ministro da Saúde esteve no Recife. Na ocasião, Jarbas aconselhou Serra a esquecer as negociações da chapa para perseguir a inclusão do PFL na aliança. Já àquela altura, ele insistia em repetir, no plano federal, a aliança bem sucedida que construiu com tucanos e pefelistas no Estado.
Inocêncio tenta frear discurso de oposição
BRASÍLIA – Duas semanas fora do Governo depois de 39 anos no poder deixaram o PFL num dilema. O partido rompeu com o Governo do presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), mas não quer mais ser oposição, como chegou a pensar em ser. “Não será desta vez que o PFL estreará na oposição”, disse o líder do partido na Câmara, Inocêncio Oliveira (PE), no início da tarde de ontem. “No máximo, somos independentes”, completou.
Foi uma mudança muito brusca. De manhã, Inocêncio afirmara que, por força regimental, a partir daquele momento lideraria a oposição. De acordo com as regras internas da Câmara há o bloco da maioria e o da minoria. Eles têm até o direito de indicar representantes em órgãos importantes, como o Conselho da República e a Comissão do Controle Externo das Atividades de Inteligência.
Inocêncio disse que iria para o de controle externo e deixaria o Conselho da República com o PT. Segundo ele, porque prometera havia quase dois anos nunca mais pôr os pés no Palácio do Planalto (essa promessa ocorreu porque, na disputa pela presidência da Câmara, o líder concluiu que o Governo ajudara seu adversário Aécio Neves, do PSDB de Minas Gerais).
A decisão da executiva nacional do PFL, de autorizar a votação a favor da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) em um almoço realizado na casa do deputado Luciano Castro (RR), serviram para dissipar o clima pesado que pairava sobre os pefelistas. Sem a obrigação de continuar a briga com o Planalto por causa da imposição do rompimento com o Governo comandado pela governadora Roseana Sarney (Maranhão), os deputados pareciam aliviados.
Inocêncio dizia ainda que não mais assinaria o requerimento para a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) destinada a apurar os grampos telefônicos ocorridos nos últimos anos no País, entre eles os feitos na empresa da governadora Roseana Sarney. Na semana passada, o mesmo Inocêncio havia se transformado num incendiário orador a respeito da CPI.
Nas últimas duas semanas, o líder pefelista cumpriu bem o seu papel de parlamentar raivoso, implacável com o Governo Federal. Mas ontem, já livre das amarras da imposição de Roseana Sarney, o líder voltou a sorrir e a fazer brincadeiras, bem ao seu estilo.
Cercado de uma roda de representantes do Ministério Público que reclamavam contra a entrada na pauta do projeto que os silencia durante as investigações - conhecido por Lei da Mordaça -, Inocêncio declarou:
“Sou um liberal e acho que a lei da mordaça é um retrocesso”. Foi aplaudido pelos procuradores. O líder chegou a acrescentar: “Já fui a favor, mas agora sou contra, nada de mordaça”.
Família Sarney mostra revolta contra o marido de Roseana
BRASÍLIA – Um telefonema ouvido casualmente por um jornalista revelou a disposição da família de Roseana Sarney de responsabilizar Jorge Murad pelo desgaste da candidatura presidencial da governadora do Maranhão. No domingo, o deputado Sarney Filho (PFL-MA), ex-ministro do Governo Fernando Henrique e irmão de Roseana, descansava numa pousada em Pirenópolis, cidade goiana a 150 quilômetros de Brasília, quando resolveu ligar do aparelho celular para o pai.
Na conversa, testemunhada pelo repórter Ricardo Allan, do jornal Valor Econômico, Sarney Filho tentou convencer o senador José Sarney a fazer um ultimato à irmã: “Papai, Roseana tem de tomar uma decisão. Se quiser continuar com a campanha, que largue Jorge, ou então esquece a campanha logo de uma vez”.
Sempre de acordo com relato do repórter, que estava hospedado no chalé vizinho, Zequinha, como é conhecido, se queixava: “Sua saúde está indo embora, a minha também. Eu estou dormindo mal, tendo pesadelos toda noite. A gente não pode ficar sofrendo por causa de um irresponsável, porque Jorge é um irresponsável”.
A paciência de Roseana com Murad foi criticada por Zequinha. “Ela fica dando desculpa, dizendo que não... Que Jorge está com depressão, mas vai ter de tomar uma decisão. Vou ter uma conversa com ela. Isso tem de se resolver nesta semana.”
A antipatia da maioria da família Sarney em relação ao marido da governadora não é recente. Há cerca de 10 anos, quando Roseana separou-se de Murad, Sarney Filho comemorou.
AUDIÊNCIA – Por iniciativa do Governo, será pública, e não secreta, como estava prevista, a audiência que o diretor-geral da Polícia Federal, Agílio Monteiro Filho, e dois delegados Hélbio Dias Leite e Paulo Tarso participarão, hoje pela manhã, na Comissão de Fiscalização e Controle do Senado (CFC). Eles foram convidados para falar da investigação que está sendo realizada na empresa Lunus Serviços e Participações, pertencente à governadora do Maranhão, Roseana Sarney, e a seu marido Jorge Murad.
Ataque contra Humberto abre guerra na Câmara
Irritados com as críticas ao pré-candidato petista, integrantes da bancada do PT na Câmara Municipal ameaçam divulgar resultado de uma devassa na administração Roberto Magalhães
A denúncia de que o pré-candidato do PT ao Governo do Estado e secretário municipal de Saúde, Humberto Costa, teria usado a máquina pública em favor da sua candidatura culminou, ontem, numa guerra declarada na Câmara de Vereadores do Recife. O presidente da Casa, Dilson Peixoto (PT) – ligado a Humberto – ameaçou apresentar, a partir de hoje, o resultado de uma devassa na administração do ex-prefeito do Recife, Roberto Magalhães (PSDB). “Se eles querem guerra, vão ter guerra. Vamos mostrar quantos carros eram locados pela PCR, o aluguel de cada kombi, que custava cerca de R$ 100,00 e, na gestão de João Paulo, esse valor baixou para, aproximadamente, R$ 60,00, e ainda quem recebia empenho como pessoa física nas Secretarias de Cultura e Governo”, disparou.
Em contrapartida, a bancada de oposição, encabeçada pelo vereador Heráclito Cavalcanti (PFL), encaminhou um pedido de informações ao prefeito João Paulo (PT), questionando se ele tinha conhecimento da viagem de Humberto em campanha eleitoral, entre outros dados. Até a próxima sexta, Heráclito vai formalizar uma denúncia ao Ministério Público e ao Tribunal Regional Eleitoral. Além disso, a oposição não descarta a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar a suposta irregularidade.
“Humberto infringiu a lei quando aceitou a caminhonete Blazer para fins eleitorais, pois ele ainda não é o candidato oficial do partido. Outro agravante é que a empresa proprietária do veículo, a ABS, tem contratos com a PCR”, declarou Heráclito. Num levantamento realizado pelo vereador sobre os contratos realizados pela PCR, a ABS aparece como a beneficiada em duas operações sem licitação, somando R$ 1,2 milhão. Já o vereador Sílvio Costa (PSD) cobrou a presença de Humberto na Casa para se explicar.
O vereador João Arraes (PSB) se levantou em defesa do pré-candidato petista. Citando os filósofos Platão e Aristóteles, sugeriu que estaria havendo uma caça às bruxas e enfatizou que não há nenhuma irregularidade na atitude de Humberto. O líder da bancada governista, Jurandir Liberal (PT), respondeu atacando o PFL. “Um partido que tem a governadora Roseana Sarney como candidata à Presidência da República, não tem moral para acusar o PT.”
Tranqüilo, o pivô da guerra, Humberto Costa, disse que não vai à Câmara se explicar, pois não há motivos. “Não estava fazendo campanha, não pedi votos a ninguém. Estava organizando as bases na região e falei sobre as eleições como o próprio governador (Jarbas Vasconcelos) fala quando é questionado. Além disso, a Blazer foi paga por um amigo. Não usamos dinheiro da PCR, nem recebi favores do proprietário da ABS”, declarou.
Quanto à existência de dois contratos para a ABS, Jurandir explicou que a PCR iniciou o processo de licitação, mas houve contestação de duas empresas. “Mantivemos a ABS porque o processo licitatório está sub judice. Até lá temos que ficar com quem oferecer o menor preço.” O ex-prefeito, Roberto Magalhães, não foi localizado. Ele está em São Paulo. O vereador Roberto Andrade (PFL) assegura que qualquer denúncia contra Magalhães será rebatida.
Petista vai debater programa de Governo com a militância
O secretário municipal de Saúde, Humberto Costa (PT), participa hoje, como candidato ao Palácio do Campo das Princesas, da primeira plenária promovida pelo partido. Além de analisar o quadro político local e nacional, no debate que acontece às 19h, na sede do Sindicato dos Servidores Públicos Federais no Estado de Pernambuco (Sindsep), o petista estará expondo à militância um esboço da sua plataforma de Governo. Humberto Costa só deverá se desincompatibilizar da pasta no dia 6 de abril.
Como pré-candidato majoritário do PT, Humberto abrirá hoje uma série de encontros com os militantes. “A intenção é entrosar nosso partido em torno dessa candidatura e mostrar o que temos de propostas para o Estado”, assinalou um dos articuladores do palanque petista, o vereador Dilson Peixoto (PT).
De acordo com o presidente regional da legenda, Paulo Santana, o pacote de proposições de Humberto Costa só será definido depois da realização dos seminários internos. O primeiro deles acontecerá no próximo fim de semana, em Aldeia, onde serão acertados os últimos detalhes da campanha, como o cronograma de viagens do secretário e seu entrosamento com a chapa proporcional.
ASSALTO – Na madrugada de ontem a sede do diretório mu nicipal do PT, em Camaragibe, foi assaltada. O curioso é que na ação os bandidos só levaram as CPUs dos computadores (base de processamento e armazenamento de dados), deixando outros objetos de valor, como televisores e vídeocassetes. O comando do partido não descarta a hipótese de crime político.
Colunistas
PINGA FOGO - Inaldo Sampaio
Por exclusão
Durante almoço em Brasília, ontem, com a cúpula nacional do PMDB, Jarbas Vasconcelos sinalizou concretamente que aceitaria ser vice de Serra, desde que se cumpram duas preliminares. Primeiro, que o PSDB formalize, oficialmente, o convite ao PMDB para que faça a indicação do seu companheiro de chapa e, em segundo lugar, que o PMDB responda, também oficialmente, se tem interesse nesta aliança, e que nome ofereceria para ser o candidato a vice.
Em entrevista no último domingo a uma rede nacional de televisão, o presidente do partido, Michel Temer, deu a entender que gostaria de ser, ele próprio, o candidato a vice-presidente, mas como ficou inibido para advogar em causa própria limitou-se a apontar quatro alternativas na facção do partido que apóia o governo: Jarbas Vasconcelos (PE), Garibaldi Alves (RN), a deputada Rita Camata (ES) e o prefeito de Joinville (SC) Luiz Henrique da Silveira.
Ora, se a lógica da campanha de Serra é a mesma da de FHC, o candidato a vice-presidente será um nordestino. Na Bahia não há opções e no Ceará muito menos. Restariam quem? Jarbas e Garibaldi. Como o governo deste último esteve envolvido recentemente num mega escândalo, a única opção é Jarbas. Por exclusão.
Prefeito itinerante
Militante esquerdista à moda antiga, o prefeito de Igarassu, Yves Ribeiro, do Partido Socialista Brasileiro, desfilava ontem pelas ruas do Recife com uma vistosa camiseta vermelha com a fotografia de “Che” Guevara. Yves foi prefeito de Itapissuma duas vezes e acaba de alugar um imóvel em Abreu e Lima, cuja prefeitura pretende disputar quando concluir seu atual mandato. Domingo ele foi assistir a uma missa lá e foi aplaudido de pé quando pôs os pés na igreja.
Inconfidência 1
O jornal “Valor Econômico” não deu pra quem quis ontem no Congresso. O motivo da curiosidade foi a transcrição de um telefonema de Zequinha Sarney para “Sarneyzão” fazendo considerações sobre a candidatura da irmã. Zequinha descansava em Pirenópolis (GO) e não se deu conta de que no chalé vizinho ao dele estava um repórter do jornal.
Inconfidência 2
No telefonema ao pai, o irmão da governadora disse: “Papai, Roseana tem que tomar uma decisão. Se quiser continuar com a campanha, que largue Jorge (Murad), faça um pronunciamento público e fique longe dele (...). Sua saúde está indo embora e a minha também (...). A gente não pode continuar sofrendo por causa de um irresponsável”.
Sindicância para investigar Iran não saiu do papel
Completam-se hoje quatro meses da abertura de uma sindicância pela SDS para apurar as denúncias feitas por 8 coronéis contra o comandante da PM Iran Pereira. O responsável pela apuração é o procurador do Estado Luiz Guerra.
Ex-presidente da Amupe faz opção pelo PMDB
O empresário Ricardo Teobaldo, candidato a deputado estadual pelo PMDB, fincou os pés no Pajeú. Será apoiado em Tuparetama, juntamente com Joaquim Francisco (PFL), pelo ex-prefeito e ex-presidente da Amupe Pedro Tunu.
Livre pra voar
Inocêncio pretende sugerir ao PFL na próxima reunião da executiva nacional que abdique de candidatura própria à presidência da República. Quer que o partido fique livre para fazer as coligações do seu interesse em cada um dos 27 estados, o que tornaria bem mais fácil a candidatura de Marco Maciel para o Senado.
Bloco monolítico
Queiroz (PDT) sondou Brizola anteontem à noite sobre a possibilidade de os petebistas, atraídos por cargos no governo federal, abandonarem o barco de Ciro Gomes. O ex-governador do Rio garantiu-lhe que esta hipótese não existe. O PTB, disse ele, é tão pró Ciro, hoje, quanto o PDT e o PPS.
Pedro Eurico (PSDB) está convencido de que o candidato de Jarbas ao governo estadual é mesmo o secretário Raul Henry (educação). Ele acha que o governador está tão forte que pode dar-se ao luxo de fazer um sucessor da sua inteira confiança e ainda disputar o Senado ou a vice-presidência da República.
Políticos pernambucanos estão preocupados porque chegaram recentemente ao Recife, via empresas de São Paulo, aparelhos de fabricação israelense, de última geração, destinados a escuta telefônica. Os detalhes da compra ainda são desencontrados mas já é o suficiente para concluir que, em período eleitoral, a “arapongagem” continua em alta.
A juíza Denise Frossard está sendo esperada hoje no Recife. Às 20h ela estará fazendo uma palestra na Faculdade de Direito do professor Pinto Ferreira, a convite do Diretório Acadêmico. Para quem não a conhece, foi ela quem mandou para a cadeia, nove anos atrás, os principais bicheiros do Rio de Janeiro.
Na carta que entregou anteontem aos seus ex-colaboradores, pedindo apoio e votos para a Câmara Federal, Roberto Magalhães (PSDB) afirma que vai continuar trilhando “o caminho áspero e às vezes ingrato, mas dignificante, da vida pública”, certo de que contará com o apoio de todos que o ajudaram a governar Pernambuco e o Recife.
Editorial
LIXO COMPARTILHADO
As duas cidades mais populosas de Pernambuco, Recife e Jaboatão dos Guararapes, depois de muitas polêmicas e algumas reuniões com representantes do Governo Estadual, deram início, no começo deste mês, à gestão compartilhada do lixão da Muribeca.
É bom lembrar que, por não possuir local disponível para isso, a Prefeitura da Cidade do Recife vinha há muitos anos, com licenciamento da Companhia Pernambucana de Meio Ambiente (CPRH), depositando toneladas de lixo urbano naquele local. Quando expirado o prazo da permissão, considerou que teria havido uma tácita autorização para continuar usando o mesmo terreno, pertencente ao Município vizinho. Mas, a Prefeitura de Jaboatão dos Guararapes, em agosto do ano passado, interditou o aterro. Em apenas doze horas de interdição, 15 caminhões compactadores de resíduos sólidos e caçambas do Recife ficaram paralisados, a certa distância, com suas cargas, sem autorização para despejá-las. Eis uma pequena amostra do problema monumental que o lixo urbano representa.
A nova gestão compartilhada foi fruto de um acordo em que coube à Prefeitura de Jaboatão dos Guararapes, dona do terreno, ficar com a superintendência geral e administrativa do depósito controlado, enquanto a PCR assumiu as seguintes responsabilidades: 1. coordenar os investimentos indispensáveis à transformação do Lixão de Muribeca em aterro sanitário; 2. construir uma estação de tratamento do chorume, um líquido altamente tóxico, oriundo do processo de decomposição do lixo, munida de um sistema de drenagem dos gases; 3. recuperar as vias de acesso ao aterro; 4. realizar a cobertura das células (onde os dejetos se armazenam); e 5. implantar uma central de triagem, viabilizando a retirada das famílias que vivem naquele local.
De acordo com uma prestação de contas recente da PCR, todas as obras físicas incluídas no acordo já se encontram concluídas. No mais, é seguir funcionando como administradora adjunta dos serviços a serem executados. De certo modo, custou muito caro ao Recife usar o lixão de Muribeca, Mas não lhe restava outra alternativa para dar destino às centenas de toneladas diárias de lixo produzidas. Quanto ao Governo Estadual, coube-lhe, vamos dizer assim, a parte mais tranqüila do acordo, pois ficou com a administração técnica do projeto.
A solução encontrada pelas prefeituras de Jaboatão dos Guararapes e do Recife, de gestão compartilhada, com as adaptações necessárias, deveria ser repetida por outras cidades que tenham problemas com os chamados lixões. É claro que precisa haver criatividade para redução dos custos, já que nenhuma delas poderá arcar com todos os investimentos, como aconteceu na primeira experiência efetivada.
Lixo é, ademais, um assunto tão pouco atraente, que a mídia não tem falado, desde agosto do ano de 2001, sobre a tramitação do projeto de lei que tramita na Câmara dos Deputados, e relatado pelo deputado Emerson Kapaz, criando uma política nacional de resíduos sólidos “resultantes de atividades humanas”. Entre as metas propostas por ele, estaria a implantação, em apenas dois anos, da coleta seletiva obrigatória em todas as cidades com mais de 100 mil habitantes. Pelo projeto de lei, o contribuinte pagaria todas as inovações propostas, pois ele prevê a cobrança de taxa ou tarifa dos “produtores de resíduos urbanos” (lixo doméstico e comercial). O lado inovador é o querer criar estímulos fiscais para as empresas que reciclem o seu lixo.
Mas tal projeto não é o único tramitando no Congresso, sobre o assunto. Antes dele, dezenas de propostas foram apresentadas à Câmara de Deputados. Pena que ninguém sabe que fim levaram.
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03/20/2002
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