Deputados vão a Brasília levar projeto ao ministro Pratini de Moraes



A liberação emergencial de recursos para a criação de um fundo de amparo aos agricultores atingidos pela praga do cancro cítrico no Rio Grande do Sul e o estabelecimento de um programa de recuperação dos pomares, foram algumas das prioridades definidas na reunião realizada pela Comissão de Economia e Desenvolvimento da Assembléia Legislativa, nesta quarta-feira (09), no município de Sebastião do Caí, com a presença de mais de 250 participantes. Dada a gravidade do problema, o deputado João Fischer, presidente da Comissão, comprometeu-se em agendar uma reunião junto ao ministro da Agricultura, Pratini de Moraes, para gestionar a liberação de recursos financeiros na ordem de R$ 2 milhões, que, num primeiro momento serão utilizados para estruturar um programa destinado a deter a infestação nos pomares gaúchos atingidos pelo cancro cítrico, que só no Vale do Cai, representa 22 mil hectares plantado, proporciona 25 mil empregos diretos e movimenta anualmente R$ 110 milhões. O professor Rui Pereira Leite, pesquisador do Instituto Agrônomico do Paraná – IAPAR, considerado uma das maiores especialistas brasileiros nessa doença e um dos palestrantes do encontro, apresentou os avanços obtidos pelo seu estado no combate e controle da praga. Pereira Leite, apresentou também, um trabalho do seu instituto em relação a experiências realizadas com uma variedade de laranja, que ficou imune a praga. Para o deputado Fischer, são necessárias a tomada de medidas emergenciais e imediatas. Alertou que a possível condenação dos pomares contaminados pelo cancro cítrico, no Vale do Caí, deve ser encarada como algo extremamente grave para a economia da região e do Estado . “A erradicação dos pomares, erradica também o produtor”. Pesquisadores de entidades públicas, privadas e de universidades, foram unânimes em confirmar que bactéria do cancro cítrico é de difícil controle e sua ação na espécie vegetal pode ser comparada com a febre aftosa que hoje ataca os rebanhos, inclusive, em razão das suas implicações econômicas, já que dificulta a exportação dos frutos oriundos das zonas afetadas. Representando nove associações dos Vales do Caí e do Taquarí, a Associação Montenegrina de Friticultores apresentou um elenco de reivindicações que serão levadas ao ministro da Agricultura e ao governo do Estado. Dentre as medidas está a revitalização da pesquisa em citros, manejo de solo, fitossanidade e melhoramentos genéticos; implementação imediata das propostas apresentadas pela Secretaria da Agricultura para a defesa sanitária em citros, além da ampliação imediata dos quadros técnicos da Secretaria e Ministério da Agricultura. Na oportunidade, os produtores pediram a extinção da Comissão Nacional de Erradicação do Cancro Cítrico – CANECC, por não ter sentido de continuar existindo. Tal entidade, na visão dos citricultores, a entidade “perdeu a guerra contra a doença que surgiu em São Paulo em 1957 e se expandiu pelos diversos estados brasileiros, estando hoje, também presentes em outros países do Cone Sul, como Uruguai, Argentina, Paraguai e Bolívia”.

05/09/2001


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