Deputados votam hoje destaques do Orçamento








Deputados votam hoje destaques do Orçamento
O governo Federal montou um esquema de mobilização no Natal para forçar a aprovação da proposta para 2002.

Os líderes da base governista estão convictos de que haverá número suficiente de parlamentes para tentar concluir hoje a votação dos destaques ao Orçamento da União de 2002. A expectativa é de que a sessão da Comissão Mista de Orçamento, prevista para começar às 14h30, seja tumultuada e repita o duelo entre governo e oposição ocorrido na madrugada de sábado, quando os trabalhos foram interrompidos por falta de quórum. No Orçamento, entre outros assuntos, está a definição do aumento do salário mínimo para o ano que vem.

O governo montou uma grande operação para mobilizar sua base de sustentação no Congresso e reunir esta semana em Brasília quórum para aprovar o Orçamento de 2002, sem necessidade de acordo com os partidos de oposição.

Convocação - Em pleno Natal, época em que tradicionalmente Brasília está vazia, funcionários foram destacados para telefonar, enviar telegramas ou mensagens eletrônicas para todos os 513 deputados e 81 senadores, reforçando o ato convocatório dos presidentes do Senado e da Câmara, que estende o trabalho legislativo até o dia 7. "O governo tem maioria esmagadora na comissão e, se quiser, conclui a votação dos destaques do Orçamento", avaliou o líder do PDT, deputado Miro Teixeira (RJ).

O vice-líder do governo no Congresso, deputado Ricardo Barros (PPB-PR), reagiu: “A oposição perdeu o discurso e terá muita dificuldade para sustentar uma obstrução. Poderá até tentar essa manobra, mas vai custar caro, pois sua atitude será cobrada eleitoralmente”.

Tanto os aliados do governo quanto os líderes de partidos de oposição reúnem-se hoje para avaliar suas estratégias. Pela manhã, o líder do governo no Congresso, deputado Heráclito Fortes (PFL-PI), fará um levantamento da presença de parlamentares em Brasília e reafirmará a estratégia de realizar sessões de, no máximo, duas horas para impedir eventuais manobras da oposição.


TSE fará operação pente fino.
Ao destacar qualquer possibilidade de fraude na urna eletrônica, Favretto garante a inviolabilidade deste tipo de aparelho, que já é usado em 100% dos municípios gaúchos.

TSE (Tribunal Superior Eleitoral) vai submeter a contabilidade dos partidos políticos a uma operação pente-fino. O presidente Nelson Jobim anunciou que pretende cruzar as contas apresentadas pelos partidos à justiça Eleitoral com os dados disponíveis na Receita Federal sobre a cobrança da CPMF.

Com isso, a caixa-preta partidária pode estar chegando ao fim. “A fiscalização feita hoje pela justiça Eleitoral é meramente contábil. Queremos ter acesso às informações da aplicação do fundo partidário e verificar na Receita Federal se a movimentação é compatível com o declarado nas prestações de contas", explica Jobim.

Os mecanismos que vão permitir o cruzamento desses dados estão sendo concluídos pelo TSE. A implantação do sistema vai ocorrer em 2002, numa parceria da Justiça Eleitoral com o Leão. Não há preocupação, no projeto, com legendas determinadas e Jobim afasta a idéia de perseguição política.


Urnas eletrônicas são à prova de fraudes
Ao descartar qualquer possibilidade de fraude na urna eletrônica, Favretto garante a inviolabilidade deste tipo de aparelho, que já é usado em 100% dos municípios gaúchos.

O presidente do TRE (Tribunal Regional Ecitoral), Clarindo Favretto, prevê que o pleito de 2002 será mais fácil do que o de 1998, porque "as brigas ficam menos acirradas pela diversidade de candidatos a escolher".

Favretto destaca, ainda, a urna eletrônica como a forma mais segura para apurar uma eleição. Na opinião do presidente do TRE, a inviolabilidade deste tipo de aparelho está garantida. Ele descarta qualquer possibilidade de fraude e ressalta que "sem ela, seria um grande retrocesso". No RS, 100% dos municípios já usam uma eletrônica.

O eleitor jovem também terá atenção do TRE na próxima eleição, anuncia o presidente. "Vamos estimular a juventude a se interessar pela política."

Imunidade - O fim da imunidade parlamentar, que acaba de ser aprovada pelo Congresso Nacional, é considerada por Favretto como uma "evolução política". Para ele, "um parlamentar não pode se esconder atrás de um mandato para fugir da punição por delitos comuns, alheios à atividade política".

O presidente do TRE quer imprimir como marca de sua administração o espírito democrático e o interesse do povo pelo futuro do País, através da eleição dos seus governantes. “O povo vai escolher candidatos competentes e honestos, que serão os futuros deputados, senadores, governadores e presidente da República. A escolha dos mais competentes significa melhores governos”, diz Favretto.


Olívio não está bem no ranking de governadores
Pesquisa do Datafolha revela também que os maiores índices de rejeição a Lula estão nas capitais governadas pelo PT

Uma pesquisa do Instituto Datafolha divulgada na segunda-feira e realizada entre 12 e 14 de dezembro, em 353 cidades de 10 estados do País mostra o governador Olívio Dutra como um dos últimos colocados no ranking de governadores brasileiros.

Dois governadores do Sul do País ocupam as últimas posições no ranking, Olívio Dutra e Jaime Lerner (PFL), do Paraná. Eles obtiveram nota média idêntica: 4,8. Aplicando-se o critério de desempate, o gaúcho, com índice de popularidade 94, fica com a nona colocação e o paranaense, com 89, fica em último. Olívio tem 24% de aprovação dos gaúchos, 44% o consideram regular e 30 % o reprovam. Em relação ao levantamento anterior, ele desceu três pontos percentuais.

A governadora do Maranhão, Roseana Sarney, que aparece em segundo lugar na disputa pela Presidência em 2002, é a líder do ranking de governadores. Ela é aprovada pela maioria dos moradores de seu estado: 70% consideram seu governo ótimo ou bom. Para 22%, é regular Apenas 7% o reprovam. O índice de popularidade da governadora é 163. Essa é a primeira vez que o Maranhão é incluído no ranking, por isso não é possível comparar. Essa é a primeira vez que o Maranhão é incluído no ranking, por isso não é possível comparar.

Outro dado da pesquisa revela que, nas capitais onde o PT é governo, o índice de rejeição ao pré-candidato do partido Luiz Inácio Lula da Silva é maior. Em Porto Alegre, há 14 anos administrada pelo PT, 31% descartaram a hipótese de votar em Lula.

São Paulo, que tem na prefeitura a petista Marta Suplicy, concentra a maior taxa de rejeição: 37%. No Distrito Federal, que foi governado pelo petista Cristovam Buarque de 1995 a 1998, a taxa de rejeição a Lula é de 35%.


Moeda nova da Argentina tem apoio do Brasil
O presidente Fernando Henrique Cardoso enviou ao presidente da
Argentina uma carta apoiando o governo interino e dizendo que a recuperação argentina ajudará o Mercosul.


O Brasil apóia com ressalvas o projeto do presidente interino argentino, Adolfo Rodríguez Saá, para a criação de uma terceira moeda no país, o argentino.

Segundo declaração do embaixador brasileiro em Buenos Aires, Sebastião do Rego Barros, ao site de notícias argentino Âmbito Financeiro, a entrada em circulação do argentino é "uma maneira de ativar a economia sem fazer desvalorização ou dolarização."

No entanto, o embaixador disse que a emissão de uma nova moeda deve ser feita de maneira muito cuidadosa para que não gere inflação.

Rego Barros também apoiou a manutenção do câmbio fixo. Extra-oficialmente, no entanto, o governo brasileiro defende a liberação d o câmbio na Argentina.

O presidente do Banco Central, Armínio Fraga, o ministro Pedro Malan (Fazenda) e até o presidente Fernando Henrique Cardoso acham que a flutuação do peso aproximaria as políticas econômicas de Brasil e Argentina e fortaleceria o Mercosul.


PT admite que Britto pode vencer a eleição.
Já o ex-governador avalia o resultado da pesquisa como prova de que o povo teve tempo para comparar os dois governos.

O presidente estadual do PT, David Stival, admitiu, ontem, que "Britto pode vencer a eleição de 2002, se concorrer", apontando o ex-governador e Olívio Dutra como os dois nomes mais fortes ao governo gaúcho. Antônio Britto (PPS), por sua vez, afirma que "o povo pôde, com o tempo, fazer uma comparação entre os dois governos e ver quem estava realmente certo".

A avaliação de Stival e Britto foram feitas em cima dos resultados da pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha, que coloca o ex-governador em primeiro lugar na intenção de voto para o governo do Estado.

Stival afirma que "talvez Britto seja o candidato, junto com o atual governador, que tem mais chance de vitória". Caso isso aconteça, disse, "vai haver nova polarização eleitoral, como aconteceu na eleição estadual de 1998".

Britto - Ao avaliar a pesquisa, Britto critica o atual governo, dizendo que "a nossa administração pode ter cometido alguns erros, mas não aceitava rotina". já o governo petista, no seu entender, “ mantém uma rotina de radicalismo e falta de obras”.

Britto advertiu que “a situação do estado é muito grave” e comparou: “Mesmo tendo clima e câmbio favoráveis, o PT não soube administrar”.

O ex-governador prevê que o eleito em 2002 vai receber “um cofre cheio de slogan e nenhum dinheiro para trabalhar”.



Colunistas

COISAS DA POLÍTICA


Militância
O líder da bancada do PT na Assembléia Legislativa, deputado estadual Dionilso Marcon, disse que a pesquisa da Datafolha está sendo utilizada como propaganda eleitoral. Marcon acredita na militância do partido para que a campanha de 2002 ao governo do Estado seja vitoriosa.

Intransigência
O líder da bancada do PPB, deputado estadual Vilson Covatti, atribuiu a derrota do projeto do governo que previa aumento do ICMS “à intransigência do PT em aceitar a emenda proposta pela bancada progressista, que garantia o apoio proposto pela bancada progressista, que garantia o apoio proposto pelo Executivo sem penalizar a sociedade”.

Definição
Amanhã, o presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, Fernando Záchia, do PMDB, terá uma reunião com 22 vereadores para definir quem vai presidir a Casa no próximo mandato. Dois nomes estão na disputa: o PT reinvidica o nome do vereador Estilac Xavier, mas José Fortunati (PDT) poderá ser o escolhido.

Boa convivência
A deputada federal Yeda Crusius, do PSDB, disse que terá uma boa convivência com o presidente estadual do partido, deputado federal Nelson Marchezan. Yeda quer que Marchezan lidere a sua maioria e leve o PSDB ao crescimento que os presidentes anteriores construíram.

Jogadas complexas
O deputado federal Alceu Collares, do PDT, disse que o ex-governador Antônio Britto (PPS) tem “jogadas complexas. É evidente que ele é candidato ao governo. Não entendo por que não admite. Britto teria oito minutos de propaganda se ficasse no PMDB. No PPS, terá um minuto. Será que ele quer ser vice de Ciro Gomes à Presidência da república.

Alianças na mira
O presidente estadual do PPS, deputado federal Nélson Proença, está conversando com todos os partidos políticos do Estado. Proença já manteve contato com o PTB e o PDT, os dois partidos mais próximos de uma aliança com o PPS. Novos encontros devem acontecer no início do ano.

Festival da liberdade
O deputado estadual Onyx Lorenzoni, do PFL, tem autorização do presidente nacional do partido, senador Jorge Bornhausen, para a realização do Festival Jovens Talentos da Liberdade, em abril e maio de 2002, no Estado. O tema das músicas será a liberdade e participam jovens de até 25 anos. A final será em Porto Alegre.

Reflexo da CPI
O deputado estadual Vieira da Cunha, do PDT, acredita que a má performance do governo na pesquisa Datafolha deve-se aos indícios apontados pela CPI da Segurança Pública. "O envolvimento do PT com o jogo do bicho refletiu na avaliação do governo."

Cedendo a apelos
O vereador de Porto Alegre José Fortunati (abaixo), do PDT, volta a ser candidato à presidência da Câmara Municipal no próximo mandato. Fortunati decidiu ceder aos apelos para que aceite ser confirmado no cargo. Sua indicação havia sido feita pelo PT, partido que deixou em setembro.


Candidato próprio
E O deputado estadual João Osório, do PMDB, reúne-se com o senador Pedro Simon, amanhã, em Rainha do Mar, no Litoral Norte do Estado. "É importante buscarmos um encaminhamento para o PMDB no Estado. Temos que ter candidato próprio ao governo e escolher logo o nome do partido."


Editorial

Números otimistas

Durante entrevista para falar das perspectivas para o ano que vem, o presidente do Banco Central, Arrnínio Fraga, afirmou que mesmo na hipótese de manutenção da taxa básica de juros em 19% ao ano, o crescimento real da economia seria superior ao de 2001 (projetado em 2%), chegando a 2,5%. Ele anunciou ainda que a variação projetada para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), antes de 3,9%, caiu para 3,7%.

Fraga disse que o motor do crescimento em 2002 deverá ser a indústria, cuja expansão deve ficar entre 4% e 5%. Ele destacou que a taxa de investimentos de 2001, que sinaliza aumento de capacidade para o próximo ano, deve ficar em 23% do PIB.

Isso tudo apesar dos choques sofridos pela economia, este ano. Além da desaceleração mundial, dos efeitos da crise argentina sobre o câmbio doméstico e dos atentados terroristas
de 11 de setembro nos Estados Unidos, o Brasil teve de conviver com a crise energética em 2001, Na medida em que se supõe que não haverá tantos sobressaltos no ano que vem, está delineado o espaço para a queda da inflação, como espera Fraga.

O presidente do Banco Central acredita que o cenário melhorou. A economia mundial está voltando a crescer. A crise argentina, embora no seu auge, não está afetando tanto o mercado de câmbio brasileiro. A perspectiva de ingresso de capitais estrangeiros, que havia sido afetada pelos atentados de 11 de setembro, também melhorou.

Por tudo isso podemos esperar, para o ano que está chegando, que haja a possibilidade de retomada da trajetória de queda dos juros básicos, o que poderia levar a um crescimento superior ao projetado. Seria um ótimo presente de Ano Novo aos brasileiros.


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12/26/2001


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