Descoberto encontro sigiloso
Descoberto encontro sigiloso
entre o petista e o tucano.
Luiz Inácio Lula da Silva e José Serra tiveram uma conversa sigilosa há um mês, no hangar de uma companhia de táxi aéreo no aeroporto de Congonhas, em São Paulo.
Um encontro casual, juram assessores dos dois lados. "Você tem tempo para a gente conversar um pouco", sugeriu Lula, convite prontamente aceito por Serra. Os dois trancaram-se numa das duas salas reservadas do hangar, para o espanto dos assessores, e conversaram reservadamente por cerca de 30 minutos. Distantes poucos metros, os dois times ficaram calados, após uma troca protocolar de cumprimentos.
FHC agradece compreensão dos militares.
Mas eles dizem que "compreensão não enche barriga".
Reclamam do tratamento dispensado nos últimos anos.
O presidente Fernando Henrique Cardoso surpreendeu os militares ao fazer, no sábado, um discurso de agradecimento às Forças Armadas, pela compreensão que tiveram durante os oito anos em que governou. FHC falou durante coquetel no Quartel General do Exército, logo depois do desfile de 7 de setembro, e tentou justificar os cortes orçamentários impostos às tropas, alegando que eles ocorreram em decorrência das dificuldades enfrentadas pelo país, ressalvando que, se mais não fez pelos militares, foi porque não foi possível.
O discurso, que não durou nem cinco minutos, foi ouvido atentamente pelos militares. Mais tarde, comentaram que "compreensão não enche barriga de ninguém" e "que não torna nenhuma tropa operacional, nem mesmo bem equipada".
Na disputa dos direitos de resposta, Serra vence Ciro por 6 a O no TSE.
Candidato tucano é recordista em representações, com 19
das 38. Já Ciro sentiu-se atacado pelo tucano oito vezes.
Desde que começou o horário eleitoral gratuito, os ministros do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) vêm tentando decidir uma questão específica: o que é ofensa? Recordista em número de representações ao TSE - 19 das 38 registradas - o candidato tucano José Serra por nove vezes se sentiu ofendido pelo candidato Ciro Gomes, da Frente Trabalhista.
Os ministros concordaram seis vezes e concederam a ele direito de resposta. já Ciro sentiu-se atacado e ofendido por Serra oito vezes, mas até agora não obteve vitória.
"O que está havendo é que os assuntos levados ao TSE de interesse do candidato Ciro Gomes estão sendo decididos contra ele por falta de razão dele", disse o ministro José Gerardo Grossi.
Em sucessivas representações, Ciro disse ter sido agredido. Uma delas, por exemplo, foi quando Serra apresentou cenas em que o candidato da Frente chamava de burro um eleitor baiano. Em um primeiro momento, foi bem-sucedido.
Vices polarizam debate na TV
O debate dos candidatos a O vice-governador do Estado, promovido ontem pela TVE/RS (Televisão Educativa do Estado), acabou polarizado nas críticas as duas últimas administrações estaduais e na troca de acusações entre os candidatos da Frente Popular, Miguel Rossetto (PT), e da coligação O Rio Grande em Primeiro Lugar, Germano Bonow (PFL). Segurança pública, privatizações, demissão de funcionários, falta de investimentos, geração de empregos e promessas foram os temas mais lembrados.
Colunistas
COISAS DA POLÍTICA
Surfe e pesca
O deputado estadual do PDT Kalil Sehbe pediu urgência na votação do projeto de sua autoria que prevê demarcação de áreas de surfe e pesca. Kalil teme mais mortes com a proximidade do verão.
Democracia e Gestão
O presidente da Câmara, o vereador do PDT José Fortunati foi convidado pelo prefeito de Porto Alegre João Verle para participar do 4º Congresso da Cidade, que terá uma plenária preparatória que acontecerá quarta-feira. O principal tema do evento, que vai até junho de 2003, será Democracia e Gestão do Estado.
Interiorização
A Comissão de Agricultura da Assembléia, presidida pelo deputado estadual do PPB Frederico Antunes dará continuidade a interiorização das suas audiências. No dia 26 estará em Uruguaiana.
Energia elétrica
A Comissão de Cidadania da Assembléia realizará dia 10, em Caxias do Sul, audiência pública para abordar denúncias do Movimento dos Atingidos por Barragens sobre o aumento da energia elétrica. A comissão é pelo deputado estadual do PT Roque Grazziotin.
Concurso público
Na próxima terça-feira, a Assembléia aprecia o veto do Executivo ao projeto do deputado estadual do PTB Eliseu Santos que prevê regras especiais em concurso público para beneficiar judeus e adventistas.
Transporte aéreo
A senadora do PT Emília Fernandes denuncia que o pacote de medidas para o setor de aviação, lançado pelo governo federal, contém somente providências paliativas, sem resolver a situação das empresas brasileiras de transporte aéreo.
Editorial
O BOOM AGROPECUÁRIO
A Agricultura brasileira está em um ótimo momento. Talvez por causa do seu excelente desempenho, o PIB (Produto Interno Bruto) do país não fechará o ano em queda. O crescimento, pequeno, deverá ficar em apenas 1,6%.
Somente os setores agropecuário e de extração mineral, apresentaram o resultado do primeiro semestre de 2002 superior ao do mesmo período de 2001. E é do campo que vêm os sinais mais estimulantes da economia brasileira.
A agropecuária deverá responder por 8,1% do PIB brasileiro neste ano, o melhor resultado desde 1994.
Grande parte desse bom resultado já apresentado até agora e estimado para o resto do ano é proveniente da recuperação dos preços de alguns produtos no mercado internacional. A soja, por exemplo, deverá ter um grande aumento este ano em virtude da seca nos EUA. A estimativa é do presidente da Farsul (Federação da Agricultura do RS). O produto é a principal cultura brasileira.
A renda da soja deve crescer 27% neste ano, não só por causa do aumento do preço também influenciado pela desvalorização cambial, mas também pelo crescimento da produção.
Outra cultura em evidência é a laranja. O faturamento dos produtores da fruta pode aumentar mais de 60% em 2002 com o crescimento de quase 40% da safra e da recuperação dos preços - igualmente influenciados pela desvalorização do real - e dos baixos estoques da indústria esmagadora. No café, o aumento da safra resultará no crescimento de 30% da renda dos cafeicultores. Toda a produção agropecuária deve resultar, neste ano, num faturamento bruto de mais de R$ 100 bilhões - um recorde. É quase 10% mais que o resultado obtido pelos agricultores e pecuaristas brasileiros no ano passado. A riqueza parece estar tomando um novo rumo. Antes, era produzida no meio urbano para então passar para o campo.
Agora, deixa o campo para chegar às cidades, incrementando o consumo e incentivando outros ramos. O bom desempenho do setor serviu, por exemplo, para influenciar positivamente na mecânica, exigindo a aceleração na fabricação de equipamentos agrícolas.
Observou-se ainda o aumento da demanda, nas regiões agrícolas, de bens duráveis, como eletrodomésticos e veículos. Assim, as indústrias têm de produzir mais.
É pena - e porque não dizer uma grande injustiça - que os países ricos imponham tantas barreiras para o ingresso de nossos produtos. Se não fosse assim, nossa agroindústria teria condições de abastecer satisfatoriamente esses importantes mercados e gerar ainda mais emprego e renda internamente. Todos sairiam ganhando.
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09/09/2002
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