Desenvolvimento do Paraguai e do Uruguai beneficia Brasil, diz embaixador
O desenvolvimento dos dois sócios menores do Mercosul - Paraguai e Uruguai - será benéfico não somente para as populações desses países, mas também para o Brasil. Este é o principal argumento do embaixador Antônio José Ferreira Simões, subsecretário-geral da América do Sul, Central e do Caribe do Ministério das Relações Exteriores, em defesa do Fundo de Convergência Estrutural do Mercosul (Focem).
Durante audiência pública promovida nesta terça-feira (27) pela Representação Brasileira no Parlamento do Mercosul (Parlasul), o embaixador lembrou a importância, para o Brasil, de ter vizinhos prósperos e estáveis. O Focem, em sua opinião, tem um papel fundamental na redução das assimetrias entre os países que integram o bloco.
- Os recursos do Focem vão beneficiar esses países, mas também ajudarão os interesses brasileiros. Quanto mais o Paraguai estiver dentro da legalidade e da produção, melhor para o estado do Paraná. Quanto mais crescer o Uruguai, mais beneficiaremos o Rio Grande do Sul - exemplificou.
Em sua exposição aos deputados e senadores da representação, Simões lembrou que o PIB brasileiro representava apenas 30% do PIB da América do Sul nos anos 70. Atualmente, alcança 54%. As reservas internacionais brasileiras, prosseguiu, já chegam a US$ 350 bilhões - o equivalente ao PIB da Argentina. Os números ilustram, na opinião do embaixador, a "grande responsabilidade" do Brasil em relação aos demais países do bloco.
Ao responder à senadora Ana Amélia (PP-RS), durante o debate, Simões informou que o principal projeto financiado pelo Focem até o momento é o de construção de uma linha de transmissão da hidrelétrica binacional de Itaipu até a capital do Paraguai, Assunção. Ele ressaltou que o fundo já tem projetos avaliados em US$ 1,1 bilhão, dos quais US$ 824 milhões do Focem e o restante de contrapartidas nacionais. O Brasil responde por 70% dos recursos do Focem.
Automóveis
O presidente da representação, senador Roberto Requião (PMDB-PR), considerou arriscada a possibilidade de o governo brasileiro vir a isentar do aumento de 30 pontos percentuais do Imposto de Produtos Industrializados (IPI), válido para carros importados, os veículos de empresas chinesas montados no Uruguai.
Simões lembrou que o Brasil importou apenas 8 mil carros do Uruguai no ano passado, uma quantidade modesta em relação ao total do mercado brasileiro, de 3,6 milhões de automóveis. O senador Jaime Campos (DEM-MT), por sua vez, defendeu a implantação de indústrias brasileiras nos demais países do Mercosul. O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) informou ter sido convidado para uma reunião do Parlatino e disse acreditar em uma convergência, no futuro, entre essa instituição e o Parlasul.
27/09/2011
Agência Senado
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