Desmatamento da Amazônia Legal cai pela metade depois da Eco92, aponta IBGE



Segundo o Instituto a queda  é significativa devido às ações de fiscalização do governo federal 

O desmatamento da Amazônia Legal caiu praticamente pela metade 20 anos depois da Eco92, a primeira conferência do clima realizada no Rio de Janeiro. Naquele ano, em 1992, foram registrados 13.786 novos km² de desmatamento. Após atingir altos índices em 2004, quando 27.772 km² foram desmatados, a área afetada foi reduzida para a 6.238 km² em 2011.

Os dados são do levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgado nessa segunda-feira (18). A pesquisa Indicadores de Desenvolvimento Social 2012 (IDS) traça um amplo panorama do País na área ambiental, social, econômica e institucional para subsidiar decisões políticas para o desenvolvimento sustentável.

Para a coordenadora técnica e de planejamento da pesquisa do IBGE, Denise Kronemberger, “a queda do desmatamento é significativa, devido às ações de fiscalização do governo federal. Um instrumento importante é o Projeto de Monitoramento do Desflorestamento na Amazônia Legal (Prodes) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. Feito por meio de satélite, o monitoramento contribui de forma extensa para a construção dessas informações”, explicou.

A coordenadora ressalta que as principais ameaças ao ecossistema brasileiro são as queimadas e os incêndios florestais.  “O ano de 2011 atingiu um marco histórico de redução dos focos de queimadas com 61.267 focos contra 236.14 em 1991”, diz.

Segundo o IBGE, a concentração mais extensa e recorrente de queimadas é no Arco do Desflorestamento e das Queimadas, que fica ao sul e leste da Amazônia Legal – Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Pará, Amapá, Tocantins, oeste do Maranhão e Mato Grosso. Apesar da redução, a área desflorestada hoje é quase 20% da área florestal original da Amazônia.

A pesquisa aponta ainda que, na região do Arco do Desflorestamento, as queimadas estão associadas ao desmatamento, sendo corresponsáveis pela destruição de grandes áreas florestais. Entre outras conseqüências, além dos danos à biodiversidade, há a exposição do solo, intensificando processos erosivos e o comprometimento dos recursos hídricos.

A pesquisa mostra também que, nos últimos 11 anos, a reciclagem nacional do alumínio atingiu o mais alto da série histórica com 98,2%. “Em 1993, a reciclagem girava em torno de 50%. Estamos tão avançados nesse setor que superamos os Estados Unidos e a Europa com 58,1% e 64%, respectivamente”, afirmou a Kronemberger.

A coordenadora explicou que esse crescimento do setor acontece devido ao retorno financeiro oferecido para os catadores. “Atualmente, uma tonelada de alumínio equivale a R$ 3 mil”.

Apesar de estarem em ritmo crescente, o papel, o vidro, as latas de aço e a resina PET apresentaram índices de reciclagem menores que as latas de alumínio, de 47%. “Em 2009, o Brasil ocupou o segundo lugar em reciclagem PET no mundo pelo Compromisso Empresarial para Reciclagem”. Segundo Kronemberger, a melhor forma de ampliar os níveis de reciclagem de materiais no Brasil é ampliar a coleta seletiva.

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Fonte:
Planalto

 



19/06/2012 16:07


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