DESPESAS MÉDICAS PODEM TER SIDO PAGAS DUAS VEZES
A afirmação do juiz Aluízio Rodrigues, do TRT-PB, de que as despesas médicas do acidente que sofrera 1988 foram pagas por seu seguro de saúde, chamou a atenção do relator da CPI do Judiciário, senador Paulo Souto (PFL-BA). Uma ata de reunião do próprio TRT-PB, em poder do senador, informava que as despesas tinham sido pagas pelo tribunal.Paulo Souto indagou se ele tinha conhecimento de que o TRT-PB pagara parte de suas despesas, o que foi negado pelo juiz. Rodrigues reafirmou que suas despesas tinham sido pagas pelo Seguro Bradesco.O juiz narrou o fato para mostrar que não utiliza benefícios da instituição a que pertence, mesmo quando justificáveis - como seria, em sua opinião, o pagamento das despesas hospitalares decorrentes do acidente. Mas o relator, com as notas fiscais do tratamento na mão, acabou por desconfiar de outra irregularidade:- Se o seguro pagou, a clínica recebeu duas vezes - afirmou Paulo Souto, ressalvando que sequer pretendia entrar neste assunto.O presidente da CPI, senador Ramez Tebet (PMDB-MS), solicitou ao depoente que enviasse à comissão a comprovação de que as despesas teriam sido pagas pelo seguro de saúde. O juiz afirmou que iria procurar os comprovantes, acrescentando que isto cabia à CPI, já que não tem poderes para exigir os documentos, seja da clínica que o atendeu, seja do seguro de saúde, que não mais utiliza. Tebet afirmou que a denúncia, de qualquer maneira, será apurada. PRORROGAÇÃOOs trabalhos da CPI do Judiciário irão até 5 de outubro. A prorrogação foi comunicada nesta terça-feira (dia 24) ao plenário, conforme requerimento contendo 27 assinaturas. A Mesa enviou o ato para publicação. O prazo inicial de funcionamento da CPI terminaria nesta quinta-feira, 26 de agosto.
24/08/1999
Agência Senado
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