DIA DO TAQUÍGRAFO / Tecnologia garante qualidade à profissão



A data de 6 de maio é reservada no calendário para lembrar uma das profissões mais antigas da humanidade: a de taquígrafo. Através da taquigrafia é possivel preservar a memória política dos parlamentos. De origem desconhecida, a técnica de abreviar palavras se mantém atual, pois a tecnologia não conseguiu substituir o método que consiste em escrever tão ligeiro quanto se fala. As gravações dos discursos e a informática vieram para facilitar o trabalho dos profissionais.

O Departamento de Taquigrafia da Assembléia Legislativa tem vários motivos para comemorar. Desde o ano passado vem implantando uma série de mudanças que permitem dar maior agilidade e qualidade ao trabalho final que é a transcrição de discursos e manifestações dos parlamentares em comissões e sessões plenárias. O setor tem hoje 45 profissionais concursados, sendo a maioria de mulheres.

A diretora do departamento, Moema Bauer, informa que desde novembro do ano passado, o setor vem conseguindo antecipar em 12 horas a disponibilização da 1ª versão das sessões plenárias no Diário da Assembléia On-Line. Até então, o material das sessões só poderia ser acessado pela Internet depois de passar pela Corag (que publicadava o Diário) e pelo setor de informática do Legislativo. Agora, através de sistema instalado na própria Taquigrafia, as sessões podem ser disponibilizadas no mesmo dia. A segunda versão, com fotos e edição vai para a Internet no dia seguinte.

O setor de mídia eletrônica da Assembléia está concluindo módulo que permitirá à Taquigrafia agilizar ainda mais a publicação desse material. Também será possível ampliar as áreas de pesquisa para o público externo, via Internet. Basta acessar a página da Assembléia www.al.rs.gov.br e entrar no link Diário da Assembléia On-Line.

Outra mudança que diz respeito diretamente ao departamento, refere-se às gravações das sessões e comissões que até o momento são pelo método analógico. Computadores estão sendo instalados nas salas de comissões e no plenário para que as gravações passem pelo processo digital. Moema explica que isso garantirá maior espaço de armazenamento da memória da Assembléia Legislativa, sem falar na qualidade dos discursos e manifestações que entrarão para a história do parlamento gaúcho.

Um pouco da história

A história da taquigrafia no Rio Grande do Sul começou na década de 1930, quando o Irmão Pedro, da Ordem dos Padres Lassalistas, passou a utilizar o método francês Duployé, exclusivamente para a atividade comercial. A taquigrafia parlamentar foi introduzida no Estado por Bolívar Fontoura, que morreu aos 98 anos, em junho do ano passado. Fontoura foi o patriarca de uma família de taquígrafos que se mantém até hoje na Assembléia Legislativa. O filho de Bolívar, Hélio Ricardo Carneiro da Fontoura, foi o primeiro funcionário contratado oficialmente pelo Legislativo. Hélio e o pai integraram a equipe incumbida da transcrição de todas as manifestações da Constituinte de 1947. O filho de Hélio, Ricardo Fontoura, seguiu a tradição da família e também é taquígrafo concursado do Legislativo. Hoje é diretor de mídia eletrônica.

05/06/2002


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