Dieese: 94% dos pisos salariais negociados em 2010 tiveram ganhos acima da inflação



A maioria das negociações coletivas entre patrões e empregos teve reajustes salariais acima da inflação no ano passado, de acordo com o estudo “Balanço dos Pisos Salariais Negociados em 2010”, divulgado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) nesta terça-feira (14).

Segundo a pesquisa, feita através do Sistema de Acompanhamento de Salários (SAS), das 660 negociações de pisos salariais analisadas pelo Dieese no ano passado, 94% tiveram reajustes em percentuais acima do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), indicador normalmente usado nas negociações de acordos coletivos. Em 2% das negociações, os aumentos foram iguais ao índice da inflação e em 4% os pisos salariais foram corrigidos em percentuais inferiores ao INPC acumulado desde a última data-base.

Para o Dieese, o bom resultado das negociações dos pisos salariais está vinculado ao comportamento da economia brasileira em 2010. Isso se deve, principalmente, ao crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 7,5%, ao aumento do salário mínimo e ao crescimento do emprego formal.

O maior reajuste salarial concedido no ano passado representou um ganho real de 34,3% acima do INPC e o menor teve perda real de 8,6%. Ambos foram observados no setor industrial. O destaque foi o setor rural, onde todos os pisos analisados tiveram aumento acima da inflação.

Embora a maioria dos reajustes tenha sido acima da inflação, a maior parte das negociações de pisos acompanhadas pelo Dieese em 2010 se concentrou nas menores faixas salariais. Quase um terço dos pisos negociados tinha valor de até R$ 550 e metade não passava dos R$ 600. Os pisos superiores a R$ 1.000 representaram apenas 6% do total analisado. O menor valor de piso salarial registrado em 2010 foi de R$ 510, equivalente ao salário mínimo vigente no período, e o maior chegou a R$ 2,6 mil. O valor médio do piso foi R$ 669,16, superior a 2009, quando o valor médio foi R$ 611,89.

“Se, por um lado, observa-se um quadro positivo de valorização dos pisos salariais via aumentos reais, por outro é notável como ainda são baixos os salários de entrada de boa parte dos trabalhadores brasileiros”, diz o Dieese.

Dos 660 pisos analisados, 639 envolviam funções para as quais não era necessário ter nível universitário. Para quem tem nível superior, o piso salarial médio no ano passado foi R$ 1.356,08. Para os trabalhadores que não tinham faculdade, o piso médio foi R$ 646,58.

No ano passado, o salário mínimo necessário para cobrir as despesas dos trabalhadores deveria ser R$ 2.110,26, valor 4,14 vezes superior ao mínimo do período (R$ 510).


Fonte:
Agência Brasil



14/06/2011 19:36


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