Dilma lamenta morte do cineasta Eduardo Coutinho
A presidenta Dilma Rousseff, por meio de seu perfil no Twitter, lamentou o falecimento do cineasta Eduardo Coutinho. “Foi com tristeza que soube da trágica morte do cineasta Eduardo Coutinho, autor de Cabra Marcado para Morrer, Peões e Edifício Master”, disse. De acordo com a presidenta, “o Brasil e o cinema brasileiro perderam hoje seu maior documentarista”.
Dilma também exaltou a maneira de trabalho do cineasta. “Coutinho deixava que os personagens contassem suas histórias com suas próprias palavras, criando assim uma relação direta com o espectador”, afirmou.
O secretário do Audiovisual do Ministério da Cultura, Mario Borgneth, também se manifestou: "Coutinho deixará uma enorme lacuna no cinema documental contemporâneo. Suas obras, porém, permanecerão como clássicos do gênero a inspirar as novas gerações."
Entenda o caso
O cineasta Eduardo Coutinho, 80, foi supostamente assassinado a facadas por seu filho Daniel, 41, na manhã do último domingo (2), no Rio de Janeiro. A esposa de Eduardo, Maria das Dores Coutinho, 62, também foi atacada e está internada em estado grave.
De acordo com amigos da família, Daniel sofre de problemas mentais e faz uso de remédios controlados.
Trajetória profissional
Integrante do Centro Popular de Cultura (CPC) da UNE nos anos 1960, iniciou as filmagens do então filme de ficção Cabra Marcado Para Morrer, sobre as Ligas Camponesas, que foi interrompido pelo Golpe Militar de 64. Retomado em 1981, Coutinho encontrou os personagens e documentou a história da família de camponeses que, como o filme, foi dispersada no período ditatorial. Cabra Marcado Para Morrer, o documentário, é um dos principais filmes da história do cinema brasileiro e abriu caminho para uma das carreiras mais profícuas e importantes de nosso cinema.
A partir de Santo Forte (1999), Coutinho aperfeiçoa seu estilo de escuta e construção de personagens no documentário. Seu humanismo e sua alteridade se refletem esteticamente em documentários sobre os mais diversos aspectos da vida brasileira como a religiosidade (Santo Forte, 1999), as relações entre os moradores de um prédio em Copacabana como metáfora social e antropológica do País (Edifício Master, 2002), sobre os operários anônimos que participaram das greves operárias do ABC, junto a Lula (Peões, 2004), sobre a passagem do tempo e a velhice (O Fim e o Princípio, 2005).
Um dos seus documentários mais radicais, Jogo de Cena (2005), Coutinho filma depoimentos de mulheres comuns contando suas histórias de vida, intercaladas por atrizes, contando as mesmas histórias, aprofundando sua pesquisa sobre o cinema, a realidade e a construção de histórias a partir do filtro de uma câmera.
A este seguem-se Moscou (2009) e As Canções (2011).
Fonte:
Portal Brasil
Ministério da Cultura
03/02/2014 17:07
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