Dilma Rousseff fala sobre crise financeira internacional em entrevista nos EUA



A presidenta Dilma Rousseff concedeu entrevista coletiva nesta quinta-feira (22), no último dia da viagem à Nova York, nos Estados Unidos (EUA). Dilma ficou quatro dias na cidade onde, além de outros compromissos, participou da 66ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas, sendo a primeira mulher a abrir o Debate Geral desde a fundação da instituição.

Durante a entrevista, a presidenta fez um relato dos compromissos em que participou em Nova York, incluindo oito encontros bilaterais com chefes de Estado e de Governo e três reuniões na ONU: uma relativa a doenças crônicas não transmissíveis, outra à questão do empoderamento das mulheres, e a terceira sobre segurança nuclear.

Na conversa, Dilma disse que espera que a crise financeira mundial seja resolvida. Segundo ela, apesar do Brasil não ser responsável pelo problema e sofrer os efeitos diretamente, ainda recebe conseqüências. “Primeiro, porque o mercado internacional reduz. Ele se reduz, na medida em que as economias desenvolvidas diminuem o tamanho de seus mercados, na medida em que há desemprego, na medida em que há contração da demanda. Sofremos as consequências e, como sofremos as consequências, julgamos que temos todos os direitos de participar e de discutir as saídas”, afirmou.

Sobre a repercussão de seu discurso na abertura da assembleia da ONU, a presidenta disse ter recebido muitas manifestações de concordância, especialmente do presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos.“Com ele eu acertei que nós precisamos estreitar as relações dentro dos países da Unasul e, portanto, que iríamos fazer uma reunião de presidentes de Banco Central e de ministros da Economia da região, mais uma vez, no sentido de consertar, acertar e articular todas as reações macroeconômicas que vamos fazer”, revelou.

A respeito da crise na Grécia, Dilma Rousseff afirmou que uma decisão precisa ser tomada para resolver o problema. “Ninguém acredita que um pacote de 8 bilhões resolva o problema da Grécia. Então, você tem de buscar a solução que seja politicamente consistente com o problema”.

A presidenta falou ainda da reforma do Conselho de Segurança da ONU. “Eu acho importante para o mundo que a gente atualize o Conselho de Segurança. No seu formato atual, ele foi produzido num outro contexto, tanto econômico como geopolítico, baseado numa visão de mundo que dava vantagens inequívocas para aqueles países que tinham controle da tecnologia nuclear (…). O mundo caminha para uma outra concepção, e há uma nova realidade econômica; os emergentes são uma realidade. Acredito que os pleitos tanto para ampliar e modificar os membros permanentes quanto para integrar os não permanentes com novas nações são pleitos justos e legítimos.”


Fonte:
Blog do Planalto



22/09/2011 19:30


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