Dilma sanciona lei do Mais Médicos



A presidenta da República, Dilma Rousseff, sancionou, na manhã desta terça-feira (22), em Brasília, a lei que institui o Programa Mais Médicos. A iniciativa, criada por Medida Provisória e cujo projeto de lei foi aprovado na semana passada pelo Congresso Nacional, estimula a atuação de médicos nas regiões carentes do País. Com a sanção do programa, o Ministério da Saúde (MS) passa a ser o responsável pelo registro dos profissionais do Mais Médicos formados no exterior.

Segundo Dilma, até abril de 2014 serão 13 mil profissionais atuando pelo programa e cobrindo uma população de 46 milhões de brasileiros. Ela agradeceu aos médicos formados no país e aos que vieram de outros países, “ajudando, apoiando e demonstrando imenso carinho”.

Para a presidenta, o programa, além de tratar da questão da desigualdade no acesso aos serviços de saúde, ainda estrutura o Sistema Único de Saúde, classificado por Dilma como uma grande conquista brasileira. Segundo ela, a aprovação do Mais Médicos pelo Congresso Nacional reconhece a importância do SUS, dando mais força ao sistema e funcionando como uma coluna vertebral de sustentação.

“Mais médicos nos postos de saúde e na atenção básica vai significar sempre menos doença, e é essa a equação básica fundamental. O Mais Médicos veio efetivamente para mudar esse quadro de distribuição do acesso ao médico. (…) Mas também estamos ampliando a infraestrutura, e tudo isso está sendo feito em parceria com os municípios. Essa estrutura na qual investimos quase R$ 13 bilhões”, completou.

Durante a cerimônia de sanção da lei, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, apresentou um balanço do programa, que já conta com profissionais em atividade nas Unidades Básicas de Saúde do interior e das periferias de grandes cidades. “Entre médicos brasileiros e estrangeiros que atuam dentro do programa Mais Médicos, foram mais de 320 mil consultas realizadas por esses profissionais. E cerca de 13 mil pessoas retiraram medicamentos nas farmácias populares”, informou Padilha.

De acordo com o ministro, muitos municípios brasileiros não tinham médicos diariamente e agora são assistidos por profissionais do programa Mais Médicos. “O objetivo do Mais Médicos é acelerar investimentos em infraestrutura e ampliar o número de profissionais nas regiões mais carentes do País”, destaca Padilha.

O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, anunciou que, até 2018, será assegurada residência médica para todos os formandos de medicina e que essa deverá ser realizada em unidades de atenção básica, pelo período de até 2 anos.

Ainda segundo Mercadante, as diretrizes curriculares dos cursos de medicina foram colocadas em debate para melhorar e humanizar a formação. “Serão criadas mais de 12 mil vagas em residência médica e mais 11 mil vagas em cursos de graduação”, informou o ministro.

A presidenta lembrou ainda que se passaram 120 dias desde quando publicou os 5 pactos para melhorias dos serviços sociais juntamente com governo e representantes de movimentos sociais. Dentre os pactos, constava o de melhoria da saúde pública, consequentemente, o aumento no número de médicos e especialistas. “O programa trata de estruturar a grande conquista da população brasileira, que é o Sistema Único de Saúde (SUS)”, destacou. 

O programa

O Mais Médicos foi lançado pela presidenta Dilma Rousseff no dia 8 de julho e faz parte de um amplo pacto de melhoria do atendimento aos usuários do SUS, com objetivo de acelerar os investimentos em infraestrutura nos hospitais e unidades de saúde e ampliar o número de médicos nas regiões carentes do país, como os municípios do interior e as periferias das grandes cidades. Os médicos do programa recebem uma bolsa R$ 10 mil, paga pelo Ministério da Saúde, mais ajuda de custo.

O texto final da lei que institui o programa, aprovado na última quarta-feira (16) pelo Senado e no dia 8 de outubro por uma Comissão Mista na Câmara, aponta o Ministério da Saúde como o responsável pela emissão do registro profissional de médicos formados no exterior. Os Conselhos Regionais de Medicina (CRMs) permanecerão com a responsabilidade de fiscalizar o trabalho dos médicos do programa. Também prevê que o programa terá a duração máxima de seis anos, sendo que a permanência do médico depois dos três primeiros anos somente será permitida após a revalidação do diploma e a inserção desse profissional a uma carreira médica. Esta carreira ainda será regulamentada.

Atuação dos profissionais

Os médicos da primeira etapa do programa estão alocados em 577 municípios e 17 Distritos Sanitários Indígenas. As regiões mais carentes do país foram as que receberam primeiro os profissionais do programa, uma vez que 71% dos locais atendidos ficam no interior do país.

Do total de locais atendidos, 423 são cidades com 20% ou mais de sua população em situação de extrema pobreza, que possuem mais de 80 mil habitantes e menor renda per capita, além de regiões indígenas. As demais áreas atendidas são periferias de 20 capitais e 151 regiões metropolitanas.

Atualmente, 1.061 profissionais com registro no Brasil e no exterior já estão atuando em unidades de saúde em todo o País, beneficiando mais de 3,6 milhões de brasileiros. A maioria (61%) dessas pessoas vive no Norte e Nordeste. Considerando os 2.597 profissionais da segunda seleção, que devem iniciar suas atividades ainda em outubro, mais nove milhões de brasileiros terão o atendimento em atenção básica reforçado em suas cidades, totalizando, assim, 13,3 milhões de pessoas beneficiadas pelo programa.

Durante o primeiro mês de trabalho dos profissionais do programa Mais Médicos, em setembro, a população das cidades contempladas já pode sentir a ampliação da capacidade de atendimento na atenção básica. Considerando a atuação dos 577 médicos brasileiros e dos 260 estrangeiros que obtiveram registro ainda naquele mês, foram realizadas cerca de 320 mil consultas nas unidades básicas de saúde.

A presença dos profissionais também ampliou o acesso dos brasileiros a medicamentos por meio do Programa Farmácia Popular. No período, 13,8 mil pacientes retiraram medicamentos das farmácias populares com receitas emitidas por médicos do Mais Médicos.

 

Fontes:

Portal Brasil

Ministério da Saúde



22/10/2013 19:36


Artigos Relacionados


Queremos atingir 13 mil médicos pelo Mais Médicos até abril de 2014, diz Dilma

Dilma comemora aprovação da MP do Mais Médicos na Câmara

No Ceará, Dilma se diz orgulhosa por ter criado o Mais Médicos

Dilma: Mais Médicos é o pacto pela saúde pública

Dilma afirma que Mais Médicos vai melhorar muito o atendimento hospitalar

Jorge Viana elogia programa Mais Médicos lançado por Dilma