Diógenes vai confirmar à CPI que fez “bravata”





Diógenes vai confirmar à CPI que fez “bravata”
Em seu depoimento de hoje, o presidente do Clube pretende assumir que deu “carteiraço” e vai inocentar o governador

Ao receber reclamações de extorsão dos apontadores do jogo do bicho, Diógenes diz que decidiu verificar se o chefe de Polícia não estaria envolvido com a contravenção

O presidente do Clube de Seguros da Cidadania, Diógenes de Oliveira, confirmará em seu depoimento à CPI da Segurança, hoje, que deu um "carteiraço" no ex-chefe de Polícia, delegado Luiz Femando Mibino, quando pediu que não repdnússe o jogo do bicho. Ele também vai reafirmar que o governador Olívio Dutra não tinha conhecimento do encontro.
Diógenes passou a tarde de ontem no escritório de seu advogado, Ricardo Cunha Martins, estudando o caso. Tranqüilo, sentado em uma poltrona do escritório, Diógenes não quis comentar a fundo o teor de seu depoimento. De bom humor, mostrou uma medalha de prata que ganhou quando trabalhou em Angola, na África. "É prata paraguaia, mas é uma medalha", brincou.
Freqüentador assíduo dos bares do Mercado Público, no Centro, o presidente do Clube começou a receber reclamações de que a polícia estaria extorquindo os apontadores do jogo do bicho. Desconfiado, segundo ele, resolveu falar com o chefe de Polícia da época para investigar se esse também não estava envolvido com a contravenção. "O governador não sabia de nada”, garantiu. “Foi uma bravata minha.”


PT não declarou ao TRE o uso do prédio.
O Clube de Seguros da Cidadania, entidade integrada por petistas e simpatizantes do PT para financiar o partido e obras sociais no Rio Grande do Sul, não consta da prestação de contas da campanha do governador Olívio Dutra registrada no TRE (Tribunal Regional Eleitoral). A informação é da Folha de São Paulo. Para integrantes da CPI da Segurança Pública, o fato evidencia crime eleitoral e entrará no relatório que será divulgado no dia 14.

No prédio do clube - comprado com dinheiro de doações para ser sede do diretório do PT - funcionou o comitê da campanha de Olívio em 1998. Ele foi doado ao PT em forma de comodato, um empréstimo gratuito que deve ser devolvido posteriormente. Na época, o prédio custou R$ 310 mil. 'A legislação determina que toda a doação, seja ela direta ou indireta,deve ser registrada. Vai para o meu relatório"; disse o relator da CPI, Vieira da Cunha.


"Denúncia de Zülke é vazia."
O presidente da CPI, Valdir Andres (PPB), considerou "vazias" as denúncias do deputado Ronaldo Zülke de que os documentos relativos à quebra dos sigilos bancário e fiscal foram retirados da CPI. Andres entende que o petista está querendo criar um incidente para atrapalhar o trabalho da Comissão. "O relator, que tem acesso ilimitado aos documentos, está de posse deles", disse. "Ele precisa estudá-los para fazer o seu relatório final."
Ao não encontrar os documentos, pedidos pela CPI da Segurança Pública, no sábado pela manhã, Zülke, se revoltou. Ele considerou isso como um ato irregular.
O deputado petista afirmou que os documentos deveriam estar na sala da CPI. Zülke considerou estranho que não houvesse um protocolo, onde fosse anotado quem pegou, o dia e para onde foi.
A partir das 10h de hoje, depõe na CPI o presidente do Clube da Cidadania, Diógenes de Oliveira, e o diretor do Clube, Daniel Gonçalves. Na próxima sexta-feira, estão previstos os depoimentos dos secretários da Justiça e Segurança, José Paulo Bisol, e da Fazenda, Arno Augustin.


48 policiais demitidos, 214 afastados
Prefeito Tarso Genro defende a inflexibilidade na punição de irregularidades cometidas por petistas e ataca oposição

Governador disse ontem, na Câmara Municipal de Porto Alegre, que a oposição "têm maior facilidade em lidar com a corrupção a roubalheira e a contravenção".

O governador Olívio Dutra disse ontem, durante o 14º Encontro Municipal do PT, na Câmara Municipal de Porto Alegre, que os adversários do PT (Partido dos Trabalhadores), devido aos seus projetos políticos, "têm maior facilidade em lidar com a corrupção, a roubalheira e a contravenção".
Sem citar nomes nem partidos, Olívio também declarou que a oposição está nivelando por baixo a disputa política e que o PT está enfrentando críticas desqualificadas. Segundo o governados atualmente quem não se enquadra na globalização é tratado como " terrorista ou criminoso".
Olívio fez questão de ressaltar que a limpeza na área da segurança pública tem sido a marca do seu governo. Olívio apontou a demissão de 48 policiais, afastamento de outros 214 como indicativo da disposição do atual governo em promover a limpeza necessária na policia.


Müller confirma mais quatro gravações.
O ex-delegado Wilson Müller está de posse de quatro fitas que lhe foram entregues por um cliente, mas garante que não conhece o conteúdo delas. "Nunca disse e nem sugeri que as fitas se referem à CPI. Elas estão num envolope lacrado," afirma. Müller disse que o governo do Estado deve se preocupar em explicar os fatos relacionados à CPI. "O governo não vai me intimidar com bravatas e nem dizer como eu vou exercer a minha profissão", enfatiza.


Chico Vicente, do PT, ameaça processar Cezar Schirmer.
A executiva do Partido dos Trabalhadores vai entrar com uma queixa-crime contra o deputado federal e presidente estadual do PMDB, Cezar Schirmer. O futuro secretário-geral do partido, Francisco Vicente, considerou uma "leviandade" do deputado vincular o PT com o crime organizado.
O peemedebista afirmou, em entrevista ao jornal O Sul, que o PT tem ligações com os jogos eletrônicos, com a lavagem de dinheiro e o crime organizado. "Na nossa avaliação é o partido dele (Schirmer) que tem ligações com o submundo", afirmou. "Um partido que tem Jader Barbalho, que, apesar dos escândalos, não foi expulso."
Quanto à imunidade parlamentar de Schirmer, Vicente acredita que o deputado deveria abrir mão desse privilégio. Segundo ele, o peemedebista tem que ter dignidade para poder provar as acusações. "Ou prova as acusações ou se retrata", desafiou.
Francisco Vicente afirmou que o PT decidiu processar todos aqueles que caluniarem o partido.


Eduardo Jorge: fim do processo.
O ex-secretário-geral da Presidência da República Eduardo Jorge Caldas Pereira está convencido de que todas as investigações contra ele por enriquecimento ilícito, tráfico de influência e até mesmo por suposto envolvimento no desvio de recursos do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo serão arquivadas.
Ele comemorou a decisão do Senado Federal de arquivar, na semana passada, as investigações contra ele que tramitavam na Comissão de Fiscalização e Controle da Casa. "Quando a nação souber de todos os detalhes da perseguição contra mim, os instrumentos e crimes cometidos, ficará estarrecido", afirmou.
Sobre a autuação de R$ 200 mil da Receita Federal, Eduardo Jorge garante que também se trata de "fraude" com conotação política e explica que não foi autuado por sonegação fiscal, mas por suposto erro na declaração de Imposto de Renda. Ele vai pedir a abertura de inquérito administrativo e penal contra os fiscais da Receita para provar que nada há de errado em suas declarações de renda e patrimônio.


Vitórias dão fôlego a Maluf.
Três importantes vitórias judiciais deram fôlego ao ex-prefeito Paulo Maluf, depois de cinco meses sob pressão das autoridades que investigam as contas na Ilha Jersey, que beneficiam sua família. Os crimes não desapareceram, mas ao completar 70 anos em setembro Maluf teve os prazos de prescrição reduzidos pela metade.
A sentença mais significativa foi assinada pela juíza federal Adriana Soveral, da 8º Vara Criminal. Ela decretou a prescrição dos crimes de responsabilidade e falsidade ideológica, atribuídos a Maluf na ação que apura a emissão irregular de títulos públicos.
A primeira vitória deu-se quando a juíza Soveral determinou ao Ministério da justiça a liberação para os advogados de Maluf de eventuais documentos enviados pela Suíça ou por Jersey.
Esse acesso, antes mesmo dos procuradores que pediram a quebra do sigilo bancário no exterior examiná-los, pode facilitar a transferência dos recursos para outras contas. A terceira vitória veio do TJ de São Paulo, que anulou a quebra dos sigilos bancário e telefônico dos familiares de Maluf.


Governo Sarney espionava Genoíno.
Documento da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) que conta a história oficial de um dos ex-presos políticos mais famosos do Congresso, o deputado José Genoíno, revela que o órgão que substituiu o temido SNI, criado na ditadura militar, espionou mais na Nova República do que no tempo dos militares.
No seu conteúdo, o documento mostra a filosofia que sustentou a chamada comunidade de informações durante praticamente quatro décadas: são relatos medíocres, feitos na maioria de transcrições e colagens de manifestações públicas do deputado e que não fazem jus a sua trajetória de guerrilheiro.
Mas se o documento é pobre no conteúdo, é paradoxalmente rico no seu cronograma: revela ao País que, como órgão de espionagem, o então SNI foi muito mais ativo no primeiro governo civil depois da ditadura do que no próprio regime militar, no qual se notabilizou como órgão repressor.
Mais da metade de suas 64 páginas relatam atividades políticas de Genoíno no governo presidido por José Sarney, que deve ficar perplexo ao descobrir que no governo que ele decantava como o da consolidação democrática, se grampeavam telefones do Congresso e de residências.


Roseana, Itamar e Jabas podem ficar inelegíveis
Se descumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal torna os políticos inelegíveis, três presidenciáveis estão fora do jogo

Se o passaporte para a Presidência é o cumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal, três dos governadores pré-candidatos - Itamar Franco (PMDB-MG), Roseana Sarney (PFL-MA) e Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) - seriam hoje condenados pela lei, e dois - Tasso jereissati (PSDB-CE) e Anthony Garotinho (PSB-RJ) - receberiam aprovação.
Levantamento feito pela Secretaria do Tesouro especialmente para o jornal O Estado de S.Paulo, com base nos relatórios fiscais fornecidos pelos governadores, mostra que os cinco pré-candidatos melhoraram o desempenho de suas contas mas Roseana, Itamar e Jarbas permanecem desajustados e terão de reduzir despesas com salários e endividamento se não quiserem enfrentar problemas com a Lei Fiscal.

ITAMAR - Opositor radical do programa de privatização, o governador Itamar Franco teria suas contas em pior situação não fossem as privatizações da Telemig e da Cemig (30% do capital privado).
Apesar do esforço que fez este ano para reduzir despesas com salários, os gastos com pessoal sobem para 70,2% da receita, estourando em mais de 10% os 60% definidos pela Lei de Responsabilidade Fiscal. Os limites de endividamento também estão estourados.

ROSEANA - Governadora de um Estado pobre, com uma das menores receitas tributárias do País, Roseana tem como problema mais grave a enfrentar o tamanho da dívida, que só tem crescido.


Tasso e Garotinho no limite.
o governador do Rio, Anthony Garotinho (PSB), é um beneficiário da sorte. Em sua gestão os preços do petróleo explodiram no exterior, engordando os royalties a que o Estado tem direito, por concentrar 80% da produção de óleo do País. O caixa de Garotinho transbordou em 2000.
O governador do Ceará, Tasso Jereissati (PSDB), tem apresentado uma gestão financeira estável. Só contrata despesas quando há receita para bancá-las. O endividamento é baixo, os salários de funcionários também estão contidos.
As punições previstas na Lei Fiscal assustaram os políticos que trataram de melhorar suas contas, temendo tomarem-se inelegíveis. O levantamento da Secretaria do Tesouro mostra que dos 27 Estados, 16 estão no limite de 49% de gastos da receita comprometidos com salários do Poder Executivo, e seis estouraram as contas. Não há informações dos cinco restantes.


Editorial

Oportunidades para o Brasil

José Carlos Grubisich, vice-presidente mundial da Rhodia, analisa, em artigo para o jornal Valor, os reflexos dos atentados terroristas aos EUA, e acredita que há razões para manter o otimismo no Brasil. "Mesmo com todo esse clima negativo que se abateu sobre as pessoas em todos os lugares e, particularmente, sobre a economia brasileira, há sim condições de afirmar que agora é a hora do Brasil mobilizar os seus recursos, que não são poucos se comparados aos de outros países na mesma situação, e mostrar todo o seu potencial de desenvolvimento."

Ele diz que, embora os atentados aos EUA tenham elevado a insegurança mundial - inclusive no que diz respeito aos assuntos econômicos - a níveis jamais vistos nos últimos 50 anos, os países mais dependentes de recursos externos, como o Brasil, estão sofrendo mais do que deveriam, se contássemos apenas o reflexo da desaceleração norte-americana, que já estava em curso desde o segundo trimestre de 2001.

"Os efeitos em nosso País, semelhantes aos de centenas de outros, são visíveis: o consumo caiu vertiginosamente, a produção industrial foi abalada, empregos se perderam nesse caminho, os investimentos ficaram em compasso de espera. Entretanto, o Brasil não pode ficar apenas lwnentando-se da má sorte ou da enorme dependência de recursos externos para garantir seu crescimento. É preciso, neste momento, trabalhar mais duro para criar as condições que levem o País de volta ao bom caminho e para se apropriar das oportunidades quando a economia mundial retomar sua escalada de crescimento, o que se espera para o segundo semestre do próximo ano."

Grubisich diz que o Brasil não precisa, porém, passar por uma situação como os Estados Unidos para desenvolver um sentimento de união nacional que o conduza a desenvolver uma política de crescimento econômico e de qualidade de vida de sua população.
'A hora é essa. É preciso continuar insistindo para que as reformas necessárias, do ponto de vista fiscal e tributário, sejam implementadas o mais rápido possível, simplificando e reduzindo entraves para o desenvolvimento da economia como um todo. Além do mais, o Brasil pode contar com o seu principal trunfo, a população brasileira, que está sempre disposta a se empenhar o máximo possível para ajudar no crescimento do País."


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11/05/2001


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