Direitos Humanos na homenagem ao Almirante Negro



A Comissão de Cidadania e Direitos Humanos (CCDH) da Assembléia Legislativa participa hoje(26), às 18h30min, no Theatro São Pedro, do ato em homenagem a João Cândido, o Almirante Negro, promovido pelo governo do Estado com o objetivo de iniciar um processo de valorização e recuperação da memória dos heróis populares esquecidos pela História. Mais do que isto, "a CCDH espera que esse movimento trabalhe na perspectiva do reconhecimento da trajetória de luta e afirmação da comunidade negra no país", afirmou o presidente da Comissão, deputado Roque Grazziotin.

Gaúcho de Encruzilhada do Sul, João Cândido liderou a Revolta da Chibata, um dos principais movimentos da História do Brasil ocorrido em 1910, no Rio de Janeiro. À época, o jovem marinheiro trabalhava no moderno encouraçado Minas Gerais, mas a marinha brasileira ainda reproduzia dentro dos seus navios relações sociais remanescentes do sistema escravagista, sendo comuns castigos humilhantes como a aplicação de chibatadas.

Em conseqüência, eclodiu a revolta de 1910, espalhando-se do Minas Gerais para outras embarcações atracadas na baía da Guanabara. Os marinheiros, em sua maioria de origem negra, amotinaram-se, aprisionaram os oficiais e apontaram os canhões contra a capital da República. Após longa negociação, o governo de Deodoro da Fonseca concordou com as exigências dos amotinados, que incluíam a anistia dos revoltosos. Ao descerem à terra, porém, muitos foram mortos, outros, presos ou banidos para o Acre, como ocorreu a João Cândido.

Um projeto que propõe a anistia post mortem de João Cândido já foi aprovado no Congresso Nacional, após tramitar na Câmara Federal. Para o Comitê João Cândido, de Porto Alegre, este é o ponto de partida para iniciar esse processo de conscientização a outros Estados.

08/26/2002


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