Direitos Humanos pede controle da violência nos campos de futebol
A Comissão de Cidadania e Direitos Humanos vai encaminhar requerimento às autoridades de segurança do Estado para esclarecer e pedir providências sobre as denúncias de violência empregada por seguranças de empresas privadas nos campos de futebol. Esta foi a conclusão da audiência pública realizada ontem pela CCDH, com o objetivo de debater e buscar solução “para que os jogos de futebol se desenvolvam dentro de um clima de paz e alegria”, afirmou o presidente da Comissão, deputado Roque Grazziotin (PT).
Acionada a partir de denúncias do jornalista Darci Filho, da Rádio e TV Pampa, a audiência pública reuniu declarações, documentos e fotos registrando a violência praticada por seguranças particulares contra torcedores e jornalistas esportivos. Este material servirá de subsídio para análise da Secretaria de Justiça e Segurança Pública e a Brigada Militar. A deputada Maria do Rosário (PT) sugeriu também a polícia federal, uma vez que a legislação que rege as empresas de segurança privada é de âmbito federal.
O presidente da Federação Gaúcha de Futebol, Emídio Perondi, admitiu a existência de excessos e atribuiu a contratação de pessoal da empresa NGR ao fato de a Brigada Militar estar restrita a segurança da parte externa do estádio e do árbitro de futebol. Já o vice-presidente do Cruzeiro, Brasil Leite, denunciou o descontrole de torcedores em razão do uso abusivo de drogas dentro dos grandes estádios.
Grazziotin sugeriu que fosse avaliada a suspensão da venda de bebida alcóolica durante os jogos, a exemplo do que já ocorre em clubes de Caxias do Sul, e também o retorno da Brigada Militar à segurança interna dos estádios.
Participaram ainda da audiência pública os deputados Luciana Genro (PT), José Ivo Sartori (PMDB), João Luiz Vargas (PDT) e Vieira da Cunha (PDT), além dos cronistas esportivos Roberto Leal (jornal O Escore), Eduardo Celli (site RS Futebol) e os integrantes de torcidas organizadas Nilson Corrêa e Luiz Dalpai.
09/27/2001
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