Diretor da Fundação O Boticário apresenta documentos rebatendo denúncias
Miguel Milano, em resposta à senadora Marina Silva (PT-AC), afirmou que a CPI representou uma ótima oportunidade para responder a essas denúncias. "Imagine como se sente um empresário que vê seu nome enlameado por fazer o bem. Os poucos que investem em conservação tem problemas com isso", afirmou. O senador Mozarildo Cavalcanti (PFL-RR), presidente da CPI, destacou mais uma vez que o objetivo da comissão é fazer um raio-x das ONGs atuantes no Brasil para descobrir quais agem irregularmente.
Questionado pela relatora da CPI, senadora Marluce Pinto (PMDB-RR), Miguel Milano explicou que O Boticário não usa as plantas da reserva para fazer cosméticos nem perfumes. Segundo Milano, o Boticário compra de terceiros as essências usadas em seus produtos. O diretor explicou ainda que a fundação recebe recursos de cerca de 600 dos mais de 2 mil franqueados do Boticário e de alguns convênios.
Milano afirmou que pode até haver casos em que o perigo de extinção de espécies animais seja exagerado por alguma ONG para dar evidência ao trabalho, como questionou o senador Gilberto Mestrinho (PMDB-AM). Mas o trabalho da maioria das instituições é sério, afirmou Milano, e a extinção de espécies não pode ser negada. Ele citou como exemplo a ararinha azul, extinta recentemente. Sobre desmatamento Milano lembrou o caso do Paraná, que tinha cobertura vegetal em 40% de seu território há 45 anos e hoje tem apenas entre 5% a 7%. A situação causa erosão e diminuição dos recursos hídricos.
Milano informou que a Fundação O Boticário de Proteção à Natureza foi criada em 1990 com missão de destinar 1% do faturamento líquido de O Boticário para fins sociais, sendo que 80% desse valor são para projetos de conservação ambiental. Os projetos de conservação encaminhados à Fundação são examinados por 84 consultores voluntários e um conselho escolhe os que vão receber recursos. A Fundação apoiou cerca de 700 projetos e investiu um total de US$ 4 milhões ao longo desses anos. Criou há dois anos o parque de Salto Morato, no Paraná, reconhecido como patrimônio da humanidade pela Unesco. No local, são formados 240 técnicos ambientais por ano. A Fundação tem ainda um programa de educação, publicação de livros e doa 100 mil kits com cadernos escolares a alunos de escolas públicas do Paraná.
13/11/2001
Agência Senado
Artigos Relacionados
CPI das ONGs vai analisar denúncias contra Fundação Boticário
CPI das ONG"s ouve presidente da fundação O Boticário
DIRETOR DIZ QUE ATRASO DE DOCUMENTOS NÃO É CULPA DO BC
Jader divulga documentos para esclarecer denúncias
Candidatos a diretor do Instituto Nacional de Tecnologia podem enviar documentos até 2ª
Tuma quer documentos para iniciar investigação de denúncias contra senadores