DIRIGENTE DE ASSOCIAÇÃO DE MAGISTRADOS DIZ QUE CLASSISTAS DÃO PREJUÍZOS AO JUDICIÁRIO



Na audiência pública promovida hoje (dia 15) pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado (CCJ),a presidente da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho, Beatriz de Lima Pereira, criticou os juízes classistas e disse que o pensamento unânime dos magistrados é de que deve acabar a participação paritária na Justiça do Trabalho.

Beatriz Pereira disse que a presença de leigos na Justiça do Trabalho em nada contribui para a democratização do Judiciário nem para a celeridade da Justiça. Citando números, ela disse que são bem maiores os índices de processos examinados pelos togados do que pelos classistas, até porque os primeiros têm maior conhecimento técnico.

Além das despesas do Judiciário com os classistas - que superam a casa dos R$ 200 milhões - , esses juízes "constituem hoje um sério obstáculo à luta contra o nepotismo na Justiça do Trabalho, pois empregam parentes e amigos e permitem ingerência indevida de pessoas no judiciário", afirmou.

Por influência dos classistas, assinalou Beatriz Pereira, foram criados sindicatos sem representatividade. Ela citou quatro sindicatos: de práticas orientais, no Rio; das minorias sexualmente reprimidas, no Espírito Santo; das roupas e camisas brancas, em São Paulo; e um sindicato do porto, no Recife.

Os juízes classistas, a seu ver, estão muito mais comprometidos em defender interesses de categorias que representam do que julgar com imparcialidade os processos da Justiça trabalhista. Já os juízes togados, acrescentou,estão mais preocupados e comprometidos com o julgamento das partes, o que traz mais equilíbrio às decisões da Justiça.

- Os juízes classistas não estão comprometidos com a celeridade e impõem pesado ônus ao Judiciário, pois têm vencimentos e aposentadorias iguais aos dos togados - concluiu.



15/04/1998

Agência Senado


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