HÁ PRECONCEITO CONTRA JUÍZES CLASSISTAS, DIZ PRESIDENTE DE ASSOCIAÇÃO
O presidente da Associação Nacional dos Juízes Classistas (Anajucla), Ramon Castro Touron, classificou de preconceito o movimento para acabar com os juízes classistas na Justiça do Trabalho. "Estamos assistindo a um problema de preconceito entre letrados e não-letrados", disse.
No depoimento que fez hoje (dia 15) na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania, Touron rebateu a principal crítica feita contra os juízes classistas, que é o prejuízo aos cofres públicos devido aos salários, aposentadorias e direitos iguais aos dos juízes togados ou vitalícios.
A presença dos classistas na Justiça trabalhista, segundo Touron, representa a participação popular nos tribunais. "Não é verdade que juízes classistas sejam parciais ou votem sempre de acordo com os sindicatos de empregados e patrões que representam. Eles são também fiscais do povo e zelam pela celeridade do Judiciário", afirmou.
Os juízes togados têm mais compromisso com a técnica do processo do que com a celeridade, ao contrário dos classistas, assinalou. Muitas entidades, como a CUT e a OAB e também a mídia, estão defendendo o fim dos juízes classistas, mas os gastos não podem servir de motivo para tal decisão, acrescentou.
Ramon Touron defendeu projeto de lei do deputado Nilson Gibson (PSB-PE), que tramita na Câmara, dispondo sobre alteração no funcionamento das juntas de conciliação e julgamento. O projeto cria as audiências prévias conciliatórias, com a participação dos juízes classistas, antes que sejam realizadas as audiências de conciliação oficiais, com os togados. Essa solução, justifica, dará mais celeridade à Justiça trabalhista.15/04/1998
Agência Senado
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