Doença de Chagas se manifesta só no continente americano
A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que existam até 15 milhões de pessoas com a doença de Chagas no continente americano, cerca de 8 milhões das quais no Brasil, informa o professor João Santana da Silva. Desde o final da década de 1960, a transmissão da doença pelo barbeiro foi praticamente erradicada no Estado de São Paulo com medidas preventivas, ou seja, a pulverização de casas mais propensas a abrigar o inseto.
O mal de Chagas é encontrado apenas nas américas. Ocorre em toda a América Latina e já foi notificado, inclusive, em partes dos Estados Unidos, como o sul do Texas. A doença atinge principalmente as populações rurais pobres. Casas com reboco defeituoso e sem forro servem de hábitat para o barbeiro.
Transmissão – A transmissão se dá em geral pela picada do inseto contaminado. No momento em que se alimenta de sangue, ele também deposita sobre a pele das pessoas suas fezes, onde se encontra o Trypanosoma cruzi. A coceira – comum após a sucção – facilita a penetração do parasita na corrente sangüínea da pessoa. Outra forma de infestação é pelo consumo de alimentos, como caldo-de-cana e açaí. Isso ocorre em locais com pouca higiene, quando, por exemplo, o barbeiro é moído com a cana ou o açaí.
A doença de Chagas tem duas fases. A aguda refere-se ao início de seu desenvolvimento (no máximo até três meses da infestação) e, na maioria das vezes, é assintomática. A descoberta de mal nessa fase é de grande importância, pois os recursos de tratamento disponíveis podem, inclusive, proporcionar cura total da infecção, especialmente se a medicação for ministrada adequada e precocemente.
A fase crônica é a posterior aos três meses. Muitas pessoas podem passar um longo período, ou mesmo toda a vida, sem apresentar nenhuma manifestação, embora sejam portadoras do parasita. Em outros casos, a ela prossegue ativamente, passada a fase inicial, podendo comprometer partes do organismo, principalmente coração e aparelho digestivo.
A principal espécie propagadora da doença no Estado de São Paulo foi o Triatoma infestans, hoje eliminado. Persistem ainda espécies de menor periculosidade, como o Panstrongylus megistus e o Triatoma sordida, amplamente distribuídos.