Dornelles: 'Constituinte exclusiva é golpe, é chavismo'
O senador Francisco Dornelles (PP-RJ) disse, em discurso nesta terça-feira (31), que defende uma reforma política, mas discorda totalmente da idéia de se convocar uma constituinte exclusiva para tratar do assunto. Ele sugeriu que os partidos se reúnam logo após as eleições e procurem corrigir "alguns aspectos da legislação eleitoral", antes da posse do novo presidente e dos novos governadores.
- Não concordo com a idéia de uma constituinte exclusiva para fazer a reforma política. Acho um perigo. No momento em que admitirmos que será possível uma constituinte para a reforma política, em seguida virá constituinte exclusiva para reforma econômica, para reforma social, para reforma dos poderes. Constituinte exclusiva é golpe, é chavismo - sustentou.
Dornelles voltou a defender a separação das eleições federais das estaduais, permitindo a escolha de presidente, senadores e deputados federais em um pleito e, no seguinte, a votação para governadores, deputados estaduais, prefeitos e vereadores. Como está hoje, surgem dificuldades por causa das coligações diferentes para os estados e para o governo federal.
- Hoje, a eleição estadual, em alguns casos, comanda a eleição nacional e, muitas vezes, a eleição nacional comanda o resultado estadual - disse.
No mesmo pronunciamento, o senador pregou a eliminação do voto proporcional para a eleição de deputado e defendeu o voto distrital. No entanto, por causa da dificuldade da divisão dos estados em distritos, ele sugeriu o que chamou de "distritão", uma saída "bastante pragmática". Cada estado seria um distrito e os mais votados nesse distrito seriam eleitos deputados.
- Isso evitaria situações em que deputados com 90 mil votos são derrotados e outros, com 10 mil ou 15 mil votos, são eleitos - explicou.
31/08/2010
Agência Senado
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