DUTRA AFIRMA QUE ESTADO DE DIREITO FOI AGREDIDO NO EPISÓDIO DAS FITAS
"Em qualquer Estado de Direito, o agente público responsável por licitações ou leilões não pode ter preferência e muito menos trabalhar por seus escolhidos. As fitas comprovam que a exigência da impessoalidade foi ferida", frisou o senador José Eduardo Dutra (PT-SE), contestando informações do ministro das Comunicações, Luiz Carlos Mendonça de Barros, de que um "trabalho pré-leilão é indispensável ao êxito das privatizações no Brasil".Dutra perguntou ao ministro, durante seu depoimento ao plenário do Senado, nesta quinta-feira (dia 19), quais foram os interesses contrariados pelo resultado do leilão. Segundo o ministro, os responsáveis pela gravação das fitas foram aqueles que tiveram seus interesses contrariados. "Essas fitas surgem pós-leilão, quase como uma chantagem. Quem está fazendo isto? Que está sendo exigido?", quis saber o senador, enfatizando que, "mais do que antes, considero indispensável a realização da CPI das privatizações proposta pelo senador Eduardo Suplicy (PT-SP)".Mendonça de Barros disse ser necessário separar a privatização "sem problemas" de 11 empresas do Sistema Telebrás do leilão da Tele Norte-Leste cujas negociações pré-leilão foram gravadas em fitas ilegais. "Minha opinião sobre a fragilidade do consórcio Telemar foi profética, pois já está nos criando problemas. Por sorte, conseguimos exigir que 25% das ações ficassem sob o controle do BNDES, que está financiando a operação, para salvaguardar os interesses dos consumidores", afirmou o ministro.
19/11/1998
Agência Senado
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