Economia mundial crescerá menos em 2011, avalia ministro da Fazenda



O ministro da Fazenda, Guido Mantega, fez uma análise dos reflexos do aumento dos juros na China para a economia mundial. Para o ministro, a tendência é de que haja uma desaceleração da economia internacional e um crescimento menor da economia em 2011. “Isso já estava previsto. Não é só por causa dos juros da China, mas é uma espécie de refluxo do conjunto de medidas de estímulo que foram retiradas.

Houve uma espécie de ciclo pós-crise depois de 2009/2010. Os estímulos foram retirados. Como a China tem um peso grande na economia mundial, o fato de ela colocar um pouco o pé no freio acaba afetando, mesmo porque hoje quem está puxando a economia mundial são os emergentes dinâmicos, que são a China, o Brasil, a Índia”.

O Banco Central chinês anunciou no dia 25 de dezembro uma elevação da taxa de referência e de depósitos, com o objetivo de combater a alta da inflação no país. Para Mantega, a situação é decorrente da política anticíclica adotada pelo governo chinês durante a crise. “Eles colocaram muito crédito em circulação na época da crise, em 2009. Eles colocaram US$ 1,2 trilhão em circulação. Talvez tenha sido um pouco exagerado e isto acabou causando uma bolha imobiliária e um excesso de liquidez de crédito que estimula a elevação de preços”, explicou.

O aumento de preços das commodities também impactou na inflação chinesa, já que o país é particularmente suscetível a preços de commodities alimentares. “Quanto mais baixa a renda média de um País, mais ela é atingida por um aumento de preços de commodities alimentares porque na cesta de consumo da população o alimento pesa mais e a inflação também se faz sentir. Então é essa combinação que faz com que eles tomem medidas, elevando o compulsório, um pouquinho os juros e restringindo, por exemplo, a aplicação no mercado imobiliário”, completou.


Meta de superavit

A meta de superavit primário do Governo Central será cumprida, garantiu Mantega. “Há alguma dificuldade por parte dos estados e municípios. Porém a União vai cumprir, posso garantir”.

O ministro afirmou que o aquecimento da economia em dezembro refletirá em um aumento do faturamento das empresas e também na disponibilidade de recursos para estados e municípios, o que poderá melhorar a situação fiscal dos entes federados.“A União fará a sua parte”, disse o ministro, referindo-se também ao cumprimento da meta fiscal para 2011. 

A meta do Governo Central é 2,15% do PIB, 0,95% para estados e municípios e 0% para estatais federais, totalizando 3,10% do PIB para o setor público consolidado.

Quanto ao salário mínimo em 2011, deverá ser de R$ 540,00, de acordo com o ministro. Apesar de haver possibilidade de negociação, afirma ele, esse valor foi definido dentro do governo como o adequado para manter o controle dos gastos públicos.  


Fonte:
Ministério da Fazenda

 

28/12/2010 15:58


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