Editora lança livro sobre Machado de Assis



Múltiplas possibilidades de leitura da obra machadiana reunidas em uma obra

Dentro das comemorações do centenário de morte do escritor Machado de Assis, na próxima segunda-feira, 29, a Editora Unesp promove o lançamento do livro Machado de Assis: ensaios da crítica contemporânea.

A publicação é organizada por Francine Fernandes Weiss Ricieri, professora da Unicamp e Unimep; Márcia Lígia Guidin e Lúcia Granja, docentes do Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas (Ibilce), câmpus de São José do Rio Preto. O evento ocorre em São Paulo (SP), na Livraria da Vila, unidade Lorena.

Com 336 páginas, a obra oferece uma visão plural e representativa de um escritor que acompanhou de perto 50 anos da vida social, cultural e política nacional. Em função disso, sua produção permite inesgotáveis caminhos de interpretação. Especialistas na obra de Machado, os autores organizaram uma publicação com textos especialmente criados para ela, sob uma ótica que foge ao tradicional.

Abordagens - A partir de um poema encontrado em Portugal e pouco divulgado, Lúcia Granja discute as relações entre Machado de Assis, os dramaturgos e atores de teatro, especificamente Antonio Moutinho de Sousa, jovem dramaturgo português que viveu no Brasil no início dos anos 1860, e sua esposa Ludovina. A análise investiga, ainda, a atuação do escritor como censor do Conservatório Dramático Brasileiro.

Docente da Faculdade de Ciências e Letras, câmpus de Assis, Sílvia Maria Azevedo focaliza a atuação de Machado de Assis como colaborador da publicação Ilustração Brasileira.

Os assuntos são bem variados e incluem diversos exercícios de literatura comparada. Alcides Vilaça, da USP, por exemplo, enfoca o célebre conto Teoria do Medalhão a partir das ligações com O príncipe, de Maquiavel. Por sua vez, Gilberto Pinheiro Passos, da mesma Universidade, em Sob o Signo do Ciúme: Bentinho e Charles Swann, examina Dom Casmurro e Um amor de Swann, obras que, a partir de fontes comuns, abordam a temática do ciúme masculino.

Também da USP, Hélio de Seixas Guimarães investiga a presença de referências inglesas na obra Machadiana. O docente verifica como elas teriam constituído um novo paradigma em relação às referências francesas na literatura de Machado e em sua época. Cabe a Paulo Franchetti, da Unicamp, redimensionar a célebre crítica de Machado à obra O primo Basílio, de Eça de Queirós.

Antônio Carlos Secchin, da UFRJ e da Academia Brasileira de Letras, faz um estudo comparativo entre os contos Cantiga de Esponsais e Um Homem Célebre. No ensaio Corrosão e Convenção: Duas Festas Machadianas, Márcia Lígia Guidin compara duas cenas de festas, ocorridas nos romances Memórias Póstumas de Brás Cubas e Memorial de Aires, para mostrar a mudança de tom e de estilo de Machado, ao longo de sua vida.

Machado de Assis: ensaios da crítica contemporânea reúne informações sobre a vida e a obra do escritor, conhecido como o Bruxo de Cosme Velho, justamente pelo seu mágico poder de lidar com as palavras.

Informações:

Local do lançamento: Livraria da Vila

Alameda Lorena, 1731

Horário: 19 horas

São Paulo - Capital

Oscar D’Ambrosio

Da Unesp



09/23/2008


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