Eduardo Braga aposta na convergência de interesses políticos



O novo líder do governo, senador Eduardo Braga (PMDB-AM), disse nesta quarta-feira (14) que pretende promover uma convergência de interesses políticos para assegurar a maioria de votos na Casa e garantir a aprovação de projetos de interesse da presidente Dilma Rousseff.

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Braga falou aos jornalistas após sair de sua primeira reunião na função de líder do governo, a qual contou com a participação da ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti. Ele chegou à reunião acompanhado do senador Romero Jucá (PMDB-RR), que vinha exercendo a função de líder do governo desde o governo do presidente Lula, depois de ter desempenhado o mesmo papel no governo Fernando Henrique.

Ao ser questionado se a mudança de líderes não cria um clima que atrapalha as votações, Braga discordou e disse que nesta quinta-feira (15) pretende se reunir com a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, para discutir o marco regulatório da Defesa Civil, em elaboração no Planalto.

A idéia é incluir no marco as alterações propostas pelo senador Casildo Maldaner (PMDB-SC), relator do projeto de lei decorrente da Medida Provisória (MP) 547/2011, que instituiu a Política Nacional de Proteção e Defesa Civil.

Uma das emendas propõe a destinação de 1% dos valores dos prêmios de seguros contratados no país para ações de defesa civil. Qualquer mudança no texto, cujo prazo final expira no próximo dia 21, obrigaria o retorno do projeto à Câmara. A votação do projeto ficou acertada para a próxima terça-feira (20).

Aos jornalistas, Braga disse ser otimista, defendendo a interlocução ampliada e conversas abertas, com absoluta transparência.

– Buscamos união e consolidar o PMDB como o partido majoritário no Senado, chegando unido para votar sobre matérias importantes, fazendo, se Deus quiser, o sucessor de Sarney com absoluta tranqüilidade e segurança, mantendo a governabilidade e a estabilidade – afirmou.

Braga defendeu o diálogo franco e ressaltou que não há mudança de atitude do governo ao fazer a troca de líderes na Câmara e no Senado.

– O que há de novo é o momento político no país, que está em transformação econômica, social e política – afirmou.

O novo líder do governo afirmou que pretende trazer ao Senado os ministros do governo Dilma Rousseff para discutir programas e alterações propostas por meio de emendas parlamentares. Braga disse ainda que vai ampliar a interlocução dos políticos com o Palácio do Planalto. Segundo ele, a discussão isolada do “varejo específico de emendas” é coisa do passado.

Trabalho em conjunto

O antigo líder do governo, senador Romero Jucá (PMDB-RR), também falou com os jornalistas, antes do fim da reunião.

Em relação ao novo líder, Jucá afirmou que é amigo de longa data de Braga e aprovou a mudança feita pela presidente Dilma Rousseff.

– Encaro com tranquilidade essa mudança. É um rodízio que a presidente Dilma quer fazer, é um direito dela. Temos que tocar para frente nossa vida. Estamos fazendo uma transição, um trabalho em conjunto – afirmou.

Jucá disse que é preciso trabalhar para que a unidade da base de apoio possa ser recuperada e matérias importantes possam ser votadas.

– Da minha parte, vou procurar somar, não só na base do governo, mas no PMDB. Queremos o partido unido – afirmou.

Ao ser questionado se sua indicação para a relatoria do Orçamento de 2013 é uma prova de que ainda está prestigiado, apesar da perda da liderança, Jucá lembrou que já foi relator do Orçamento de 2004 e relator da receita em 2007.

– Vamos trabalhar para unir o PMDB. Vamos trabalhar para unir a base, diminuir e estancar o descontentamento. O governo sabe que é preciso chegar perto, fazer política. Os ministros precisam atender os senadores, retornar as ligações, os pleitos dos estados precisam ser encaminhados – afirmou.

Sobre uma suposta “falta de clima” para votar matérias no Senado e na Câmara, em razão da troca dos líderes do governo, Jucá respondeu:

– O clima pode mudar, o clima se alterna.



14/03/2012

Agência Senado


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