Eduardo Braga critica emenda à MP dos Portos e acredita em votação na próxima semana



VEJA MAIS

O líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM),  disse, em entrevista nesta quinta-feira (9), acreditar que a Medida Provisória 595/2012 será votada antes de perder a validade. O senador afirmou que, quando há vontade política, é possível dar uma resposta "em tempo recorde" à nação brasileira. Ele ainda negou que a emenda apresentada pelo deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), com vários pontos divergentes do texto aprovado na comissão mista que analisou a MP, possa atrapalhar a votação.

A MP dos Portos, que define um novo marco regulatório para o setor, precisa ser votada até o dia 16 de maio. A emenda de Eduardo Cunha reúne dez propostas de modificação de deputados de vários partidos. Entre elas, a mais polêmica é a que estabelece que nos terminais privados as contratações de trabalhadores sejam feitas exclusivamente por meio do Órgão Gestor da Mão de Obra (Ogmo), o que contraria o texto apresentado pelo governo.

- Aquela emenda representa os destaques dos diversos partidos, portanto, creio que ela é apenas uma interpretação do desejo desses diversos partidos. Mas, creio que o texto que saiu da comissão representa avanços importantíssimos dos quais o Brasil não pode abrir mão - disse Eduardo Braga.

Ao comentar a sessão tumultuada na Câmara dos Deputados, na noite de quarta-feira (8), em que a votação da matéria foi adiada, o senador argumentou que é preciso "colocar as questões nacionais acima das questões políticas" para a MP não caducar.

- A sessão mostrou claramente as dificuldades que nós estamos tendo. Aquilo representou para a nação brasileira uma demonstração das dificuldades políticas que nós estamos tendo para votar. Mas é preciso que, de forma patriótica, nós possamos avançar no marco regulatório dos portos no Brasil - disse.

O senador também observou que há questões econômicas "muito difusas", com interesses "dos mais diversos".

- Existem interesses de ordenamento publico, portanto há interesses de estados, de municípios e da União. E do outro lado há interesses dos trabalhadores que estão representados dentro dos portos organizados e também representados fora dos portos organizados nos terminais privados - explicou.

Questionado se os três apelos públicos da presidente Dilma Rousseff podem convencer o Congresso a votar a medida provisória, o senador afirmou que se trata de uma "demonstração inequívoca da prioridade e do comprometimento" do governo para modernizar os portos, aumentar a competitividade da indústria e gerar emprego e renda para as novas gerações.

- O texto que o governo propôs e que saiu da comissão mista foi amplamente negociado, isso é democracia. Faz parte de um amplo entendimento que se buscou com a classe trabalhadora, com os sindicatos, com as federações, com as centrais representantes dos trabalhadores, com os representantes de cada um dos municípios e estados. Ouviu-se o setor empresarial e buscou-se, tanto quanto possível, um entendimento. Aquele texto representa, portanto, se não o ideal, o possível. Mais do que aquilo é ruptura - afirmou.

Renan

Em pronunciamento no Plenário nesta quinta, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), reiterou que aguarda a manifestação da Câmara, e está pronto a envidar todos os esforços para superar procedimentos acordados internamente e votar a MP dos Portos na próxima semana.

Renan Calheiros disse esperar que o presidente da Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), trate da deliberação, naquela Casa,  da regulamentação da tramitação das medidas provisórias para que o Senado passe a ter mais prazo para a análise das MPs.

- O Senado Federal nunca faltou com o Brasil, não pode faltar com o Brasil numa hora de crise econômica internacional em que nós precisamos incrementar as nossas exportações modernizando os nossos portos -  afirmou.



09/05/2013

Agência Senado


Artigos Relacionados


Unificação do ICMS ficará para a próxima semana, afirma Eduardo Braga

Tarifas de SMS mais baixas para surdos será votada na próxima semana, diz Eduardo Braga

Eduardo Braga critica forma de votação do Plano Nacional de Educação na CE

Eduardo Braga defende MP dos Portos

Eduardo Braga acredita em união do PMDB em torno do 'distritão'

Eduardo Braga não acredita em veto a projeto dos 'royalties' do petróleo