Eduardo Campos pede recursos para interligar universidades



As redes de fibras óticas já montadas por empresas federais de produção de petróleo e distribuição de energia poderão ser utilizadas para estender a todas as universidades federais do país a infovia de alta velocidade que une, atualmente, instituições de ensino superior localizadas na região entre Campinas (SP) e Petrópolis (RJ).

A iniciativa está prevista em uma emenda ao Orçamento da União de 2005, no valor de R$ 115 milhões, sugerida nesta quarta-feira (17) à Comissão de Educação (CE) pelo ministro de Ciência e Tecnologia, Eduardo Campos. Ele pediu ainda o apoio da comissão a uma outra emenda, de R$ 68 milhões, de apoio à pesquisa fundamental por parte do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

  De acordo com o ministro, a aprovação da emenda - caso esta venha a ser encampada pela CE - poderá viabilizar a construção de redes lógicas dentro das unidades federais e a extensão da atual infovia de alta velocidade, pertencente à Rede Nacional de Pesquisa (RNP), a todo o país. Os recursos seriam ainda usados para a montagem de uma biblioteca digital científica brasileira, que poderia ser consultada por meio da nova rede.

             - Até dezembro de 2005 poderemos ter todas as universidades federais e universidades estaduais com redes organizadas internamente, com uma rede de alta velocidade à porta, e o conteúdo organizado em biblioteca digital. O projeto tem começo, meio e fim, usa estruturas ociosas existentes e não excetua nenhum estado - definiu Campos.

Entre as aplicações práticas do programa, o ministro citou a qualificação de professores de ensino básico, por meio de cursos a distância, e a ampliação do uso da telemedicina. Ao comentar a proposta, o senador Delcidio Amaral (PT-MS) elogiou a iniciativa de Campos de utilizar infra-estrutura já existente. Apenas a Petrobras, informou, dispõe de uma rede de fibras óticas que, se comparada às redes montadas pelas empresas telefônicas em cada estado, poderia ser classificada como a quinta maior do país.

Durante o debate, o senador João Capiberibe (PSB-AP) sugeriu que o Ministério de Ciência e Tecnologia criasse um programa de auxílio a pequenas prefeituras, para que elas possam instalar sistemas on line de administração orçamentária e financeira, que lhes permitam divulgar despesas e receitas na Internet. O senador Gerson Camata (PMDB-ES), por sua vez, elogiou o projeto da Lei de Inovação, que acaba de ser aprovado pelo Senado.

Após a exposição de Campos, o senador Cristovam Buarque (PT-DF) disse que as universidades federais deveriam passar à administração do Ministério de Ciência e Tecnologia. "Tem tudo a ver", observou. Ele disse ainda estar preocupado pelo fato de o Ministério da Educação não haver apresentado até agora suas emendas à CE, como já o fizeram os Ministérios da Cultura e do Esporte, além do Ministério de Ciência e Tecnologia.

O presidente da comissão, senador Osmar Dias (PDT-PR), concordou com a observação de Cristovam e disse esperar que a pasta encaminhe suas prioridades à CE, pois seria melhor que as emendas da comissão estivessem "sintonizadas" com os programas desenvolvidos pelo ministério. O senador pediu ainda a Eduardo Campos que se empenhe pela liberação dos recursos das emendas que vierem a ser aprovadas.



17/11/2004

Agência Senado


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