Eduardo Siqueira Campos faz apelo ao bom senso para resolver crise no TO



O senador Eduardo Siqueira Campos (PFL-TO) anunciou que seu partido, o PFL, decidiu enviar uma moção de apoio ao governador do Tocantins, Wilson Siqueira Campos, em função da crise no estado com os desdobramentos violentos do movimento dos policiais militares que, "a pretexto de reivindicar melhores salários, pegaram em armas, invadiram um quartel e lá detiveram mulheres e crianças".

Eduardo fez questão de enfatizar que, antes da greve, os policiais militares não fizeram qualquer tentativa de negociar suas reivindicações, não enviaram uma comissão para conversar com as autoridades e sequer enviaram correspondência ao governo. "Simplesmente invadiram um quartel, armados e acompanhados de suas famílias, sem qualquer aviso prévio", destacou.

Segundo ele, a prisão preventiva de 13 policiais e a determinação de retirar as crianças do quartel foram decisões judiciais, cabendo ao governador, apenas, acatá-las. Ele garantiu que a grande preocupação do governador tem sido assegurar a ordem pública e evitar qualquer episódio de violência, por isso pediu ao governo federal que enviasse tropas do Exército. "De maneira alguma queremos a repetição de massacres como o do Carandiru (SP) e Eldorado de Carajás (PA)", garantiu.

Eduardo lembrou que Tocantins é o 23º da Federação em arrecadação e o sexto em nível de salários da PM. Essa, enfatizou, "é a realidade de um estado pacífico, onde não há registro de invasão de propriedades rurais ou de prédios públicos e não havia, até hoje, episódio de greve de qualquer categoria profissional".Eduardo citou frases de editoriais publicados pelos jornais O Globo e Folha de S. Paulo argumentando que, independentemente da justiça de suas reivindicações, os policiais escolheram mal o caminho a seguir, ao usar as armas como instrumento de pressão sobre as autoridades. "O mais importante é restabelecer a normalidade sem ferir a ordem democrática", disse, citando a Folha.

Em apartes, os senadores Ney Suassuna (PMDB-PB) e Leomar Quintanilha (PPB-TO) manifestaram preocupação com os acontecimentos do Tocantins. Para o senador Sebastião Rocha (PDT-AP), a greve é direito legítimo do trabalhador, mas há limites de bom senso e prudência aos quais os PMs do Tocantins não obedeceram, ao recorrer às armas para reivindicar aumentos salariais.

30/05/2001

Agência Senado


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