Em 10 anos, País reduz em 32% mortes por AVC



No mundo, 15 milhões de pessoas têm AVC a cada ano, e, dessas, cerca de 6 milhões não sobrevivem

 

Entre 2000 e 2010, a mortalidade por acidente vascular cerebral (AVC) caiu 32% na faixa etária até os 70 anos, que concentra as mortes evitáveis. Apesar disso, a doença está entre as principais causas de morte e internação no País, segundo o Ministério da Saúde (MS), e, só em 2010, mais de 33 mil pessoas morreram em decorrência de AVC nessa faixa etária.

A Organização Mundial de AVC (WSO) alerta que, no mundo, 15 milhões de pessoas têm AVC a cada ano, e, dessas, cerca de 6 milhões não sobrevivem.

O Acidente Vascular Cerebral decorre da insuficiência no fluxo sanguíneo em uma determinada área do cérebro. Essa falta, ou restrição no fornecimento de sangue, pode provocar lesão ou morte celular e danos nas funções neurológicas. Além de provocar mortes, a doença é a principal causa de incapacidade em adultos no mundo.

No Brasil, em 2011, foram realizadas 179 mil internações por AVC (isquêmico e hemorrágico). Nos últimos dez anos, a taxa caiu de 27,3 para 18,4 mortes para cada 100 mil habitantes, o que representa uma redução média anual de 3,2%. Em 2010, foram registrados 33.369 óbitos nesta faixa etária.

A WSO recomenda, para saber se uma pessoa está tendo AVC, primeiramente, pedir que a pessoa sorria e que se observe se o sorriso está torto. Em seguida, verificar se ela consegue levantar os dois braços. Outro passo é verificar se há alguma diferença na fala, se está arrastada ou enrolada. Caso seja identificado algum desses sinais, deve-se procurar imediatamente um serviço de saúde.

Para reduzir ainda mais os índices de AVC, este ano o Ministério da Saúde ampliou a assistência no Sistema Único de Saúde (SUS) às vitimas de AVC. Entre as novidades, está a incorporação do trombolítico alteplase e a reestruturação dos serviços para tratamento e assistência.

 

Atendimentos no Brasil

Aproximadamente 200 hospitais do País têm condições de realizar atendimentos a pacientes com AVC, podendo ser habilitados como centros ou unidades que tratam as vitimas da doença. Além disso, esses locais podem usar o medicamento alteplase para o tratamento às vitimas de AVC isquêmico.

Pela política do Ministério da Saúde, que instituiu este ano a Linha do Cuidado do AVC, o tratamento deve incluir, necessariamente, a rede básica de saúde, Samu 192, unidades hospitalares de emergência e leitos de retaguarda, reabilitação ambulatorial, ambulatório especializado, programas de atenção domiciliar, entre outros.

Com o aprimoramento da rede de atendimento, a ideia é intensificar a redução da taxa de mortalidade por AVC. “As nossas ações pretendem qualificar o atendimento à população, especialmente na faixa etária até 70 anos, que concentra as mortes evitáveis pela doença”, afirma o ministro Alexandre Padilha.

 

Características do AVC

Esta doença ocorre devido à alteração na circulação cerebral. No AVC isquêmico há a obstrução de um vaso sanguíneo cerebral, levando à diminuição da circulação em determinada região do cérebro.

E no hemorrágico acontece a ruptura de um vaso sanguíneo com sangramento dentro do cérebro. Os principais fatores de risco são a hipertensão, o diabetes, o colesterol elevado e o fumo.

Os sintomas mais comuns para identificar o AVC são a perda de força muscular de um lado do corpo, fala enrolada, desvio da boca para um lado do rosto, sensação de formigamento no braço, dores de cabeça súbita ou intensa, tontura, náusea e vômito.

O AVC pode ser causado por pressão alta, diabetes, doenças cardíacas, enxaqueca, consumo de bebidas alcoólicas, fumo, sedentarismo e obesidade.

A doença é uma das principais causas de mortes no mundo. Popularmente conhecido como derrame, a doença atinge 16 milhões de pessoas a cada ano. Destes, seis milhões morrem.

 

Vantagens do trombolítico alteplase

Aplicado até quatro horas e meia depois dos primeiros sintomas, o alteplase diminui em 30% o risco de sequelas do AVC, isso significa a recuperação do quadro neurológico de mais pacientes comparando com aqueles que não recebem o tratamento com o medicamento. Além de reduzir em 18% a mortalidade.

O uso do alteplase, somente em casos de AVC isquêmico agudo, consiste na aplicação de uma medicação por via endovenosa, que percorre a circulação até chegar ao vaso sanguíneo cerebral que está obstruído por um coágulo. Esta medicação desfaz o coágulo, desentupindo a circulação e normalizando o fluxo sanguíneo que chega ao cérebro.

 

Investimentos

Até 2014, serão investidos R$ 437 milhões para ampliar a assistência a vítimas de AVC. Do total de recursos, R$ 370 milhões vão financiar leitos hospitalares. Serão criados 1.225 novos leitos nos 151 municípios onde estão os 231 prontos-socorros, responsáveis pelo atendimento de urgência e emergência especializado em AVC. A abertura dos novos leitos será definida entre o governo federal, juntamente com estados e municípios. Outra parcela, R$ 96 milhões, será aplicada na oferta do tratamento com o uso de alteplase.

O Hospital Geral de Fortaleza e o Hospital de Clínicas de Porto Alegre serão habilitados como Centro de Atendimento de Urgência - Tipo III - aos pacientes com Acidente Vascular Cerebral. O ministro Alexandre Padilha, anunciará a habilitação de 30 leitos nestas duas unidades, sendo 20 para o Hospital Geral de Fortaleza (específicos para o atendimento ao cuidado integral ao AVC). Já o Hospital de Clínicas contará com 10 leitos, sendo cinco de cuidado integral à doença e cinco de cuidado agudo.

“Nossa previsão é que sejam habilitados 120 leitos ainda este ano, nos estado que apresentaram o plano de implantação de Rede de Urgência e Emergência”, destaca Padilha. “Além disso, a reabilitação é fundamental, os pacientes contam com a assistência do Programa Melhor Casa que atende pacientes com AVC, para dar melhor condição de vida para essas pessoas. Também temos a implantação dos Centros de Reabilitação Física que contribuem para a recuperação do paciente”, reafirma o ministro.

 

 

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Fonte:
Ministério da Saúde
Agência Brasil



11/10/2012 13:18


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