Em crise bilateral, Hillary e Chávez estarão na posse de Dilma



Duas autoridades convidadas para a posse da presidente eleita Dilma Rousseff - o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, e a secretária de Estado norte-americana Hillary Clinton - são os personagens principais da mais recente crise política no continente. Ambos estarão em Brasília, neste sábado (1°), no momento em que crescem as tensões entre Estados Unidos e Venezuela.

O Departamento de Estado norte-americano anunciou nesta quinta-feira (30) o cancelamento do visto do atual embaixador venezuelano em Washington, Bernardo Álvarez Herrera. Isto significa que o embaixador terá que deixar os Estados Unidos. A decisão foi anunciada dias depois de o governo da Venezuela haver rejeitado o nome daquele que seria o novo embaixador dos Estados Unidos em Caracas, Larry Palmer.

Em depoimento ao Senado norte-americano, Palmer disse que as Forças Armadas da Venezuela estariam com o moral baixo e que havia indícios de ligações de integrantes do governo venezuelano com membros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). As declarações irritaram Chávez, que decidiu não conceder o agrément a Palmer. Ao justificar sua decisão, o presidente venezuelano afirmou que seu país precisa ser respeitado e indicou que não temeria represálias de Washington.

- Se os Estados Unidos querem expulsar nosso embaixador de lá, que o façam. Se quiserem cortar relações diplomáticas, que o façam - disse Chávez à televisão estatal venezuelana, segundo relato da Agência Brasil.

Dentro dos preparativos para a cerimônia de posse de Dilma Rousseff, existe a expectativa de um encontro de Chávez com a nova presidente brasileira. Embora os encontros bilaterais não tenham ainda sido divulgados, a agenda a ser cumprida por Dilma poderá ser interpretada como um sinal de suas prioridades na política externa. A ênfase na relação com os países vizinhos deve ser mantida, como demonstra a presença maciça de chefes de Estado sul-americanos em Brasília, no sábado - oito, entre os 10 presidentes com presença confirmada para a posse.

A nova presidente também tem emitido sinais de aproximação em relação aos Estados Unidos, mas não há previsão de um encontro bilateral seu com Hillary Clinton, neste final de semana, em Brasília. A secretária de Estado norte-americana deve reunir-se com o novo ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, que já foi embaixador do Brasil em Washington, antes de tornar-se secretário-geral do Itamaraty e de ser convidado para suceder o atual ministro, Celso Amorim.



30/12/2010

Agência Senado


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