Em encontro com Dilma, Randolfe diz que apoia plebiscito com condições



O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) reuniu-se hoje com a presidente Dilma Rousseff para tratar da crise que o país enfrenta desde o mês passado, quando começaram as manifestações nas ruas de diversas cidades. Ao voltar ao Senado, Randolfe explicou à imprensa que esteve com a presidente da República “como parlamentar da oposição de esquerda” e não representando oficialmente o PSOL.

- Estive na reunião não credenciado pelo PSOL: estive defendendo bandeiras que o meu partido defende há dez anos. Acredito que, se o governo escutasse essas bandeiras, boa parte das reivindicações de rua de hoje poderiam ser de apoio ao governo – disse.

Na audiência no Palácio do Planalto, o senador disse à presidente que apoia a realização de um plebiscito sobre a reforma política se a consulta apresentar questões sobre a revogação popular de mandatos (recall), voto em lista, fim do financiamento privado de campanhas eleitorais e extinção do foro privilegiado para políticos.

Randolfe disse ainda que defendeu a destinação de 10% do produto interno bruto (PIB) para a educação e a tarifa zero para o transporte público. O senador sugeriu à presidente que as empresas municipais de transporte público usem linhas de crédito do BNDES para viabilizar a tarifa zero. Segundo afirmou Randolfe, a presidente mostrou-se receptiva a essa ideia.

O senador é o primeiro político de oposição que Dilma recebe desde o início dos protestos populares. Inicialmente, a reunião estava marcada com o PSOL, mas em nota, o presidente do partido, deputado Ivan Valente (SP), informou que não foi possível reunir a executiva para deliberar sobre o assunto e que, por isso, representantes do partido não iriam ao encontro. Segundo Valente, o objetivo do PSOL é apresentar uma plataforma de prioridades à presidência da República.

Randolfe também sugeriu à presidente que busque ajuda do engenheiro Lúcio Gregori. Gregori foi secretário municipal de Transportes na gestão de Luiza Erundina (1989-1992) à frente da Prefeitura de São Paulo. À época, Gregori sugeriu a criação de um fundo de transportes para financiar a tarifa zero no transporte público na cidade de São Paulo. Entretanto, o projeto de lei que instituiria o fundo sequer foi votado pela Câmara de Vereadores.



01/07/2013

Agência Senado


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