Embaixador quer atrair para o Brasil recursos de fundo soberano árabe



O futuro embaixador brasileiro junto aos Emirados Árabes Unidos, ministro de segunda classe da carreira diplomática Raul Campos e Castro, pretende atrair para o país uma parte dos US$ 900 bilhões que compõem o fundo soberano de Abu Dhabi. A intenção foi anunciada pelo diplomata nesta quinta-feira (3), quando a sua indicação para o posto recebeu parecer favorável da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE).

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Castro informou aos senadores que uma das prioridades de seu trabalho será a de conhecer melhor o fundo, para saber "em que medida poderemos atraí-lo para aplicações no Brasil". Os fundos soberanos administram grandes reservas internacionais de países exportadores de petróleo ou de produtos manufaturados. Entre os mais importantes, estão os de Cingapura, China e Emirados Árabes.

O embaixador indicado levantou também a possibilidade de se estabelecer um acordo de cooperação na área de exploração de petróleo. Isso porque, além da atual reserva de aproximadamente cem bilhões de barris, os Emirados Árabes podem contar com novas reservas na chamada camada pré-sal - cuja exploração exige tecnologia que já vem sendo desenvolvida pela Petrobras.

Outra área de atuação do embaixador, segundo ele informou aos integrantes da comissão, será a de estimular empresas brasileiras a utilizarem o centro logístico de Dubai. Castro recordou que os Emirados Árabes, um país com dimensões aproximadas às de Portugal, começou a ficar rico na década de 80, a partir da exploração de suas reservas de petróleo. Até os anos 40, disse ele, o país era bastante pobre e vivia de atividades como a pesca e a agricultura de subsistência.

O relator da mensagem de indicação de Castro foi o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), que indicou em seu parecer como "prioridade absoluta" da política externa dos Emirados Árabes a busca de segurança e estabilidade para a região do Golfo Pérsico.

Síria

A CRE aprovou também parecer favorável à mensagem presidencial de indicação do ministro de segunda classe Edgard Antonio Casciano para o cargo de embaixador do Brasil na Síria. O relator da mensagem foi o senador Romeu Tuma (PTB-SP), que ressaltou a sua condição de descendente de sírios ao apresentar seu voto favorável.

Em sua exposição aos senadores, Casciano também se referiu à importância da comunidade de descendentes de sírios no país. Mas observou que, atualmente, as relações entre as duas nações vão além do que chamou de "laços humanos". Em sua opinião, o Brasil tem uma "importante contribuição" a dar ao Oriente Médio, a partir de sua história de "harmoniosa convivência" entre descendentes de imigrantes de várias partes do mundo, entre os quais judeus e muçulmanos.

Casciano reconheceu que o comércio bilateral está "muito aquém" de suas possibilidades, com exportações brasileiras de US$ 200 milhões em 2006 e importações de US$ 40 milhões. Ele prometeu empenhar-se ainda na ampliação das relações culturais entre os dois países.

As duas mensagens presidenciais serão ainda submetidas ao Plenário do Senado.



03/04/2008

Agência Senado


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