Embaixadores ressaltam oportunidades para o Brasil com ‘renascimento africano’



O chamado “renascimento africano” e as oportunidades de participação do Brasil no desenvolvimento econômico e social daquele continente foram ressaltados pelos futuros embaixadores brasileiros na Nigéria e em Camarões, durante reunião da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) realizada nesta quinta-feira (9). Suas indicações receberam pareceres favoráveis da comissão e serão submetidas ao Plenário.

Durante sua exposição inicial aos senadores da comissão, o ministro de segunda classe João André Pinto Dias Lima, indicado para o cargo de embaixador na Nigéria, classificou de “muito promissoras” as perspectivas da África no começo do século XXI. Entre as 10 economias que mais crescem no mundo, exemplificou, seis estão na África. Em 2050, prosseguiu, a população daquele continente poderá alcançar dois bilhões de pessoas.

- Já se fala de um renascimento africano. Este pode ser o inicio de um processo semelhante ao que a Ásia experimentou há 30 anos - comparou.

A Nigéria, lembrou o embaixador, é o país mais populoso da África e poderá vir a ser o terceiro mais populoso do mundo em 2050, depois de China e Índia. Sua economia, atualmente a segunda daquele continente, poderá tornar-se a maior da África em 2025, superando a da África do Sul.

A força da indústria petrolífera, responsável por 90% das exportações da Nigéria, foi ressaltada por Lima, que lembrou ainda os planos ambiciosos daquele país para o aperfeiçoamento de sua infraestrutura. Ele informou que empresas brasileiras de engenharia estão examinando possibilidades de negócio em áreas como as de transportes e telecomunicações. O embaixador indicado citou ainda o interesse do governo local de Lagos, antiga capital, em implantar programa semelhante ao Bolsa Família.

Desenvolvimento

Indicado para o posto de embaixador na República de Camarões, o ministro de segunda classe Nei Futuro Bitencourt observou que aquele país enfrenta os desafios do desenvolvimento e da redução da pobreza e da desigualdade. O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) local é o 150º em todo o mundo, ressaltou.

- O país tem riquezas minerais importantes, como o petróleo, mas enfrenta os desafios do desenvolvimento e do combate à pobreza. Conhecemos esses desafios, o que faz com que tantos países africanos tenham interesse pelo Brasil – disse Bitencourt em sua exposição aos senadores.

Segundo o embaixador, esta é uma “fase de oportunidades” na República dos Camarões, que tem planos, juntamente com outros países da África Central, para aumentar a sua produção de energia.

Durante os debates, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) observou que o Brasil tem experimentado déficit na balança comercial com os dois países africanos. O senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) ressaltou a importância das relações culturais com a Nigéria. O senador Sergio Souza (PMDB-PR) lembrou que o Brasil pode compartilhar com a África sua experiência em programas de redução de desigualdades sociais. E o senador Aníbal Diniz (PT-AC) ressaltou a juventude da população da Nigéria.

Forças Armadas

No início da reunião, a comissão aprovou por 11 votos parecer elaborado pelo senador Paulo Bauer (PSDB-SC), pela rejeição, por inconstitucionalidade formal, do projeto de lei do Senado (PLS 128/11) de autoria do senador Marcelo Crivella, (licenciado para o cargo de ministro da Pesca) que trata dos limites de idade para ingresso nas Forças Armadas. Como observou Bauer, o tema só poderia ser tratado por meio de projeto de lei de autoria da Presidência da República.



09/08/2012

Agência Senado


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