Alvaro Dias compara renascimento econômico da África com situação do Brasil



 O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) comentou aula magna proferida na Universidade Cândido Mendes pelo economista Carlos Lopes sobre o renascimento econômico da África, com o objetivo, conforme disse, de estabelecer parâmetros com o que ocorre no Brasil, que ele chamou de "país das oportunidades perdidas".

Carlos Lopes foi representante residente do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) no Brasil entre 2003 e 2005 e é diretor-executivo do Instituto das Nações Unidas para Formação e Pesquisa com sede em Genebra.

Alvaro Dias citou como exemplos de crescimento econômico na África países como Angola, que, depois de enfrentar prolongada guerra civil, tem conseguido crescer a taxas de 20% ao ano; a Mauritânia, que cresce 13%; Moçambique, que apresenta crescimento de 8%; o Sudão, que registra um crescimento no patamar de 7%; e a África do Sul, que apresenta um crescimento da ordem de 5%. Enquanto isso, afirmou, o Brasil cresce 2,9%.

- O Brasil vem sendo refratário ao crescimento por longo período. Não podemos aceitar taxas medíocres num mundo que cresce à nossa volta, muito menos devemos permitir sair das trevas para ingressar na escuridão, ao contrário do que ocorre com os países da África - afirmou.

Alvaro Dias mencionou ainda outros indicadores, como o investimento externo direto na África, que cresceu 200% entre 2000 e 2005 - de US$ 7 bilhões para US$ 23 bilhões -, enquanto a Ásia ficou com um crescimento de 60%.

- Em que pese a observação atenta do especialista [Carlos Lopes], qual seja, o fato de que o ponto de partida da África é mais baixo, ainda assim os números são espetaculares, e a tendência continua a ser a da consolidação - observou o senador.

Alvaro Dias assinalou, ainda, o fato de ocorrer na África o maior crescimento da telefonia celular do mundo. Os mercados africanos, relatou, têm o dobro da expansão média anual da Ásia, sendo que entre 1998 e 2003 o crescimento do setor foi de 5.000%. O número de africanos com acesso a redes de telefonia passou de 10%, em 1999, para 60%, em 2007, e a revista The Economist prevê que, em 2010, chegará a 85%.



20/03/2007

Agência Senado


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