Grupo africano está no Brasil para buscar tecnologias de etanol



Representantes de um consórcio sul-africano composto por empresas nas áreas de petróleo, gás natural, mineração e energia, estiveram no Brasil nesta semana. Em reunião com representantes da Embrapa, na segunda-feira (19), os empresários afirmaram que têm a intenção de adquirir tecnologia para produção de etanol a partir de cana-de-açúcar.


O consórcio, formado pelas empresas Industrial Development Group (IDG) e Imphandz, está investindo em áreas para a produção de etanol em Moçambique, Guiné, República do Congo, Suazilândia e Zâmbia, em uma área total de 210 mil hectares. Atualmente, o Brasil produz em torno de 30 bilhões de litros usando área de cerca de 8 milhões de hectares para a produção de cana-de-açúcar.


O IDG é composto por um grupo de empresas com atuação em vários países da África e tem negócios nas áreas de petróleo, gás natural, mineração e outras indústrias relacionadas à energia. A Imphandz administra fundos de investimento nas áreas de informática, telefonia, recursos minerais e energia em diversos países do continente africano.


Na reunião, o chefe de comunicação e negócios da Embrapa Agroenergia, José Manuel Cabral, apresentou as iniciativas de etanol no Brasil, as etapas da fabricação, o impacto sócio-econômico do biocombustível, a produção de veículos flex, o balanço energético da produção de etanol no País, entre outros dados. ”A Embrapa, por intermédio do escritório de transferência de tecnologia na África, situado em Gana, poderá fortalecer a parceria e servir de ponte entre as instituições brasileiras e africanas”, esclareceu Cabral.


As negociações sobre projetos para o continente africano continuam durante esta semana. O grupo participa de reuniões com instituições paulistas de pesquisas e grupos empresariais do setor sulcroalcooleiro. “Temos interesse no modelo do Brasil, na área de bioenergia e pretendemos usar a tecnologia na área agrícola e industrial”, declarou o presidente do consórcio, Mxolisi Mbetse. 


Biocombustíveis na África do Sul

Na África do Sul já está em execução um projeto para misturar de 10 a 15% de álcool na gasolina até 2013. Para tanto, será necessário importar etanol, o que faz desse país mercado potencial para exportação de etanol anidro brasileiro. 


O governo sul-africano decidiu não usar milho na produção de etanol, reforçou Martin Mbetse, assessor econômico do grupo, para evitar uma possível competição entre culturas energéticas e alimentares, pois a produção de alimentos é fundamental para o desenvolvimento africano. 


Andrew Mthembu, diretor-presidente da Imphandz, ficou interessado nas possibilidades de cooperação que incluem desde a parte agrícola até os equipamentos e na montagem de carros flex na África do Sul. “Uma das vantagens de firmar a parceria com o Brasil é que o continente africano tem condições climáticas e de solo semelhantes às brasileiras, o que favorece a produção da cana-de-açúcar e do bioetanol”, concluiu Andrew.


Fonte:
Embrapa



31/07/2010 07:08


Artigos Relacionados


ANP cria grupo de trabalho para cuidar do mercado de etanol

Embaixadores ressaltam oportunidades para o Brasil com ‘renascimento africano’

Grupo brasileiro vai à Europa buscar modelos de associação municipal

Geração de empregos: o Brasil de olho no exemplo sul-africano

Brasil vai ajudar países do oeste africano a produzirem biocombustíveis

Para João Tenório, etanol brasileiro está deixando de ser vilão