Embrapa apresenta ideia sobre pecuária e efeito estufa em workshop no Quênia
Até sexta-feira da próxima semana (20), especialistas de diversos países se reúnem em Nairóbi, no Quênia, para discutir e apontar alternativas que reduzam as emissões de gases de efeito estufa pela pecuária. O workshop foi organizado pelo Instituto Internacional de Pesquisa em Pecuária (International Livestock Researche Intitute – ILRI) e terá participação do pesquisador e chefe-geral da Embrapa Acre, Judson Valentim, que mostrará tecnologias recomendadas pela unidade para reduzir o impacto da atividade na Amazônia.
O foco da apresentação do pesquisador brasileiro será a recuperação de áreas degradadas, adoção de técnicas de manejo de pastagem e do rebanho, adequadas às condições ambientais dos países tropicais. “Com essas tecnologias, o animal pode ir para o abate com, aproximadamente, 30 meses. A média no Brasil é de 42 meses e isso significa 12 meses a menos de emissões de metano”, afirma.
Valentim também destacará a relação das tecnologias com o aumento do estoque de carbono no solo e no ar. “O plantio de leguminosas e de árvores no pasto, junto com as gramíneas, recupera solos enfraquecidos, libera carbono na atmosfera e no solo e ajuda a reduzir o uso de fertilizantes a base de nitrogênio, como a ureia”, destaca. Segundo o pesquisador, para fertilizar um hectare, é necessário, em média, 220 quilos de ureia por ano.
O aumento na produtividade, gerado pela adoção de técnicas apropriadas, resulta em economia para produtores rurais e reduz a pressão pela abertura de novas áreas. “Nas propriedades onde temos experimentos, a taxa de lotação é de 2,9 cabeças por hectares, enquanto que a média nacional é de aproximadamente uma cabeça por hectare”.
Um dos resultados das discussões do workshop será parte da edição especial do periódico científico “Proceeding of the National Academy of Sciences”, uma das principais publicações de ciência do mundo com enfoque multidisciplinar.
O ILRI é uma organização não-governamental de pesquisa científica e capacitação que foca suas atividades na relação entre pecuária e sua contribuição para a redução da pobreza. A instituição atua na África, Sul e Sudeste da Ásia e China.
Fonte:
Embrapa
13/08/2010 04:37
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