Emilia denuncia clima de terror em Brasília



A senadora Emilia Fernandes (PT-RS) denunciou em Plenário, nesta quinta-feira (dia 10) que, nos últimos dias, Brasília vem vivendo um "clima de guerra psicológica, de terror, de força, de poder, de influência". Ela disse que o governo federal está pressionando parlamentares em relação a distintas questões, como a CPI da Corrupção, as investigações no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Senado, a febre aftosa no Rio Grande do Sul e até mesmo o uso de recursos orçamentários.

Emilia denunciou que vem recebendo telefonemas anônimos com ameaças desde o começo desta semana, e que "a tropa de choque do abafa do governo vem tentando comprar a consciência de parlamentares, inclusive do Rio Grande do Sul".

- Mas nós não vamos calar a nossa voz, vamos denunciar, sim, e esclarecer ao povo do Brasil e do Rio Grande do Sul que, mais uma vez, o nosso estado está sendo discriminado pelo governo.

A senadora acusou o Executivo federal de estar "retaliando e menosprezando" o seu estado. Ela criticou o governo federal por não ter tomado ações preventivas para o combate à febre aftosa que começa a afetar o rebanho bovino e bubalino (de búfalos) do Rio Grande do Sul.

- Quero fazer um apelo ao ministro da Agricultura, Pratini de Moraes, para que ouça e respeite o Rio Grande do Sul. E o governo federal tem que assumir sua parcela de responsabilidade e culpa pelo atraso de 60 dias para vacinar todo o gado gaúcho, face aos focos detectados anteriormente no Uruguai e na Argentina - afirmou.

Emilia Fernandes informou que na última quarta-feira (dia 09) o Rio Grande do Sul finalmente recebeu a autorização para vacinar todo o gado contra a febre aftosa. Mas a decisão do governo, protestou, vem acompanhada de medidas que, na avaliação dos produtores, são restritivas. A senadora explicou que eles são contra a proibição de que o gado e produtos gaúchos circulem livremente e também não concordam com o sacrifício dos animais.

- Isso penaliza diretamente toda a produção do Rio Grande do Sul e exigimos que se crie um corredor sanitário para que nossa produção não fique encurralada no estado e possa seguir para outros estados do Brasil, passando por Santa Catarina com a devida fiscalização, disse a parlamentar.

10/05/2001

Agência Senado


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