Emilia destaca o poder das convicções de Alberto Pasqualini



No período dedicado à comemoração do centenário de nascimento do ex-senador Alberto Pasqualini, a senadora Emilia Fernandes (PT-RS) classificou a trajetória de vida do homenageado como "exemplo do poder que as convicções têm de levar adiante os que delas se imbuem". Segundo ela, Pasqualini foi um grande inovador de idéias políticas no seu tempo, antecipando soluções e propostas de mudança. Para efetivar essas mudanças, lembrou a senadora, Pasqualini reservou à educação um papel de relevância no processo de construção de uma nova sociedade.

- A organização social e econômica será sempre reflexo de uma mentalidade e enquanto essa mentalidade não evoluir e se aperfeiçoar, enquanto o homem não aprender a moderar os seus instintos egoístas e incluir, como condição de sua felicidade a felicidade alheia, não poderemos ter esperanças de que haja paz, segurança e bem estar. Não haverá transformações sociais estáveis e duradouras se não se reformar, ao mesmo tempo, o caráter do homem. O que é necessário, por isso, é educá-lo, cultivar-lhe o lado bom e nobre da personalidade - citou a senadora.

Emilia assinalou que, sendo um intelectual conseqüente, Pasqualini buscou, em todas as funções que desempenhou, traduzir em atitudes os princípios que nortearam sua vida. Desse modo, em 1945, lançou a União Social Brasileira (USB), projeto que espelhava suas idéias sobre o desenvolvimento econômico e as reformas sociais, "que já se tornavam ingentes àquela época", disse. Ela explicou que o ideário constitutivo da USB serviu de base para a criação do Partido Trabalhista, que fez de Pasqualini um dos pais do trabalhismo brasileiro.

A senadora lembrou também as idéias de Pasqualini a respeito de desenvolvimento econômico, quando alertou para a necessidade de suprir as necessidades do povo mais pobre. Para ele, a inflação servia apenas para espoliação das classes proletárias e enriquecimento dos mais ricos, que não vivem de salário. Pasqualini defendia a união e harmonização dos fatores de produção e o assentamento das bases da economia num plano de cooperação, de solidariedade e de justiça social. "O capitalismo, quando na sua forma individualista e egoísta, é a origem e a causa de todos os males que atormentam o mundo", citou a senadora.

Emilia destacou ainda a luta de Pasqualini na defesa do monopólio estatal do petróleo, que levou à criação da Petrobrás, e a autoria do projeto de lei que criou o Banco Central do Brasil e a estrutura que resultou no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

- Com a convicção dos que sabem ver ao longe na estrada da vida, defendia que determinados setores estratégicos de exploração de riquezas nacionais não deveriam sequer ficar com o capital privado nacional, sendo reservado ao Estado o dever de fazê-lo - lembrou disse a senadora.

Homem de saúde débil, lembrou Emilia, Pasqualini teve na força de seu caráter a capacidade de marcar indelevelmente o seu tempo e os tempos que hão de vir. Seja no campo da atividade econômica, da organização do Estado, da organização social ou em qualquer outro domínio da cidadania, Alberto Pasqualini, ressaltou a senadora, deixou lições a serem aprendidas e diligentemente aplicadas no Brasil.

- Ainda vacilamos na busca de solução para quase todas as questões que Pasqualini já abordava nos anos de sua vida pública, iniciada com o célebre discurso de formatura e continuada ao longo de profícuos anos de militância política, partidária e advocatícia - concluiu Emilia.

25/09/2001

Agência Senado


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