Empresa de recuperação nega pedido de injeção de dinheiro público



Em audiência pública promovida nesta terça-feira (25) por quatro comissões técnicas do Senado para debater a crise na Varig, Marcelo Gomes, gerente-geral da empresa Alvarez e Marsal, responsável pelo processo de recuperação da companhia aérea, negou que esteja sendo pedida injeção de dinheiro público na empresa.

- Trabalhamos para uma solução de mercado, e não para a injeção de dinheiro público na companhia - destacou.

Gomes alegou a existência de problemas de fluxo de caixa no primeiro semestre, o que levou à solicitação de prazos aos fornecedores e credores, mas ressaltou que o processo de recuperação aprovado no fim do ano passado vem sendo cumprido rigorosamente.

- Todos os credores aprovaram o plano e sabiam que isso (a queda no caixa decorrente da sazonalidade) iria ocorrer - afirmou.

Gomes alegou que o querosene de aviação subiu mais do que os outros combustíveis e que esse foi um dos motivos para a Varig pedir dois meses de prazo de fornecimento à BR Distribuidora. A companhia também enfrenta problemas com o pagamento de leasing de aeronaves que estão paradas.

O presidente da Infraero, tenente-brigadeiro José Carlos Pereira, ressaltou que a empresa "fez tudo o que podia fazer" para ajudar a Varig, que hoje deve R$ 515,1 milhões. A dívida cresce todo dia em R$ 900 mil em tarifas de pouso, decolagem e permanência e a situação pode ficar mais preocupante ainda quando o Tribunal de Contas da União(TCU) publicar o acórdão para que a Infraero cumpra a lei, ou seja, cobre o montante devido.

- A situação está chegando à beira do precipício - disse.

Já o gerente-executivo de produtos de aviação da BR Distribuidora, Pedro Caldas, alegou que é muito arriscado para a BR atender à solicitação de prazo pedida pela Varig. A distribuidora teve lucro líquido de R$ 650 milhões em 2005 e o prazo de dois meses pedido pela Varig representa R$ 160 milhões, sem qualquer garantia.

- É um grau de risco alto para lastrear sem qualquer garantia. Torcemos para uma solução de conforto não só para a Varig, mas também para os credores, em face do risco financeiro que essa solicitação de prazo possa representar.



25/04/2006

Agência Senado


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