Empresária denuncia repasse irregular de áreas em aeroportos pela Infraero



Ao concluir seu depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Apagão Aéreo, a empresária paranaense Silvia Pfeiffer acusou, nesta terça-feira (10), a Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero) de repassar, sem licitação, todas as áreas aeroportuárias pertencentes à ex-companhia aérea Transbrasil ao empresário Nenê Constantino, da Gol. Segundo o relator da comissão, Demóstenes Torres (DEM-GO), novas investigações deverão ser realizadas pela Polícia Federal para apurar as denúncias.

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No dia 21 de junho, Silvia depôs na comissão e denunciou irregularidades em contratos realizados pela empresa da qual era sócia, a Aeromídia, com a Infraero. Mas o depoimento foi interropido por ordem médica, uma vez que a empresária apresentou problemas de hipertensão.

Balcão de negócios

Sílvia Pfeiffer acusou ainda a Infraero de ter se transformado em um balcão de negócios, uma vez que o preço para se veicular uma peça publicitária nos aeroportos não é fixo, variando de cliente para cliente. Ela citou o exemplo de sua própria empresa, que pagou R$ 60 mil pelo mesmo espaço no qual a Aeromídia gastou apenas R$ 21 mil para exibir anúncio.

Durante a reunião da comissão, a pedido de Demóstenes, foi exibida uma gravação feita por Sílvia, na qual o publicitário Adilson Silva, gerente da Sá Publicidade, em conversa telefônica com a própria empresária, revela, ainda no início do ano, a existência de direcionamento de licitação envolvendo contrato publicitário de R$ 1,2 milhão com a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) - visava a divulgar propaganda dos Correios nos aeroportos de Brasília e do Galeão.

A abertura da licitação de R$ 1,2 milhões, na semana passada, confirmou a fraude anunciada em benefício da empresa de publicidade Giovanni, sediada em Brasília. Comentando o caso, Demóstenes considerou-o "gravíssimo".

- Observa-se que foi preciso a ECT despender R$ 960 mil com intermediários, incluindo propinas, para alcançar o objetivo pretendido de veicular anúncio publicitário que custou na realidade R$ 240 mil reais.Oitenta por centoda verba liberada pela ECT foi para intermediários e propina- observou Demóstenes.

Na reunião, a empresária confirmou ainda acusações contra o funcionário da Infraero do Aeroporto Afonso Pena, de Curitiba, Mário Macedo, que, segundo ela, teve as mensalidades da faculdade da filha pagas através de propina. Ela juntou ainda provas da autenticação indevida de notas fiscais frias por cartório em Curitiba que comprovariam a apropriação indébita, por terceiros, de recursos da Infraero.



10/07/2007

Agência Senado


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