Empresas empreendedoras contrataram 16,7% dos assalariados em 2008, diz IBGE
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta quarta-feira (31) as “Estatísticas de Empreendedorismo 2008”. De acordo com o estudo, entre as 1,9 milhão de empresas brasileiras ativas em 2008 com pelo menos uma pessoa ocupada, 30.954 (1,7%) eram classificadas como empresas de alto crescimento (EAC), uma das características internacionalmente relacionadas às empresas empreendedoras.
Junto com a inovação, o empreendedorismo é considerado mecanismo para impulsionar o crescimento e a estabilidade econômica. O efeito visível da atividade empreendedora se dá por meio da empresa, analisando-se sua manutenção no mercado, capacidade de crescimento e geração de empregos, que tanto refletem a situação econômica do País e da região em que ela se insere, quanto promovem mudanças nessa conjuntura, interagindo efetivamente com ela.
Uma forma de medir o empreendedorismo empresarial é avaliar o crescimento das empresas. Assim, segundo critérios da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), empresas de caráter empreendedor, ou de alto crescimento (EAC), são aquelas com 10 ou mais pessoas ocupadas no ano inicial de observação e apresentam crescimento médio do pessoal ocupado assalariado maior de 20% ou mais ao ano, por um período de três anos.
Segundo a pesquisa do IBGE, as empresas empreendedoras foram responsáveis pela absorção de 16,7% dos 27 milhões de assalariados em 2008, além do pagamento de 16% dos salários e outras remunerações.
Apesar da pouca representatividade em termos de número, as empresas empreendedoras tiveram destaque pelo impacto na geração de empregos: foram responsáveis ??por 2,9 milhões de novas ocupações entre 2005 e 2008, 57,4% do total criado no período. Além disso, são muito importantes para o emprego em algumas regiões do País. No Norte, por exemplo, 19,9% (1 em cada 5) dos empregados assalariados em empresas estavam nas empreendedoras. O percentual também foi bem próximo no Nordeste, 18,4%.
No ano de 2008, as empreendedoras foram responsáveis por 18% do total do valor adicionado ao mercado e 18,3% das receitas nos setores de indústria, comércio, serviços e construção. As empresas registraram ainda 172,4% de crescimento médio em termos de pessoal ocupado entre 2005 e 2008.
Na análise intrassetorial, que compara as EAC com o total de empresas por cada setor, a construção aparece como a principal atividade, com 2,9% de empresas de alto crescimento, seguida da indústria (2,1%), serviços (0,7%) e comércio (0,4%).
No ano pesquisado, a região Sudeste tinha a maior participação (53,6%) do total de empresas empreendedoras, seguida pela região Sul (19,6%) e o Nordeste (14,8%). Já em termos de taxas de EAC por estado, houve predominância de estados do Norte e Nordeste, com destaque para o Maranhão, onde 25,3% das pessoas assalariadas trabalhavam em empresas empreendedoras.
Mais da metade das EAC pesquisadas (51,6%) eram empresas de pequeno porte (com de 10 a 49 pessoas ocupadas), 39 % eram médias (de 50 a 249 pessoas) e 9,3% eram grandes (250 ou mais pessoas). No caso das EACs com até cinco anos de existência na data pesquisada, a participação das pequenas era ainda maior, 55,2%, enquanto a participação das médias e das grandes se reduzia para 38,4% e 6,4%, respectivamente.
O estudo completo está disponível para acesso no site do IBGE.
Fonte:
IBGE
31/08/2011 15:50
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