IBGE revisa PIB 2008 e aponta crescimento de 5,2%
Nesta sexta-feira (5) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apresentou a revisão do Produto Interno Bruto (PIB) de 2008 com expansão de 5,2% em relação ao ano anterior. Em valores correntes, o resultado alcançado foi de R$ 3.032 bilhões, e a variação média dos preços em relação à média dos preços do período anterior do PIB, 8,3%. Naquele ano, o PIB per capita atingiu R$ 15.989,75, o que representa uma variação em volume de 4,1% em relação ao observado em 2007. O resultado apresentado faz parte do Sistema de Contas Nacionais - Brasil 2004-2008, do IBGE.
O PIB registrou taxas de crescimento nos três primeiros trimestres de 2008, apresentando, porém, desaceleração significativa no quarto trimestre. A economia mundial, em 2008, registrou expansão em volume do PIB de 3% em relação ao ano anterior. Entre 2004 e 2007, o crescimento anual médio havia sido de 4,9%.
Segundo o estudo, o valor adicionado da agropecuária cresceu em volume 6,1%, em relação ao ano de 2007, explicado, sobretudo, pelo desempenho da lavoura no ano de 2008. A variação da participação da atividade no valor adicionado bruto da economia foi de 5,6%, em 2007, para 5,9%, em 2008, decorrente, além do crescimento em volume da atividade.
A atividade de agricultura, silvicultura e exploração florestal cresceu 7,3%, acima da média da economia em 2008. Segundo a pesquisa Produção Agrícola Municipal 2008, os principais produtos com crescimento expressivo no volume de produção em 2008 foram: trigo em grão (46,5%), café em grão (24,4%), cana-de-açúcar (17,4%), milho em grão (13,1%) e arroz (9,0%).
A atividade pecuária e pesca também contribuiu positivamente para o desempenho da agropecuária com crescimento de 3,6%, superior ao resultado de 2007 (1%). De acordo com a Pesquisa da Pecuária Municipal 2008, os destaques foram as aves e os suínos, com aumentos de 6,6% e 2,4%, respectivamente, sobre os efetivos registrados no ano anterior. Quanto aos bovinos, produto de maior importância na pecuária, houve um crescimento de 1,3% no efetivo, após dois anos sucessivos de variações negativas.
O valor adicionado das indústrias de transformação cresceu 3% em 2008, com 23 atividades apresentando crescimento (contra 28 em 2007) e 11 atividades apresentando queda (contra 6 em 2007). O crescimento industrial em 2008 também foi mais concentrado, com apenas três atividades: máquinas e equipamentos, outros equipamentos de transportes e produtos farmacêuticos.
O IBGE mostrou também que o valor adicionado, a preços básicos, do grupo de serviços apresentou variação positiva de 4,9%, acima da média da economia em 2008, mas inferior ao desempenho observado no ano anterior (6,1%). Entre as 15 atividades que compõem o setor, oito apresentaram variação em volume inferior à observada em 2007 e representaram 71,4% do valor adicionado do grupo serviços, contribuindo para a redução do ritmo de crescimento.
A variação de preços do valor adicionado se reduziu de 7,3% para 6,8% em relação ao ano anterior. Esta combinação de variações de volume e preços menores em relação aos demais setores gerou uma redução de 0,4 ponto percentual da participação do grupo no total do valor adicionado da economia. Este comportamento foi influenciado pelos serviços de intermediação financeira, seguros e previdência complementar e serviços relacionados, que mantiveram crescimento expressivo (12,6%), mas inferior ao observado em 2007 (15,1%).
Os serviços de informação tiveram a segunda maior elevação em volume (8,8%) no grupo, acima da verificada no ano anterior (7,4%), decorrente principalmente da expansão dos serviços de telefonia móvel, das atividades de informática e conexas, e dos serviços cinematográficos e de vídeo. As atividades de educação pública (-2,8%) e serviços domésticos (-0,8%) mantiveram variações negativas, influenciadas pela redução nas matrículas do ensino fundamental na rede pública e redução da ocupação, respectivamente.
A atividade comércio registrou variação positiva de 6,1%, inferior ao desempenho observado no ano anterior. O volume do comércio de veículos, que experimentara crescimento de 21,6% em 2007, variou 11,5% em 2008, influenciado pelo aumento do crédito. O comércio de produtos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e odontológicos apresentou variação em volume de 11%, contribuindo para o crescimento da atividade.
Fonte:
IBGE
05/11/2010 15:42
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