Energia Nuclear - Urânio e Derivados



Uma usina nuclear funciona da mesma forma que uma usina térmica convencional. O que muda é a fonte de calor: no lugar da combustão de carvão, óleo ou gás, a geração de energia começa com a fissão dos átomos de urânio dentro do reator. Seu núcleo é atingido por uma partícula nuclear, um nêutron, que causa a sua fissão em duas ou mais partes.

Nesta ocasião é liberada uma grande quantidade de energia e mais alguns nêutrons, que dão continuidade à fissão em outros átomos de urânio. O calor gerado neste processo aquece a água do sistema, que se torna vapor e movimenta uma turbina.

Por fim, o gerador elétrico acoplado ao eixo da turbina produz eletricidade. Com a vantagem de emitir, de forma direta ou indireta, pouco CO2, em quantidade comparável à de fontes renováveis.

Atualmente, o Brasil tem duas usinas nucleares em funcionamento, Angra 1 e Angra 2 (ambas no estado do Rio de Janeiro). Com a inauguração de Angra 3, em 2016, a produção atual de 2.007 MW vai passar para 3.412 MW. Nas próximas décadas deverão ser construídas usinas adicionais, em locais a serem definidos, com o objetivo de prover geração de base.

Além de ampliar a capacidade instalada nuclear, o País investe na extração da matéria-prima para a geração dessa fonte de energia, o urânio. Apenas seis países detêm 81% das reservas de urânio conhecidas. O Brasil tem a sexta maior reserva, com 309.370 toneladas, tendo ainda a prospectar mais de 80% do seu território. É de se esperar que esse nível de reservas aumente com o avanço das atividades de prospecção. Atualmente, o urânio extraído no País vem da mina de Caetité, na Bahia, a única da América Latina.

Estima-se que exista um potencial adicional de 300 mil toneladas em locais onde o urânio está associado a outras rochas (em especial na Região Norte), e outras 500 mil toneladas em áreas ainda não prospectadas. Sendo assim, as novas reservas nacionais poderão levar o Brasil a ocupar a terceira posição mundial.

O urânio se distribui sobre toda a crosta terrestre e forma a maioria das rochas, mas apenas aquelas que têm alto teor do elemento químico são passíveis de exploração. A rocha que o contém é extraída do solo e, em seguida, submetida a um processo industrial que gera um licor. Ele é levado a uma usina de beneficiamento, onde é clarificado e filtrado até se transformar em um sal de cor amarela, o concentrado de urânio.

Sozinho, o urânio já prospectado é suficiente para abastecer a 37 usinas iguais a Angra 2 durante 65 anos, contribuindo para a redução da dependência externa de energia.

Fontes:
Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN)
Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen)
Indústrias Nucleares do Brasil (INB)
Associação Brasileira de Energia Nuclear (ABEN)



19/04/2012 19:34


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